O diretor da Globosat Alberto Pecegueiro não poupou críticas à Netflix durante a primeira manhã de debates do Fórum Pay TV, espaço de encontro entre as representantes de todo o universo de TV por assinatura do Brasil. Para o executivo, a política de preços da empresa estadunidense é prejudicial à indústria.
“A Netflix tem inúmeras qualidades. Ninguém questiona a forma pela qual a companhia conseguiu usar a tecnologia a favor de um serviço e como ela consegue incorporar os novos hábitos de consumo de pessoas”, comentou Pecegueiro. “Mas a estratégia definida pela empresa para construir a sua imagem é destruidora para o valor da indústria. Ninguém é capaz de fornecer uma qualidade tão grande de filmes, séries e produções a um custo tão baixo como a Netflix faz.”
Para Pecegueiro, a política de preços da Netflix prejudica a indústria e não é sustentável
Segundo relata o site Meio&Mensagem, Pecegueiro afirmou, ainda, que a tática da Netflix de cobrar preços em conta para o grande público é ruim não apenas para a indústria como também para a própria empresa. Ele cita até mesmo um possível arrependimento de estúdios de cinema, que estariam revendo suas parcerias com a plataforma de streaming.
“Os estúdios de cinema e de produção ajudaram a alimentar o monstro ao fornecerem seus conteúdos para a Netflix e, agora, começam a rever sua estratégia”, disse o executivo da Globosat. “A fonte de conteúdo externo da Netflix já começa a secar e eles terão de incrementar fortemente a produção própria para suprir a ausência dos conteúdos provenientes de estúdios.”
Futuro duvidoso?
Apesar das críticas e previsões negativas, a Netflix se tornou em maio a empresa de mídia mais valiosa do mundo ao passar da Disney. Após faturar US$ 11,3 bilhões em 2017, a previsão é de que a empresa alcance 201 milhões de assinantes em 2023 e fature um total de US$ 28,8 bilhões.
Segundo a Digital TV Research, o Brasil deve ser um dos principais fornecedores de público para a expansão da Netflix nos próximos cinco anos.