O recurso de preenchimento automático de frases — o famoso “autocompletar” — está disponível já há 15 anos no buscador Google e muitos sequer conseguem dissociá-lo da própria plataforma. Enquanto a finalidade continua sendo a mesma, a de facilitar a procura com sugestões baseadas na popularidade do conteúdo, seu funcionamento foi mudando ao longo dos anos, especialmente com a chegada da inteligência artificial (IA) e do aprendizado de máquina. Mas como a coisa toda trabalha? O próprio blog da companhia de Mountain View dá mais detalhes.
Primeiramente, vale lembrar que a ferramenta é multiplataforma, presente nas caixas do Google para web, para iOS e Android e também na “Omnibox” do Chrome. É só teclar algumas letras para que as opções já começam a ser listadas na tela. Isso é especialmente importante nos dispositivos móveis, pois reduz, em média, a digitação em 25%.
Aliás, é preciso fazer uma correção com relação ao termo usado logo acima. Lembra que foi utilizada a palavra “sugestões”? Pois é, a Gigante das Buscas não gosta que elas sejam tratadas assim e prefere “Previsões”. E isso nos leva a um tópico que explica à grande diferenças entre os dois conceitos.
As previsões equivocadas e removidas
Autocompletar é uma forma de ajudar as pessoas a refinar suas buscas e não sugerir outros tipos de procura. Para isso, a Google sincroniza o que tem sido investigado com uma relação de tendências, sua localização e o que já foi abordado anteriormente. Assim, as previsões mudam em tempo real de acordo com cada caractere inserido na caixa de pesquisa. Mas, de vez em quando, acontecem casos que podem gerar desconforto, constrangimento e até demissão. Por isso, a companhia vem dando bastante atenção ao monitoramento.
Há quatro diretrizes que são especialmente rastreadas para que sejam retiradas de circulação:
- Previsões contendo sexo explícito e que não estejam relacionadas com tópicos médicos, científicos ou educacionais
- Material de ódio propagado por grupos e indivíduos contra etnia, religião e ou vários dados demográficos
- Violência
- Atividades perigosas e prejudiciais
A varredura tem o auxílio do Google Trends e também deleta conteúdo de spam e pirataria, assim como requisições legais de pessoas ou companhias. “O princípio orientador aqui é que o preenchimento automático não deve chocar os usuários com previsões inesperadas ou indesejadas.”
Mas por que as previsões às vezes trazem palavras inadequadas?
Bem, você provavelmente já deve ser divertido (ou se indignado) no passado com algumas das previsões que a caixa do Google fazia quando você teclava poucas letras ou palavras. Ainda que muitas das “sugestões” pareçam absurdas, a companhia destaca que elas partem das próprias buscas reais, que geram o contexto necessário — e não refletem necessariamente opiniões.
“Temos sistemas criados para detectar automaticamente previsões inadequadas e não exibi-las. No entanto, processamos bilhões de pesquisas por dia, o que significa que mostramos muitos bilhões de previsões por dia. Nossos sistemas não são perfeitos e previsões inadequadas podem ser veiculadas. Quando somos alertados para isso, nos esforçamos para removê-los rapidamente.”
Duas frentes têm ajudado a Gigante das Buscas a diminuir a incidência de problemas. A primeira são a criação de uma ferramenta, a Search Quality Rater Guidelines, e mudanças no ranqueamento (atualização de conteúdo, número de vezes de uma mesma consulta na mesma páginas, entre outras). A segunda é o feedback direto, que pode ser realizado por qualquer um, assim que as alternativas aparecem.
O que vem por aí
O autopreenchimento já muda contextualmente, de acordo com seu dispositivo e localização. Por exemplo, versão para desktop apresenta dez previsões, enquanto a versão mobile você vê somente cinco — obviamente, devido às limitações de tamanho da tela. Em ambas as plataformas, é possível já ver alguns “adiantamentos”, a exemplo de previsão do tempo, horário de partidas esportivas e até famosos eventos naturais.
No caso de instituições, times e marcas famosas, é possível até ver uma prévia com o logo que identifica esses grupos. O equilíbrio que a Google tenta encontrar é o das palavras já utilizadas por você em buscas anteriores e o que pode ser abordado a partir de tendências e experiências personalizadas.
Fontes