A conexão que nos permite falar com pessoas em outras partes do mundo é majoritariamente realizada por meio da ligação de cabos submarinos, que levam milhões de dados por meio de fibra ópticas entre os continentes. E o Brasil acaba de iniciar a implantação de mais um, em Fortaleza, com operação de pelo menos 40 Tb/s na ponte direta entre a África e a América do Sul.
O South Atlantic Cables System (SACS) saiu de Sangano, na costa da Angola, e chegou à Praia do Futuro com uma extensão de 6,3 mil quilômetros, em uma operação que durou dois meses e envolveu engenheiros, profissionais de TI e mergulhadores profissionais, para garantir que ele fosse fixado em segurança no solo marítimo. Atualmente, a ligação entre a África e o resto do mundo é feita principalmente pela Europa e com essa ativação a troca de informações entre os continentes deve passar a ser cinco vezes mais rápida — a transmissão entre Brasil e Angola passa a ficar em até 63 millissegundos.
Estiveram presentes na solenidade de inauguração, da esquerda para a direita: o vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan; o CEO da Angola Cables, António Nunes; o Secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda; o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Mosiah Torgan; e o Governador do Ceará, Camilo Santana
De acordo com o CEO da Angola Cables, António Nunes, a novidade não somente aumenta a velocidade da conexão intercontinental como ajuda o país a lidar com as limitações que a alta demanda de dados já vem criando. Exemplos disso são os crescentes serviços de streaming, o incremento da produção de conteúdo e os avanços da Internet das Coisas.
Brasil pretende implantar outros sete cabos submarinos e chegar a 526 Tb/s nas trocas de dados internacionais até o final de 2019
“A Internet trouxe transformações profundas ao nosso modo de vida e este é um caminho sem volta. Investir em conexão se traduz em promover a inclusão de forma abrangente e profunda. Já existem diversos estudos comprovando que melhorar os níveis das conexões gera grandes aumentos no crescimento e produtividade do PIB, além de ajudar a promover e acelerar o desenvolvimento de setores como saúde, científico, educação, entre tantos outros”, afirma. Entre outros benefícios estão a redução de custos, agilidade na transmissão de dados melhoria na qualidade do acesso, assim como maior capacidade de tráfego e incremento no número de usuários da Internet.
O Brasil já possui oito cabos submarinos em operação: America Móvil Submarine Cable System-1 (AMX-1), South American Crossing (SAC), Globenet, Atlantis-2, South-America-1 (SAM-1), Americas-II, Seabras-1 e agora o SACS. O objetivo é ativar outros sete até o final de 2019. Estão na fila o Monet, o Tannat, o BRUSA, o ARBR, o South Atlantic Inter Link (SAIL) e o Ellalink. Com isso, a expectativa é de adicionar 526 Tb/s no diálogo internacional e realizar parcerias como a interligação entre o Data Center de Fortaleza ao Complexo Industrial de Pecém, fomentando assim o desenvolvimento regional na área das telecomunicações.