O uso de robôs de diversos tipos em tarefas que eram executadas exclusivamente por humanos tem se tornado cada dia mais comum. Às vezes os androides protagonizam cenas engraçadas, como o K5 que se afogou em uma fonte de água em Washington, ou polêmicas, quando um mesmo modelo de robô atropelou uma criança de 1 ano, que sofreu arranhões na perna.
O debate sobre o uso de robôs tem se acirrado, especialmente na Califórnia, berço das principais startups que estão investindo em androides. Os robôs realizam trabalhos variados, desde serviços de delivery de comida até a segurança dos lugares, enquanto por outro lado, a cidade vive um boom de pessoas desabrigadas.
A história mais recente envolvendo as máquinas é a do robô K9, utilizado para fazer a segurança de um abrigo para animais. O K9 é na verdade um exemplar do K5 da fabricante Knightscope e pertence ao abrigo que fica em São Francisco. A polêmica é que o K9 serve para expulsar moradores de rua que se instalavam em frente ao local.
Para a direção do abrigo, as barracas de acampamento dos moradores de rua atrapalham o trânsito nas calçadas e já o robô, não. As pessoas que não têm onde morar formam longas filas de barracas pelas calçadas, como nesta imagem da Associated Press:
Os robôs na mira da fiscalização
Mas o uso dessas máquinas pelas calçadas de São Francisco já está no alvo da fiscalização. Autoridades queriam banir o uso de dispositivos para realizar entregas, mas acabou cedendo licenças em um sistema de permissões para algumas empresas. Os robôs não podem ultrapassar o limite de velocidade de 4,8 km por hora, precisam da supervisão próxima de operadores humanos e têm que ceder a passagem para as pessoas.
O problema é que o abrigo de animais em questão não recebeu uma licença para utilizar o K9 nas calçadas da cidade. A ironia no debate em torno dos androides é que, direta ou indiretamente, enquanto os robôs ocupam o emprego dos humanos, aumenta o número de desempregados e desabrigados. O argumento das autoridades de São Francisco é que “nem toda inovação é ótima para toda a sociedade”, de acordo com o supervisor Norman Yee em depoimento ao The Guardian.
O supervisor também defende que a tecnologia precisa ser pensada no âmbito de suas consequências na sociedade. Dessa forma, o problema não está na tecnologia dos robôs em si, mas na sua aplicação prática. Em meio à polêmica, o K9 acabou sendo “demitido” do abrigo de animais.
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