Sabe quando você usa a caixa de inserção de algum site à procura de algo e ele já destaca algumas sugestões para facilitar sua escolha? Esse autopreenchimento normalmente é baseado na popularidade de um assunto nos mecanismos de busca. Usuários informaram recentemente que o YouTube vinha recomendando resultados perturbadores, relacionados a pedofilia.
De acordo com o BuzzFeed News, dezenas de pessoas enviaram cópias e links do que aconteceu quando eles digitaram “how to have” (“como ter” ou “como fazer”). Logo abaixo vieram atalhos para “how to have s*x with your kids” (“como fazer s*xo com seus filhos”), “how to have s*x kids” (“como fazer s*xo crianças”) e “how to have s*x in school” (“como fazer s*xo na escola”).
Mesmo quando essa pesquisa foi feita em diferentes dispositivos, com históricos distintos; e no modo anônimo, sem a ação dos cookies, o mesmo voltou a acontecer.
Caralho, tô pasmo com o @YouTube!
— Vine (@Vi_cio) 27 de novembro de 2017
Se você digitar "How to have" na barra de pesquisa, ele retorna "how to have s*x with your kids" ??
Várias pessoas relatando isso!https://t.co/FqFyThiZJw
Resultados podem indicar ação coordenada de trolls
O YouTube já tirou do ar essas frases e adiantou, via porta-voz, que as denúncias estão sob investigação. “Nossas equipes já foram alertadas sobre essas péssimas sugestões e estão trabalhando para removê-los imediatamente. Estamos investigando o assunto para determinar o que estava por trás da aparição desses termos.”
O autopreenchimento não é uma ciência e os ajustes de algoritmos de previsão mudam frequentemente, diz a Google
A Google, dona da plataforma, já foi bastante criticada por conta da forma que seu sistema autocompleta as buscas em sua caixa de pesquisa tradicional. Em 2016, ela explicou, em comunicado oficial, que o serviço “evita completar uma busca pelo nome de uma pessoa ou termos ofensivos e depreciativos”. “O autopreenchimento não é uma ciência exata e os ajustes de algoritmos de previsão mudam frequentemente. Isso é feito com base uma série de fatores, incluindo a popularidade e o frescor dos termos da pesquisa”, complementou.
Não há como saber ao certo quais semelhanças a busca do YouTube têm com a do Google
Não dá para dizer ao certo até que ponto a varredura do YouTube funciona como a do Google, porém, a popularidade parece ser algo que funciona de forma semelhante em ambas. Por isso, há a suspeita de uma ação coordenada de pessoas mal-intencionadas que inundaram o sistema, justamente para que ele leve em consideração esses resultados. O asterisco pontual em “s*x” aumenta ainda mais essa probabilidade, já que se trata de um comportamento específico.
O problema acontece em um momento delicado para o YouTube, que já vem recebendo críticas por deixar vazar material impróprio para crianças. A investigação continua e em breve a companhia deve divulgar o resultado. Enquanto isso, a exploração infantil e a pedofilia devem ser combatidas. Portanto, se você encontrar algo semelhante na web, denuncie e use os mecanismos de proteção dos próprios serviços que estiver utilizando.