Se você tem idade perto dos 40 anos deve se lembrar que havia um truque para melhorar o sinal das antenas das hoje finadas TVs de tubo: colocar lã de aço e mudar a posição até encontrar uma imagem melhor. Esse truque evoluiu e atualmente a artimanha é usar gambiarras com alumínio para otimizar a amplitude do WiFi. Mas será que isso dá certo mesmo ou seria apenas um mito moderno? Eis que pesquisadores da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, comprovaram a eficácia da sabedoria popular.
Concentrar o sinal também aumenta a segurança, pois os dados dispersos facilitam a invasão na rede e roubo de informações
O que eles fizeram foi o que talvez um dia você já tenha experimentado em casa: moldaram uma peça metálica com um certo formato para refletir os feixes concentrados em uma determinada direção, evitando assim os espaços indesejados. A diferença é que eles fizeram isso de um jeitinho mais “gourmet”, com a ajuda de uma impressora 3D.
"Com um simples investimento de cerca de US$ 35 (R$ 114) e especificando os requisitos de cobertura, um refletor sem fio pode ser customizado para superar as antenas que custam milhares de dólares", disse Xia Zhou, professora assistente de Dartmouth. "Nós não apenas fortalecemos os sinais sem fio como também os tornamos mais seguros."
Confira o vídeo de demonstração logo abaixo:
Comprovação científica foi publicada como “parede virtual”
O projeto foi publicado pelo periódico científico EurekAlert! com o nome de “parede virtual”, que é como se assemelha a barreira de alumínio sobre material impresso em 3D. A ideia é ignorar os cômodos onde o sinal é menos relevante e concentrar as ondas para onde você mais utiliza o WiFi.
“Depois de testar essa abordagem em dois diferentes interiores nas questões de velocidade e força, os pesquisadores relataram que os refletores 3D otimizados forneceram vários benefícios, incluindo: mais segurança física, baixo custo e fácil utilização para usuários leigos”, detalha o documento.
Esquema apresentado pela equipe de Dartmouth
A diferença foi sentida em 23 minutos e a “gambiarra profissional” registrou perda da força do sinal de 10 dB nos lugares bloqueados e aumento de 6 dB onde os cientistas queriam. A meta, agora, é estudar outros materiais — para que os dispositivos se adaptem automaticamente de acordo com as mudanças de layout — e frequências de bandas mais altas.