Você está acostumado a ver as últimas novidades e as promessas para o futuro da tecnologia aqui no Tecmundo, em abordagens sobre meios de transporte, gadgets e outros aparatos eletrônicos que são parte do seu cotidiano.
Mas e se grandes avanços já tivessem sido feitos há muito tempo, mais precisamente quando o motor a vapor era o principal meio industrializado de produção de energia e movimento? E se apenas esse elemento rudimentar fosse a base para todos os avanços da humanidade?
Essa é a proposta e a abordagem do steampunk, um movimento que nasceu na literatura e rapidamente conquistou outras mídias e uma grande quantidade de seguidores. Vale a pena conhecer o imaginário criado por vários autores, que montaram um universo inteiro representando uma alternativa para a tecnologia de hoje.
Pontapé inicial
Antes de firmar-se propriamente, o steampunk era apenas um subgênero de um subgênero: suas raízes remetem ao cyberpunk, uma ramificação da ficção científica que engloba universos paralelos futuristas e uma tecnologia muito mais avançada do que a encontrada na época em que se passam as histórias.
As primeiras obras surgiram em meados de 1980, na forma de pequenos romances. Neles, personagens históricos do século XIX, como Santos Dumont, são mesclados com heróis e aristocratas fictícios, criando textos originais e imaginativos.
(Fonte da imagem: DrawingNight)
O grande diferencial nesse estilo é justamente a tecnologia: nas histórias do steampunk, a tecnologia a vapor (steam, em inglês) não foi rapidamente superada, desenvolvendo-se mais do que todas as outras e sendo o grande invento do homem, enquanto a eletricidade fica em segundo plano. Junte isso com um excesso de aparelhos mecanizados e está criado o cenário para essas aventuras.
Com essas mudanças no curso da humanidade, tudo é afetado. Cientistas e engenheiros criam diversas bugigangas de uso militar ou civil, enquanto a arquitetura das cidades abusa de engrenagens e estruturas metálicas.
Juntando as primeiras engrenagens
A literatura foi o primeiro meio de divulgação do estilo, abrigando romances de alta qualidade. Talvez o maior destaque seja Julio Verne, o propagador mais popular do movimento, responsável por obras bastante lidas até hoje, como “20.000 Léguas Submarinas”, “Volta ao Mundo em 80 Dias” e “Viagem ao Centro da Terra”.
Nelas, tecnologias avançadas demais para a época, como submarinos e potentes escavadeiras, levavam o ser humano a locais extraordinários, como o fundo do mar e o núcleo do planeta.
(Fonte da imagem: MyFreeWallpapers)
Além disso, várias figuras consagradas da literatura tiveram ao menos um pé no estilo em algumas histórias, como Arthur Conan Doyle (da série Sherlock Holmes), H.G. Wells (de “Guerra dos Mundos”) e Charles Dickens (de “Oliver Twist”).
Com os autores convivendo quase no mesmo período, grande parte das tramas que abordam o steampunk ambientam-se na mesma época: a era vitoriana, período britânico de governo da Rainha Vitória, de 1837 a 1901. Ainda assim, universos paralelos de alguns autores conseguem trazer alguns desses temas para os dias de hoje, em uma literatura especulativa.
Dos livros para as telas
Mesmo que as bases mais fortes do steampunk estejam na literatura, o cinema e os games foram essenciais para sua popularização, já que o gênero foi retratado em grandes lançamentos.
"As Loucas Aventuras de James West", com Will Smith. (Fonte da imagem: Warner Bros.)
A grande maioria consiste de filmes famosos, com um elenco cheio de estrelas. Entre longas com temática central ou apenas referências ao steampunk, é possível citar “As Aventuras de James West”, “A Liga Extraordinária”, "Blade Runner", “Rocketeer”, “De Volta Para o Futuro III” e os recentes “Sucker Punch – Mundo Surreal” e “9 – A Salvação”.
Epic Mickey e o vapor como fonte de energia. (Fonte da imagem: Divulgação / Disney)
Além disso, até mesmo alguns games embarcaram na onda e criaram cenários, personagens ou armas com visuais steampunk bastante detalhados. Entre os títulos, destacam-se o jogo independente de naves Jamestown, a série Bioshock e até recente aventura do mais famoso personagem da Disney, Epic Mickey. Até mesmo a série Final Fantasy utiliza algumas referências desse universo, especialmente nos episódios VI e Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII.
Muito mais que bugigangas
Um dos pontos mais interessantes do steampunk é que ele não se limita em um universo ficcional. Calma, não estamos falando da maquinaria característica do estilo, mas da legião de fãs que foi conquistada por esse movimento – que é praticamente uma filosofia para quem o celebra fielmente.
Admiradores do steampunk se reúnem caracterizados. (Fonte da imagem: Conselho Steampunk Paraná)
O Brasil é bastante avançado nesse meio: Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, possuem conselhos organizados que promovem várias atividades para os fãs. Nos encontros, há desde discussões sobre obras até a produção de artesanato com base no steampunk, tudo isso com fãs devidamente caracterizados como integrantes desse universo.
Até alguns produtos bastante originais e recentes resolveram homenagear o gênero, como um pendrive e um notebook já citados no Tecmundo.
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Você já conhecia o universo steampunk ou é fã de algum dos filmes, livros ou games citados e nem sabia que eles faziam parte de um estilo próprio? Gosta de imaginar como seria um mundo com uma tecnologia muito diferente da que encontramos hoje?
Se você se interessou e quer ver mais exemplos sobre o tema, confira nossa galeria de imagens!
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