Talvez você não lembre, mas há seis anos o Japão viveu um incidente dentro do reator de uma usina nuclear localizada em Fukushima. Na tentativa de descobrir o que aconteceu por lá, a Tokyo Electric Power Company, empresa responsável pela central atômica, enviou um robô ao reator 3 da usina com o intuito de investigá-la.
As imagens obtidas pela máquina mostram que aparentemente há combustível radioativo fundido sob o núcleo da unidade. Esses aparecem na forma de resíduos em tom alaranjado que estão fundidos às estruturas metálicas situadas no fundo do edifício de contenção do reator, na área em que ele era armazenado antes de acontecer a catástrofe em 2011.
O vídeo que você confere na sequência foi obtido durante uma exploração realizada nos dias 21, 22 e 23 deste mês, e mostram que o reator ainda está inundado com a água que foi utilizada para refrigerar o material durante o incidente. Confira:
“Com as imagens obtidas hoje, fica evidente que alguns objetos derretidos saíram do reator. Isso significa que algo com temperatura alta derreteu alguns objetos da estrutura e acabou vazando, então é natural pensar que esse combustível derretido está misturado neles”, comentou Takahiro Kimoto, porta-voz da Tokyo Electric Power Company.
O procedimento pode levar até 40 anos para ser concluído
Vale mencionar que essa gravação só foi obtida após inúmeras tentativas, tendo em vista que todos os outros robôs que foram enviados anteriormente com essa finalidade tiveram seus circuitos derretidos ao longo do percurso.
E agora?
Com esses dados em mãos, a ideia da empresa responsável pelo gerenciamento da usina é de remover esses resíduos, mas esse não será um processo rápido ou barato: a ideia é começá-lo em 2021, investir cerca de US$ 72 bilhões e todo o procedimento pode levar até 40 anos para ser concluído.