Negar a internet às crianças é um erro, mas como fazer com que essa experiência seja mais segura em um lugar que, sabidamente, é recheado de conteúdos impróprios para os pequenos?
Um estudo conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil verificou que a criançada está cada vez mais exposta a vídeos que estão usando personagens infantis muito populares para arrecadar mais cliques, só que com um conteúdo não tão infantil assim.
Os pesquisadores analisaram vídeos das três regiões e que já foram vistos mais de 37 bilhões de vezes e perceberam que o teor dos vídeos é enganoso, já que alguns começam muito parecidos com os programas infantis normais. Outro aspecto, que não é bem uma surpresa, é que muitas crianças estão acessando conteúdos não permitidos para suas idades através do uso da conta de seus pais.
Essa não é bem a Peppa Pig que você quer que seus filhos vejam, certo?
O foco do estudo foi entender melhor como as crianças interagem com os canais e vídeos através dos comentários, buscando padrões de conteúdo e a forma como esses vídeos eram projetados para atingir um público específico. Foram 12.848 vídeos de 17 canais dos EUA e do Reino Unido, com mais 24 canais brasileiros, num total de 37 bilhões de visualizações e 14 milhões de comentários.
A conclusão dos pesquisadores foi uma discussão a respeito dos requisitos da Google a respeito da idade, que restringe o uso do YouTube por usuários com mais de 13 anos nos EUA, 14 ou mais na Espanha e na Coréia do Sul, no mínimo 16 anos na Holanda e 18 no Brasil – e o estudo revela que jovens com idades menores que as estipuladas estão consumindo conteúdos impróprios ou expostas a propagandas inadequadas e que a gigante de buscas deveria lidar com isso de alguma forma.
Doc McStuffin, desenho popular nos Estados Unidos, também é vítima de versões falsas
A Google afirmou ao site Engadget que o problema de idade mínima pode ser contornado com o uso do aplicativo YouTube Kids, que exclui categorias específicas de serem promovidas ou terem propagandas veiculadas – ainda assim, como apontam os pesquisadores, alguns vídeos falsos que imitam os personagens infantis podem ser encontrados.
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