O mundo em que vivemos é tão mutável quanto a tecnologia nele presente. Com o advento de novos produtos, novas ameaças e censuras surgem para controlar o que antes era mais, digamos, “aberto”. Não que a internet tenha perdido essa natureza aberta, mas hoje ela é, indubitavelmente, um ambiente muito mais controlado e centralizado. É para discutir esses e outros aspectos que diversos especialistas no assunto se reúnem esta semana em São Francisco, nos EUA, inclusive o criador do WWW que você vê no seu navegador: ele quer que isso mude.
Tim Berners-Lee, o cara que criou a “World Wide Web” em 1989, falou sobre os mecanismos de controle e a “vigilância” que hoje assolam a internet, sugerindo mudanças. “Ela controla o que as pessoas veem, cria mecanismos para as formas com que as pessoas interagem. Tem sido ótimo, mas vigiar, bloquear sites, mudar o propósito do conteúdo das pessoas, conduzir o usuário a sites errados, isso compromete extremamente o espírito de ajudar as pessoas a criar”, afirmou o especialista ao The New York Times durante o evento, batizado de “Decentralizes Web Summit”.
O encontro é focado em “abrir a internet trancada”, isto é, abordar temas relacionados a tornar a internet um local mais descentralizado e menos censurado, com ênfase em privacidade. Tudo isso preservando, é claro, a segurança das informações. A ideia é que a web seja um lugar em que governos não espionem ou censurem dados e onde a cultura é assegurada.
Internet descentralizada é foco de discussões entre especialistas
Sistemas de pagamentos digitais: novo foco
Outro foco da nossa era diz respeito aos pagamentos digitais, que estão ficando cada vez mais populares – no Brasil, o Samsung Pay é um que quer fazer a diferença na experiência de compra do consumidor.
“Adicionar receita é o único modelo para muitas pessoas na internet agora. Elas assumem que o consumidor atual tem de fechar negócio com uma máquina de marketing para conseguir coisas ‘de graça’, mesmo que elas estejam horrorizadas com o que acontecer com seus dados. Imagine um mundo em que pagar por itens fosse fácil nos dois lados”, enfatizou Berners-Lee.
Por fim, o especialista avaliou que a web “já estava descentralizada”, mas apenas precisava de “mais opções do que uma máquina de buscas”, por exemplo. Se o modelo WWW não funciona da maneira como o criador imaginava, quais seriam as possíveis mudanças para a diminuição do cerceamento na internet? Discuta o assunto conosco na seção destinada aos comentários logo abaixo.
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