(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Os pesquisadores José Hernández-Orallo, da Universidade Politécnica de Valência (Espanha) e David Dowe, da Universidade de Monash (Austrália), desenvolveram um novo teste de inteligência que, em um futuro próximo, também poderá ser aplicado em máquinas.
Podendo ser interrompido a qualquer instante, o teste dá uma ideia mais precisa da capacidade de raciocínio do participante em relação às opções tradicionais. Segundo os pesquisadores, a novidade se destaca por permitir que se verifique se houve um aumento na inteligência das máquinas fabricadas atualmente em relação àquelas de 20 anos atrás.
Teste universal de inteligência
(Fonte da imagem: Wikimedia Commons)O principal desafio enfrentado pela dupla foi formular um método que fosse realmente universal ao medir a inteligência dos participantes. Para isso, além de poder ser interrompido a qualquer momento, o teste tem que ser passível de aplicação tanto em seres orgânicos quanto em máquinas.
A idade não deve se apresentar como um obstáculo: tanto adultos quanto crianças têm que ser capazes de completar as etapas propostas sem problemas.
Outra obrigação que teve que ser cumprida é evitar que o teste se torne obsoleto, podendo ser aplicado em qualquer época sem que isso represente uma diferença nos resultados.
Além disso, um teste com características universais também não pode ser preconceituoso. Ou seja, qualquer nível de inteligência tem que ser medido, em uma escala que vai de zero até genial.
Método diferente do convencional
Para superar o desafio de criar um trabalho com tais características, os pesquisadores usaram exercícios interativos em ambientes com nível de dificuldade estimado pelo cálculo da “Complexidade de Kolmogorov” – indicador que mede o número de recursos computacionais que devem ser usados para descrever um objeto ou bloco de informação.
O resultado é um método bastante diferente daqueles utilizados por psicólogos ou métodos tradicionais de medir a inteligência artificial, como o teste de Turing. Além das máquinas, humanos também poderão ser beneficiados pela novidade, que apresenta resultados menos restritivos que os testes de QI convencionais.
O principal desafio enfrentado pelos pesquisadores atualmente é superar o chamado “paradigma humano”. Para isso, terão que desenvolver uma conceituação teórica capaz de avaliar se um sistema tem mais inteligência que um ser humano, algo que até hoje não foi explorado a fundo pela ciência.
Apesar do potencial que o novo teste apresenta, ainda não há previsão de quando ele poderá ser aplicado de forma prática no cotidiano. No estágio atual, as únicas informações disponíveis sobre a novidade estão no trabalho apresentado por Hernández-Orallo e Dowe.
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