Experts em inteligência artificial (IA ou “artificial intelligence” — AI) de todo o mundo estiveram reunidos na Suíça durante o final de semana para falar sobre os desafios que envolvem o tema, na edição de estreia do AI for Good Global Summit, organizado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) e pela XPrize Foundation, companhia do Vale do Silício sem fins lucrativos que premia soluções para a vida moderna. E o que chamou mesmo a atenção de todos foi a robô Sophia: ela deu entrevista, piscou os olhos, sorriu, contou piada, enfim, agiu de forma bem parecida com um ser humano.
Muitos apostam que a IA desenvolverá capacidade de raciocínio entre os próximos 5 e 50 anos
“Ao passo que fico mais inteligente, espero compreender melhor as pessoas para ajudá-los, para trabalhar como amigos e para imaginar e construir um futuro mais brilhante para todos nós”, afirmou o autômato, em entrevista concedida ao Facebook Live da ITU, agência das Nações Unidas especializada em tecnologias de informação e comunicação. Confira um vídeo da AFP com sua performance:
As expressões faciais e espontaneidade ao responder as questões impressionaram muitos dos presentes e não fosse a construção ainda tosca do restante de seu corpo mecânico alguns repórteres poderiam até mesmo confundir com uma pessoa de verdade. O criador David Hanson, da Hanson Robotics, afirma que ela é um exemplo de como os autômatos podem aprender conceitos de criatividade, empatia e compaixão.
Sophia ainda não tem consciência, mas, segundo Hanson, muitos apostam no desenvolvimento de capacidade de raciocínio entre os próximos 5 e 50 anos. A principal preocupação no momento é algo relacionado a um assunto familiar aos teóricos da “Skynet” da franquia “Exterminador do Futuro”: o medo das máquinas se rebelarem contra nós e cometerem agressões ou assassinatos. “Precisamos ensiná-los a cuidar das pessoas e que, de certa forma, eles sintam algo parecido com o que chamamos de amor”, comenta o inventor.
“IA é a nova eletricidade”
O evento representa o início da participação em peso das Nações Unidas para assegurar que o desenvolvimento da IA seja em prol de benefícios para a humanidade. Representantes de todo o mundo discutiram questões éticas, leis e aplicações dessa tecnologia, que a cada dia coleta, armazena e processa milhões de dados diariamente.
“AI é a nova eletricidade. Acho difícil você encontrar um grande nome da indústria atualmente que não será afetado pela IA nos próximos anos”, destaca Andrew Ng, cofundador da empresa Coursera e que liderou projetos nas buscas da Baidu e da Google, em entrevista ao Devex.
Criador e criatura: Sophia e o inventor David Hanson
O próximo grande passo do setor é participar cada vez mais de outras áreas, como educação e saúde, especialmente no mercado de trabalho. “Acreditamos que a IA é uma plataforma transformadora, que irá melhorar tudo. As implicações profissionais são enormes. Saúde, qualidade da água, acesso ao mercado para pequenos produtores, serviços financeiros para quem ainda não possui nenhum e outras coisas terão suporte da IA de maneiras variadas”, projeta Zenia Tata, diretor executivo da XPrize.
Categorias