Os pesquisadores do laboratório Google Brain — o grande escritório dedicado à inteligência artificial e Deep Learning da Google — estão trabalhando em algo que pode ser muito assustador para quem realmente teme a "invasão das máquinas". Estamos falando de comunicações encriptadas com codificações dos próprios computadores.
E um documento publicado na Universidade de Cornell mostra como isso está acontecendo. No material, dois pesquisadores da Google revelam como fizeram três redes neurais (Alice, Bob e Eve) interagirem entre si utilizando métodos de encriptação criados por elas mesmas — ou seja: sem interferência humana no processo.
Como isso foi feito?
O experimento era baseado no seguinte: Alice teria que enviar uma mensagem secreta para Bob, sendo que somente Bob seria capaz de identificá-la; ao mesmo tempo em qeu Eve teria que tentar descobrir os códigos de criptografia para decifrar o que estava na mensagem.
Alice então criou um texto e converteu para palavras codificadas, que poderiam ser decifradas por Bob rapidamente. Nos primeiros envios, a criptografia era bem básica, mas depois de 15 mil tentativas, Alice e Bob conseguiram criar um sistema de encriptação segura e decodificável somente com as chaves corretas.
Depois de 15 mil tentativas, já era possível criar uma criptografia própria e conhecida apenas pelas duas pontas das redes neurais
Ao mesmo tempo, Eve tentava roubar as informações, mas sem muito sucesso. Mesmo com a chave tendo apenas 16 bits, Eve era capaz de decifrar apenas metade dessas chaves e isso não resultava em acesso às mensagens trocadas.
Alguma aplicação futura?
Por causa do modo como o aprendizado de máquina ocorre, os humanos não sabem quais são os tipos de encriptação utilizados. Por causa disso, é difícil que exista algum tipo de utilização efetiva para a criptografia trocada por redes neurais. Mesmo assim, o estudo é bem interessante para mostrar como as máquinas já conseguem interagir e criar suas linguagens secretas longe dos nossos olhos.
De qualquer modo, pode ficar tranquilo porque isso não deve permitir que as máquinas dominem o nosso mundo. Pelo menos não ainda!
Fontes
Categorias