O artista (e desocupado, muitos dirão) Pete Ashton resolveu fazer um teste curioso no Instagram. Em vez de alternar o perfil com fotos de comida, gatinhos, paisagens e frases de efeito, ele postou e repostou a mesma imagem dezenas de vezes.
O projeto chama-se "I Am Sitting In Stagram" ("Estou Sentando Em Stagram", uma brincadeira com o nome do app e um experimento similar) e utiliza o chamado "regram", que é o ato de pegar uma foto postada na rede social e reproduzi-la em seu perfil. No caso, Ashton tirou uma captura de tela da foto postada e colocou a screenshot na rede social logo em seguida.
Perceba que, a cada nova atualização, a foto é deteriodada: o esquema de cores perde qualidade, a imagem parece borrada e, no fim das contas, vira uma espécie de borrão quase indecifrável. Abaixo, a comparação é entre a reprodução de número 10 e, ao lado, após 69 repostagens.
A ideia é mostrar como a reprodução incessante de algo eletronicamente — como uma foto digitalmente armazenada — faz com que a qualidade do conteúdo se perca progressivamente, até que chegue um momento em que não é mais possível diferenciar os pixels que compõem o retrato.
A própria imagem não foi escolhida ao acaso: trata-se do compositor Alvin Lucier, que realizou um experimento chamado "I'm Sitting in a Room" ("Estou Sentado Num Quarto", em tradução livre). Nele, Lucier narrava um texto para um gravador, reproduzia o áudio capturado e "gravava a gravação" em um ciclo muito parecido com o que Ashton está fazendo, até que os sons fiquem totalmente incompreensíveis.
O experimento serve bastante como lição para quem gosta de colocar a mesma foto de uma rede social para outra, sem se preocupar em preservar a original, de qualidade muito maior. Você pode acompanhar a evolução das fotos no perfil oficial do trabalho.
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