Entre os dias 19 e 23 de março, rolou em Las Vegas o IBM InterConnect 2017, um evento focado principalmente nas soluções cloud da empresa para o mercado corporativo. Durante todo a programação da feira, a IBM fez questão de mostrar as novidades mais recentes do setor, indicar o que podemos esperar dela para o futuro e assegurar que seus produtos podem satisfazer tanto as demandas de gigantes do setor financeiro quanto as necessidades de startups voltadas para o mercado gamer.
No entanto, mais do que ouvir a companhia falar bem dos seus próprios serviços, pudemos conferir de perto o que alguns parceiros e clientes da marca têm a dizer a respeito do uso de boa parte do portfólio da IBM para operações reais na nuvem. Pudera, já que, durante as nossas andanças pelo Centro de Convenções de Mandalay Bay – um espaço gigantesco do hotel e cassino de mesmo nome –, não faltaram empresas mostrando do que esse conjunto de ferramentas é capaz quando aliado a boas ideias e um plano sólido de negócios.
Dourado por fora, recheado de discussões cloud por dentro
Em estandes menores, por exemplo, era possível bater papo com uma personificação física das APIs do Watson. Bastava que qualquer um do público fizesse algum tipo de pergunta ao simpático robozinho para que ele usasse o sistema por trás de seu funcionamento para compreender a questão, buscar uma resposta em seus registros e responder através de comandos de voz – tudo em questão de segundos.
Outros espaços dedicados a demonstrações mais rudimentares ou em estágio inicial de desenvolvimento deram uma palhinha de outras aplicações dos sistemas cognitivos ou de machine learning da IBM. Nessa categoria, pudemos testar uma plataforma de experimentação que indicava a melhor marca de cerveja para o seu paladar, um sistema de segurança domiciliar capaz de reconhecer visitantes ou invasores e até a criação de um chatbot em tempo real a partir das funções básicas do Bluemix.
Pesos-pesados em seus setores
No entanto, foi no palco principal do evento – que recebeu diversos executivos e até a chefona máxima da IBM – que os cases de “gente grande” foram apresentados e deram uma ideia da flexibilidade e alcance dos recursos cloud da dona do pedaço. No primeiro dia de InterConnect, para que se tenha uma ideia do nível dos participantes, foi Chris Moody, vice-presidente de estratégia de dados do Twitter quem falou sobre como as soluções da IBM potencializaram a evolução da rede social nos últimos tempos.
Segundo ele, essa parceria de longa data acabou resultando, mais recentemente na implementação de uma série de ferramentas poderosas para a plataforma. Desde o último ano, por exemplo, a empresa tem voltado seus esforços para que os usuários da rede social tenham uma ótima experiência no site. Assim, a ideia é utilizar o Watson para avaliar e coibir os abusos na plataforma. Na teoria, o sistema cognitivo consegue avaliar padrões de bullying e emitir alertas ou tomar providências antes que eles saiam do controle.
VP of Twitter, @chrismoodycom opening the first keynote at #ibminterconnect pic.twitter.com/z4AsiIfjQO
— Peter Smith (@pesmith24) 20 de março de 2017
Representando outra gigante, Daniel Henry, vice-presidente de tecnologia para o consumidor da American Airlines, afirmou que a escolha da IBM para as necessidades da empresa na nuvem foi essencial para alavancar seu novo direcionamento de negócios. Segundo ele, a segurança e confiabilidade associadas à marca de tecnologia deram espaço suficiente para que a companhia pudesse se dedicar a sua transformação digital e levasse até mesmo suas aplicações mais críticas para a cloud, trazendo inovação e melhorias em seus serviços.
American Airlines e IBM no palco do evento
Do financiamento para o suporte tecnológico
Outro figurão que resolveu mostrar seu apreço pelas ferramentas da gigante da tecnologia foi Slava Rubin, um dos fundadores do Indiegogo. O executivo relembrou que a criação do portal de financiamento coletivo tinha a ideia principal de usar a internet para democratizar ao acesso ao capital, permitindo que qualquer um pudesse apresentar seus projetos e deixasse que os internautas decidissem se eles mereciam ser levados adiante.
O portal decidiu engatar uma parceria com a IBM para oferecer as soluções aos empreendedores
Com o passar do tempo, o executivo e seus sócios perceberam que um número crescente de produtos baseados nos conceitos de Internet das Coisas foi se popularizando na plataforma, mostrando que esses dispositivos vieram para ficar. Assim, para se tornar mais que um viabilizador e intermediário de campanhas de crowdfunding, o portal decidiu engatar uma parceria com a IBM para oferecer as soluções IoT da marca aos empreendedores mais ousados, criativos e populares da página.
Na prática, isso significa que, além de receber validação através de críticas, comentários e financiamento puro e simples, os donos de projetos desse estilo vão pode contar com recursos que antes eram restritos apenas a grandes companhias. Para mostrar que estão levando a brincadeira a sério, o Indiegogo fez com que três aparelhos de sucesso na plataforma servissem como embaixadores para a iniciativa, recebendo um dólar extra para seu desenvolvimento para cada voto feito pelos visitantes do InterConnect durante o evento.
O SmartPlate, já mostrado aqui no TecMundo, é um deles, ganhando seu lugar ao sol graças a um sistema avançado de identificação dos itens e alimentos posicionados sobre ele. Outro a figurar nessa lista restrita foi o WaterBot, um equipamento compacto que se conecta à internet para avaliar e definir o quão saudável a água de uma determinada região é. Por fim, o Q.Bo é um robozinho que mistura as tarefas de assistente pessoal, dispositivo de entretenimento e produto de educação para o público infantil graças ao seu avançado sistema cognitivo.
O seu bem-estar em números
Apesar de o nome poder despertar um sinal vermelho para quem acompanha a série “Westworld”, da HBO, a Delos mostrou que quer usar a tecnologia para melhorar a sua qualidade de vida de um jeito bem mais pacífico que o utilizado por sua contraparte televisiva. Peter Scialla, diretor de operações da empresa, explicou que a marca tem como objetivo reestruturar os ambientes para que eles se tornem mais saudáveis. Afinal, segundo pesquisas recentes, passamos cerca de 90% do tempo em salas, escritórios ou outros cenários internos.
A ideia da companhia é se basear em uma infinidade de dados para avaliar como a produção, a saúde e até a habilidade cognitiva das pessoas pode ser afetada por melhorias pontuais em seu ambiente de trabalho, na ida à escola ou mesmo no conforto do lar. Alterações na qualidade de ar, adição de janelas extras ao local e contato direto com a luz natural são apenas alguns dos itens levados em conta pela companhia para tentar gerar soluções espaciais com foco na saúde e no bem-estar.
Os dados e a nuvem podem ajudar a entender o que faz você funcionar melhor
Scialla explicou que, até pouco tempo atrás, era bem complicado levar adiante estudos como esses, já que é necessário analisar um número extenso de variáveis para se chegar em um resultado satisfatório. Felizmente, tendo como parceira a IBM, a empresa conseguiu estrear seu Well Living Lab, o primeiro laboratório do mundo centrado na qualidade de vida dos humanos. Nele, a alta capacidade analítica dos produtos da IBM – em especial o Watson – são usados para tornar o processamento de todos esses dados consideravelmente mais veloz.
Dados para a diversão
Até a boa e velha indústria dos games pode ser influenciada por soluções cloud
Para fechar o painel com chave de ouro, Sylvain Constantin, produtor executivo da Nvizzio, subiu ao palco e revelou que até a boa e velha indústria dos games pode ser influenciada – e aperfeiçoada – por soluções cloud. Falando com o público, o profissional lembrou que a empresa se deparou com alguns problemas bem graves ao lançar RollerCoaster Tycoon Touch, publicado pela Atari, nas principais plataformas mobile no início deste ano. O que aconteceu? Bem, eles notaram que estavam perdendo jogadores em um ritmo acelerado.
Antigamente, avaliar que tipo de situação estava fazendo com que os usuários desistissem da brincadeira era uma tarefa árdua e demorada. Com ferramentas como Data Scientist e IBM Bluemix, no entanto, os desenvolvedores perceberam rapidamente que não se tratava de nenhum problema de interface ou dificuldade inadequada para a jogatina: aparentemente, a introdução das montanhas-russas era feita em um período muito inicial do game, o que deixava o público mais iniciante confuso com esse tipo de mecânica.
Analisar os dados foi essencial para acertar os problemas do app
De posse dessas informações, foi fácil para a Nvizzio decidir o que fazer. “Ajustamos rapidamente nossa introdução, ampliamos nosso tutorial e cadenciamos melhor a forma como as montanhas-russas era construídas e gerenciadas”, explicou Constantin. O resultado dessa mudança também veio rápido, já que, apenas alguns meses após a mudança, RollerCoaster Tycoon Touch atraiu dez vezes mais jogadores que anteriormente e abocanhou a primeira posição entre todos os aplicativos gratuitos da App Store – não só entre os jogos.
A tecnologia permite um entendimento mais profundo da performance dos games no mercado
E você, utiliza algum recurso cloud no seu dia a dia no trabalho? Sabe quais aplicativos e programas instalados no seu celular recorrem à nuvem para funcionarem adequadamente? Deixe o seu comentário sobre o tema mais abaixo e continue de olho no TecMundo para conferir tudo o que rolou no IBM InterConnect 2017.
O TecMundo foi convidado pela IBM para ir a Las Vegas realizar a cobertura do IBM InterConnect 2017
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