O Baixaki realizou uma análise dos tradutores online da atualidade e, depois de muito teste, suor e lágrimas (com palavras estranhas traduzidas de formas mais malucas ainda), o Google Translate foi o que se mostrou mais competente. Entretanto, como se sabe, as traduções automáticas nunca dão conta das nuances dos idiomas, expressões e gírias que aparecem em todos os momentos.
O Google Tradutor, entretanto, se destaca tanto por conseguir distinguir exatamente que idioma você está digitando antes mesmo de clicar para traduzir, como também é diferente em termos de qualidade da tradução, mesmo sendo automática.
Durante a análise, foi interessante visualizar a discrepância entre esses e aqueles tradutores, e ainda mais: como o Google foi o destaque em boa parte das línguas analisadas. Portanto, nada melhor do que saber como ele funciona e por que ele é o mais “correto” entre todos usados.
Como funciona
Todo idioma possui nuances não apenas em sua gramática, mas também em vocabulário e formas de construção de sentenças. Portanto, o importante é não apenas aprender, mas também saber como utilizar todo o conhecimento para produção de frases no cotidiano ou em textos mais formais.
No caso do Tradutor do Google, o que conta é o aprendizado, porém não aquele feito por horas e horas estudando o livro de gramática, mas sim através da amostragem de traduções criadas por pessoas, assim como eu e você.
Obviamente, todas as traduções são feitas automaticamente, através de computadores potentes e com grande capacidade de processamento (com a ajuda dos servidores do Google para manter toda a informação armazenada).
Este processo é chamado de “statistical machine translation” (tradução estatística de máquina, em tradução livre). O nome já mostra muito do processo por que passa aquela tradução que você espera ao colocar palavras desconhecidas no site do Google Translate.
A diferença está na forma com que a base de dados se apresenta. Em vez de inserir várias regras gramaticais e palavras soltas como dados para a tradução, o sistema do Google analisa os próprios textos traduzidos que se encontram na rede.
O que acontece é um aprendizado em termos muito mais práticos do que teóricos. Os computadores aprendem por si próprios as regras e os usos mais comuns, para que as exceções não “atrapalhem” a forma de pensar do sistema.
As traduções humanas são trazidas por livros, organizações internacionais (como as Nações Unidas) e páginas web de vários locais do mundo. Quanto mais traduções, melhor. Desta forma, as escolhas na hora de traduzir devem ser as mais inteligentes e baseadas em várias amostragens, diminuindo os erros que podem surgir apenas ao se ter a gramática como base.
Uma vez que o computador Google encontra um padrão definido, ele utiliza o mesmo padrão para traduzir outros textos no futuro. A partir do momento em que a máquina analisa bilhões de padrões em bilhões de traduções diferentes, ela possui uma grande variedade de dados para escolher a melhor possível.
Quanto mais, melhor
Por isso, quanto mais traduções disponíveis, melhor para o sistema. Esta também é a razão para tanta discrepância entre os idiomas suportados pelo Google. Enquanto textos do inglês para francês ou alemão são abundantes, traduções do e para o português ainda estão em crescimento.
Se você pensar em pares de idiomas, a diferença é ainda maior. Uma tradução português/inglês traz mais resultados satisfatórios do que uma entre português/swahili.
Tendo em vista o sistema de construção de dados, nada mais normal, uma vez que não existem muitas traduções disponíveis para idiomas menos conhecidos mundialmente. É também por este fato que o Google ainda não suporta ainda mais linguagens.
Fonte: Google
Atualmente, o tradutor Google possui 57 idiomas em sua base de dados, incluindo os mais usados como o inglês, chinês, japonês, italiano ou francês. Além disso, ainda é capaz de traduzir idiomas menos usados no mundo, como o dialeto swahili, catalão ou malai.
Porém, o Google continua a testar outras línguas (denominadas linguagens alfa), como o armênio, basco e urdu. Essas línguas ainda não foram incorporadas ao tradutor por não apresentarem resultados satisfatórios no produto final, através de grande base de dados. Entretanto, assim que trouxerem os resultados esperados, serão incorporados ao Google Translator.
Como melhorar a tradução
Você pode perceber que a tradução humana é parte importante do processo de tradução Google, portanto quanto melhor uma tradução humana usada no banco de dados, melhor também os pares de idiomas traduzidos.
Portanto, o próprio Google permite que você contribua com as traduções feitas pela ferramenta. Para isso, basta clicar no botão “Sugira uma tradução melhor” ao final da página, editando aquilo que não achou interessante naquela que foi proposta. A sua opção será enviada para o banco de dados e fará parte das traduções possíveis que o computador pode criar.
Além disso, é possível traduzir e contribuir com o Google através do Translation Toolkit, que funciona de forma muito parecida com o Google Docs. Ali você pode fazer o upload de um determinado texto e traduzi-lo com mais facilidade, pois a ferramenta foi criada exatamente para isso.
Uma vez traduzido o texto, ele também fará parte da base de dados criada pelos computadores Google e, portanto, também será uma pequena parte do trabalho feito pelo tradutor da gigante da internet.
. . . . .
Agora é sua vez! Comente sobre o Google Translate e dê sua opinião sobre a ferramenta tradutora nos comentários abaixo. Mas não se esqueça: traduções automáticas ainda não são fidedignas, portanto, todo cuidado é pouco.
Categorias