Hoje, pela primeira vez na história, temos mais pessoas morando em cidades do que no campo. Até 2030, a expectativa é que esse número cresça ainda mais, chegando a expressivos 5 bilhões de pessoas na região urbana e é hora de pensarmos em maneiras eficientes e não poluentes de melhorar o trânsito.
Os congestionamentos e a poluição causada pelos automóveis são problemas sérios de qualquer grande cidade. O aumento da demanda por viagens de avião também tem levado a infraestrutura dos aeroportos ao limite. Pensando nisso, os trens de alta velocidade parecem ser a saída.
Contudo, a construção de metrôs e trens de superfície demandam muito investimento e nem sempre uma cidade será capaz de comportá-los. Para isso, novas tecnologias são desenvolvidas diariamente, buscando encontrar o máximo de eficiência no transporte coletivo.
E se os trens não precisassem de trilhos?
A principal dificuldade para a implantação de um sistema ferroviário eficaz é a colocação apropriada dos trilhos. Mas hoje, com a tecnologia, cada vez mais estão aparecendo maneiras de evitar tal necessidade.
Um dos exemplos de desenvolvimento nessa área fica por conta dos trens tubulares, desenvolvidos pela Tubular Rail Inc. O projeto consiste na utilização de uma série de anéis elevados e os trilhos são criados pelo próprio veiculo enquanto passa entre cada anel.
De acordo com os responsáveis pelo projeto, a instalação de um sistema como esse seria muito mais barata que os sistemas atuais. Além disso, o veículo suporta uma velocidade constante de aproximadamente 240 km/h.
O trem também é todo elétrico, anulando as emissões de poluentes no ambiente. Contudo, o projeto ainda não saiu do papel.
Os trens mais rápidos do planeta não possuem rodas
O que já é realidade hoje sãos os trens conhecidos como MagLev (sigla para Magnetic Levitation Transport ou Transporte por Levitação Magnética) que usam do magnetismo para se locomover em velocidades extremamente altas mais de 500 km/h.
O MagLev é pequeno para possibilitar a levitação magnética, o que significa que esses trens vão flutuar sobre um trilho usando os princípios básicos dos ímãs para substituir as antigas rodas de aço e trens de trilhos.
Além disso, o sistema, que já está ativo na China, Singapura e outros países, não precisa de maquinistas para operar, sendo feito de forma completamente eletrônica.
Aliás, é o Japão que detém o recorde de maior velocidade alcançada por um trem. O recorde, alcançado em 2003, foi durante um teste em que o trem chegou a 581 km/h. Já a China é o país que possui também a maior frota de MagLevs, com mais de 7000 quilômetros de ferrovias.
Mas os recordes não devem parar por aí. Estudos chineses buscam evoluir esses modelos, para chegarem a velocidades de até 1000 km/h dentro de poucos anos. O novo método, para que isso seja possível, será o de colocar o comboio MagLev dentro de um tubo à vácuo, acabando com o atrito do trem com o ar e aumentando assim a sua velocidade.
Existe até um projeto brasileiro em desenvolviento, o MagLev Cobra, que pode ser conferido neste link.
O AeroTrain é outro protótipo promissor
Essa ideia é parecida com a do MagLev, pois o veículo também não tem contato direto com o solo. Contudo, diferente do anterior, o AeroTrain não utiliza do efeito magnético, mas sim de um sistema que ficou conhecido como “efeito solo”. O veículo, que parece um avião, viaja com velocidade de até 350 km/h a apenas 10 cm do chão.
Essa tecnologia remove o atrito, responsável por diminuir a eficiência dos trens atuais, e usa de uma aerodinâmica avantajada para diminuir o impacto do ar sobre o veículo. A velocidade é então responsável por não deixar que o AeroTrain entre em contato com o solo, ao transformar o ar sob ele em uma espécie de “colchão”.
O protótipo foi apresentado este ano na China e logo deve receber uma versão para uso.
Mas já existe um trem que não usa trilhos?
Bom, a resposta para essa pergunta ainda é não. O que temos hoje são trens que não possuem rodas e que, portanto, podem ser capazes de atingir altíssimas velocidades. O projeto da Tubular Rail parece ainda estar longe de se torna realidade e o AeroTrain também levará alguns anos até estar em nosso convívio.
Mas as soluções para a melhoria do transporte estão sendo buscadas e, quem sabe, no futuro não perderemos mais horas em congestionamentos e voos atrasados.
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