A fotografia é uma arte centenária que segue se modificando, evoluindo e se tornando cada vez mais popular. Com o advento dos smartphones equipados com câmeras de qualidade, qualquer pessoa pode fazer registros do dia a dia sem precisar gastar muito ou investir em aprendizado de técnica.
No entanto, ainda existem vários aspectos da fotografia analógica que são encantadores e que seguem despertando curiosidade nas pessoas. As câmeras instantâneas como a Polaroid têm fãs espalhados por todo o mundo e ainda são produzidas por algumas fabricantes, como a Fuji.
(Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock)
Para desvendar o mistério por trás destas fotos que “imprimem” na hora, o Tecmundo explica como funcionam os filmes instantâneos e as variedades que você (ainda) encontra no mercado.
Quando surgiu?
O primeiro filme instantâneo foi apresentado ao mundo em 1947, por Edwin Land, cofundador da Polaroid. A nova tecnologia que exibia uma foto em questão de minutos rendeu à empresa mais de R$ 5 milhões no final da década de 1940, só com a venda de câmeras. A marca se firmou com este nicho e é até hoje conhecida mundialmente por suas máquinas fotográficas instantâneas.
Ao longo do tempo, o estilo de filme ficou cada vez mais moderno e a revelação se tornou mais rápida. No começo, era necessário remover uma folha de cima da imagem para obter o resultado. Já em 1972, a Polaroid apresentou um filme integralmente automático, sem necessitar de nenhuma ação do fotógrafo.
Inicialmente, os filmes instantâneos vinham em pequenos rolos, mas logo chegaram ao mercado os pacotes com cerca de 10 frames, que você apenas inseria em sua câmera (e é assim até hoje).
Quase um filme comum
O filme instantâneo funciona basicamente como um filme convencional, daqueles que é preciso mandar ao laboratório para revelar. A questão é que os químicos estão diretamente no papel e não em um negativo (ou slide positivo, no caso de filmes cromo).
Temos uma camada de componente prateado para os filmes preto e branco e três camadas para os filmes coloridos — a primeira é sensível à luz (cor azul), a segunda à cor verde e a última à cor vermelha. É por isso que ao virar o filme na câmera podemos obter o efeito “redscale”, com a imagem avermelhada, já que a primeira camada atingida é mais forte, distorcendo as cores originais.
O mesmo processo acontece no filme instantâneo. A questão é que um filme convencional precisa de um químico revelador após a captura de imagem, e o filme das câmeras Polaroid e cia. não — um dos motivos pelos quais a imagem não tem tanta qualidade e fixação como a de um negativo comum.
E como funciona?
Assim como no filme normal, vimos que o filme instantâneo tem três camadas. Vamos tratar aqui exclusivamente do filme colorido, pois ele é muito mais comum para este tipo de fotografia.
Enquanto o filme convencional apresenta cada uma com uma cor, no instantâneo os reveladores de cada tom estão presentes, sem necessitar de processos posteriores. Por baixo de cada camada de cor temos uma camada reveladora.
Sobre tudo isso, temos uma camada ácida, uma temporizadora e uma de imagem. Todas elas somadas podem criar a sua foto, mas precisam de um gatilho para ativar as reações químicas que podem produzir o resultado esperado. Este gatilho é o reagente, que fica concentrado na parte inferior da imagem.
Se você já teve contato com uma câmera instantânea, percebe que ela faz um barulho considerável para expelir a foto. Este barulho vem da ação de um par de rolos pelos quais o papel fotográfico precisa passar.
Como funciona um filme instantâneo? (Fonte da imagem: Tecmundo)
Esses roletes são fundamentais, pois espalham o reagente sobre a imagem, permitindo que a reação química ocorra e a imagem possa tomar forma. O reagente, entre outros elementos, traz opacificadores, que nada mais são do que bloqueadores de luz. Eles impedem que a luz chegue às camadas mais baixas para que o material não seja totalmente exposto antes da revelação, trabalhando em conjunto com a cama temporizadora — impedindo que a foto queime.
Uma a uma, as camadas de cor reagem aos químicos, dissolvendo o revelador. O temporizador é fundamental para que a formação ocorra de forma correta com todas as cores presentes na imagem e também é o responsável por uma das coisas mais legais da fotografia instantânea: a possibilidade de visualizar a imagem se formando aos poucos. Mas, por baixo, sua foto já está completa.
Sacudir o filme: mito ou verdade?
É comum as pessoas pensarem que é necessário sacudir o filme para que a imagem se forme com maior rapidez. A verdade é que este é um mito que já dura mais de 50 anos. Como falamos no início do artigo, as primeiras fotos instantâneas tinham uma película sobre a imagem. Ao removê-la, os químicos por baixo ainda estavam úmidos, então, quem utilizava o equipamento acostumou-se a mover a foto para que a imagem se formasse com maior rapidez.
Fotografia de uma Instax Mini 7S, da Fujifilm. (Fonte da imagem: Tecmundo)
Atualmente, isso não é necessário, pois sacudir a foto não tem nenhum efeito prático que possa acelerar o processo, já que os bloqueadores impedem que ela entre em contato com o ar.
Aliás: isso não é nem recomendado. Ao sacudir o filme instantâneo enquanto ele está se formando, você pode acidentalmente dobrar o papel e causar danos à imagem, como manchas e alterações de textura na foto.
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