Muitas vezes, amadores e fotógrafos iniciantes se batem um pouco para aprender a controlar o ISO, configuração que diz respeito à sensibilidade da luz captada pelo sensor da câmera. A regra é simples: quanto maior o ISO, mais luz é captada. Assim, ao fotografar uma cena com pouca iluminação, é recomendável aumentar esse fator.
Porém, não se pode abusar demais, já que o ISO traz um “efeito colateral” indesejado, que é a presença de pequenas bolinhas (ruído) que deixam a foto com a impressão de que foi tirada debaixo de uma tempestade ou algo similar. O vídeo acima explica por que isso acontece e, já que é narrado em inglês, o Tecmundo traz a teoria toda “mastigadinha” para você. Preparado?
Princípio básico de formação da imagem
Tanto a foto quanto o sensor da câmera são formados por "pontos" minúsculos
A primeira noção que devemos ter para entender esse processo é o fato de que uma fotografia digital é composta por milhares de pequenos pontos chamados de pixels. E a câmera digital também possui um componente com estrutura semelhante: o sensor.
Como sabemos, o filme fotográfico foi substituído, há alguns anos, por um sensor responsável por captar a imagem para a qual a máquina está apontada. E assim como a fotografia, esse sensor também é formado por minúsculos “pontos”, que não passam de sensores ainda menores, sendo que cada um deles fica responsável pela captura de um pixel da imagem.
Essas “pecinhas” que compõem o sensor captam a luz de três cores (frequências) diferentes: vermelha, azul e verde. A partir disso, o papel do sensor é o de definir, com base na quantidade de vermelho, verde e azul capturados, qual cor será gravada em um pixel específico da fotografia.
Enganando os gráficos
À esquerda, cena com boa luminosidade. À direita, baixa iluminação
As imagem acima, à esquerda, mostra como a luz é capturada pelo sensor em condições bem iluminadas. De acordo com os dados exibidos pelo autor do vídeo, a nossa câmera fictícia capturou 85% de vermelho, 50% de verde e 75% de azul. Já o gráfico à direita mostra a mesma foto tirada com iluminação mais baixa. Perceba que, nessas condições, a quantidade de luz “percebida” pelo sensor foi muito menor.
A configuração do ISO redefine o limite máximo (100%) de luz percebida pelo sensor
Porém, o que fazemos ao alterar o ISO é orientar a câmera a usar um novo limite máximo para a captura da luz ― ou seja, os 100% passam a valer “menos”. Assim, os sensores podem tornar o valor do pixel na imagem mais brilhante. Em contrapartida, isso acarreta em alguns probleminhas desagradáveis, gerados por sinais elétricos e campos magnéticos.
Como os ruídos aparecem
Acima, fio elétrico sozinho único. Abaixo, fio cruzados, com campos magnéticos que se interferem
Imagine que temos um fio de cobre e, passando por ele, há um sinal elétrico. Ao fazer isso, o sinal acaba gerando um campo magnético ao redor do cabo, que só pode ser isolado por algum material especial.
A situação pode ficar um pouco complicada quando outro cabo cruza por cima do primeiro. Ao conduzir um sinal elétrico, o segundo “fio de cobre” criará um novo campo magnético e, no ponto em que os fios se cruzam, esses campos interferirão um sobre o outro, alterando levemente os sinais elétricos que passam pelos cabos.
No interior de uma câmera digital, há diversos componentes eletrônicos com atividades similares às dos cabos acima. Isso resulta em pequenas interferências que alteram a recepção da luz pelos sensores da máquina fotográfica. Sendo assim, as cores capturadas pela câmera também são ligeiramente diferentes das cores reais, que enxergamos a olho nu.
Se fotografarmos uma sala totalmente escura, por exemplo, ainda assim a câmera sofrerá a interferência desse fenômeno e acabará captando um pouco de “luz” (ruído). Em condições normais, essa alteração não chega a ser preocupante. Porém, quando aumentamos o ISO da máquina, essa interferência se intensifica, já que o limite máximo de captura de luz foi reduzido. Em outras palavras, quanto mais alto for o ISO, mais sensível a essa interferência ficam os sensores da câmeras, pois o ruído se intensifica cada vez mais.
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