Detector de colisão de partículas do Fermilab, nos Estados Unidos (Fonte da imagem: CDF)
Toda partícula de matéria possui uma contraparte com a mesma massa, mas com cargas elétricas inversas, chamada de antipartícula, e que faz parte de algo maior, conhecido como antimatéria. Apesar de as duas existirem em quantidade abundante no universo, há uma questão que intriga cientistas do mundo todo: por que a presença de matéria, no universo, é maior do que a de antimatéria?
Entretanto, estudos recentes, conduzidos pelo Fermilab, nos Estados Unidos, e pelo LHCb, na Europa, constataram um evento que pode ser a chave para a resposta dessa pergunta. De acordo com os físicos dos dois laboratórios, certas partículas decaem ― ou seja, se transformam em outras partículas ― em proporções diferentes das suas contrapartes.
Segundo a BBC, estudos conduzidos tanto pelo Fermilab quanto pelo LHCb — um dos detectores de partículas do LHC — tentaram entender melhor como as partículas subatômicas conhecidas como D-mésons viram outras com o passar do tempo.
As D-mésons são compostas por partículas menores, conhecidas como quarks charm, que podem se transformar em outras duas partículas, kaons e pions. Até então, nosso conhecimento sobre a Física declarava que o decaimento dessas partículas deveria ser praticamente o mesmo que o das respectivas antipartículas, com uma variação de, no máximo, 0,1%.
Porém, o experimento conduzido pelo LHCb demonstrou que esse decaimento é muito mais desigual, chegando a uma diferença de até 0,8% entre partícula e antipartícula. O Fermilab também confirmou resultado semelhante, encontrando uma diferença de 0,62% entre os dois decaimentos.
Em entrevista para a rede de notícias britânica, os cientistas confessaram estar surpresos com essa constatação, já que o resultado é muito incomum. Para tornar tudo mais incrível, os dois experimentos chegaram ao mesmo resultado usando métodos e ambientes diferentes, o que deve dar ainda mais credibilidade às pesquisas.
De acordo com a Dra. Tara Shears, que trabalhou no experimento do LHCb, ainda não está claro se essas descobertas darão origem a uma nova Física ou se apenas guiarão a humanidade a um melhor entendimento do Modelo Padrão, seguido pelos profissionais dessa área. De qualquer forma, parece claro que os dados coletados merecem uma atenção maior.
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