Empenhado já há alguns anos na tarefa de levar a internet para o máximo de pessoas possível, o Facebook liberou no último domingo (21) seu relatório periódico sobre o estado da conectividade em todo o mundo, comparando principalmente os resultados obtidos em 2014 com os do ano passado. O documento estima que, ao fim de 2015, cerca de 3,2 bilhões de pessoas (43% da população mundial) estavam conectadas ao redor do globo, um aumento de 200 milhões de internautas ao longo de um ano.
De acordo com o estudo, essa taxa de adesão tem se mantido constante ao longo dos últimos dez anos, variando entre 200 e 300 milhões de novos usuários anuais. Apesar do montante expressivo de cidadãos com acesso ao conteúdo da web, a marca não parece satisfazer nem um pouco a companhia de Mark Zuckerberg. Isso porque o levantamento indica que ao menos 4,1 bilhões de pessoas seguem em uma vida offline.
Encarando o problema de frente
Para entender os motivos que levam a esse cenário atual ainda bem dividido de inclusão digital, o Facebook separou os desafios da conectividade em quatro barreiras bem distintas. A primeira delas é a disponibilidade do serviço, relacionada à proximidade necessária de infraestrutura para possibilitar o acesso. Um infográfico mostra que ao menos 1,6 bilhão de pessoas ainda não são alcançadas pela cobertura mobile, com o problema ocorrendo principalmente nas regiões mais distantes dos grandes centros urbanos.
Em seguida, vem o fator acessibilidade, no sentido do custo necessário para que a pessoa possa utilizar a internet. A estimativa é que quem não está apto a acessar a web por dispositivos móveis acaba pagando cerca de três vezes mais por conexões convencionais. A terceira barreira listada é a relevância, que diz respeito a quanto do conteúdo disponível na rede pode estimular a pessoa a se aventurar na plataforma – como textos e vídeos em sua língua natal.
Por último, é citado o desafio da atenção do usuário ao tema. Para que mais cidadãos se interessem pela internet é preciso haver capacidade intelectual, habilidades, educação e cultura social que apoie essa migração para o online. A pesquisa, por exemplo, informa que ao menos 1 bilhão de pessoas não possuem um nível básico de alfabetização e cerca de dois terços dos não conectados em países em desenvolvimento não entendem exatamente o que é a internet.
Além de indicar que é preciso haver um esforço conjunto de empresas, governos e ONGs para superar os desafios da conectividade global, o próprio Facebook anunciou uma medida para tentar analisar melhor esse cenário. A companhia fechou uma parceria com um centro de informações da Universidade de Columbia para produzir um mapa detalhado da distribuição da população em 20 países. A ideia é usar esses dados para possibilitar investimentos governamentais mais efetivos em infraestrutura, transporte, saúde e educação.
Caso tenha ficado interessado em conferir mais informações a respeito do State of Connectivity 2015, basta acessar esse link contendo a documentação completa – em inglês – do projeto.
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