Imagine fazer uma longa excursão para uma região distante e inexplorada, sem perspectiva de retorno. Multiplique isso incontáveis vezes e talvez dê para chegar perto do que significa fazer uma viagem só de ida para Marte. Natural de Rondônia, Sandra Maria é a brasileira que se tornou uma das finalistas do Mars One, projeto que vai levar 24 pessoas para morar no planeta vermelho. Apaixonada por ciência desde criança, Sandra foi à rádio Jovem Pan no último dia 24 para conversar sobre a empreitada e falar sobre o que deve encarar durante a jornada.
“Se eu for selecionada vai ser um trabalho difícil. Vamos ter que produzir oxigênio, água, alimentos, criar estrutura em Marte. Não vai ser nada fácil”, explicou aos participantes do Jovem Pan Morning Show. Porém, antes de tudo isso, os candidatos selecionados para essa etapa final passarão por um treinamento que tem expectativa de durar oito anos. Segundo Sandra, durante esse período alguns dos participantes devem receber formação em engenharia e medicina – especializações importantes para a manutenção do projeto.
Isso ainda não garante a permanência de qualquer um dos indivíduos na missão, já que, de acordo com a brasileira, se “algum dos selecionados se apresentarem impróprios, poderá ser retirado e substituído por outra pessoa” – o que dá esperança para quem estiver na fila de espera. Empolgada com a possibilidade de colonizar o nosso planeta vizinho, a rondoniense não teme os dados de um relatório divulgado pelo MIT afirmando que, se os participantes da missão forem efetivamente para Marte, irão morrer depois de 68 dias.
O principal ponto levantado pelo instituto é que as pessoas teriam contato com um “ar irrespirável” durante sua permanência no planeta. “Não ficaríamos no mesmo ambiente onde ficariam as plantações, por exemplo, enfim, eu respeito o trabalho deles mas eles não conhecem a fundo o projeto”, comentou a brasileira sobre a preocupação do MIT. De qualquer modo, antes de chegar a esse ponto, Sandra vai ter que encarar uma viagem de sete meses até Marte – isso se passar na triagem final.
A mentalidade é: colonizar
Durante a entrevista no programa de rádio, a mulher de 51 anos disse que a parte mais difícil para se candidatar ao projeto foi decidir ficar longe dos amigos e da família para sempre. “Fiquei ainda uns 15 dias pensando, pois é uma decisão que envolve riscos, é claro. Me candidatei sem contar para meus pais. Meu pai foi o único que me apoiou e já saiu contando para todo mundo”, explicou Sandra, revelando que só teve coragem de efetivar a candidatura depois de muita pesquisa sobre o assunto.
Além disso, ela afirmou ter plena consciência de tudo acerca do projeto, confessando que está tranquila com a possibilidade de nunca mais voltar à Terra. “É um processo de colonização... Os colonos não existem se começarem a voltar. Vamos continuar nos comunicando com as pessoas na Terra, pelo Whatsapp, Facebook. Eu vou atualizar minhas redes sociais de lá!”, acredita Sandra.
Se levarmos em consideração que a Terra recebe imagens e dados constantemente enviados pela sonda Curiosity, não seria uma surpresa que a brasileira tirasse uma selfie diretamente de Marte, não é?
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