Todo mundo sabe que existe uma enorme quantidade de entulhos circulando ao redor do nosso planeta, e é bem provável que você já tenha visto imagens parecidas com a que colocamos a seguir — que mais ou menos mapeia a quantia de lixo espacial que se encontra em órbita ao nosso redor. E tem lixo, viu!
Esses pontinhos todos representam fragmentos e satélites que se encontram em órbita ao redor da Terra
Segundo um levantamento divulgado pela NASA em 2013, mais de meio milhão de fragmentos haviam sido detectados em órbita ao redor da Terra — e esses detritos todos podem viajar a mais de 28 mil quilômetros por hora. Bem, isso sem falar em todos os satélites que foram lançados ao espaço: mais de 4,2 mil no total, dos quais 1.149 ainda se encontram em funcionamento.
Mas, se existe tanta coisa assim zunindo ao redor da Terra neste momento, como é que nada disso aparece naquelas belíssimas imagens que vemos do nosso planeta clicadas do espaço — como é o caso de uma recente espetacular série fotográfica que consiste nos registros mais detalhados que existem do nosso mundo e onde não é possível ver um lixinho espacial sequer? Seria culpa do Photoshop? Dos aliens? Alguma teoria da conspiração? Confira:
Ué... o lixo espacial sumiu?
Cadê?
De acordo com Mary Beth Griggs, do portal Popular Science, o lixo espacial existe sim e representa um risco cada vez maior para os equipamentos que se encontram em funcionamento ao redor da Terra e até para os astronautas que viajam em missões espaciais. No entanto, nada disso aparece nas imagens simplesmente por uma questão de perspectiva.
Veja, a Terra conta com uma circunferência de pouco mais de 40 mil quilômetros — e um diâmetro de pouco menos de 12,8 mil km —, portanto as tralhas que se encontram em circulação ao nosso redor são pequenas demais para serem registradas pelos equipamentos focados no monitoramento e observações do nosso planeta.
Uma das belíssimas fotos do nosso planeta registradas pelo DSCOVR — e nenhum lixo ou satélite a vista
Aliás, nem mesmo a Estação Espacial Internacional, que é, de longe, a maior estrutura em órbita no momento — com mais de 100 metros de uma extremidade a outra — é visível nas imagens registradas pelos satélites de observação. Segundo Mary, o menor objeto que um desses equipamentos (o DSCOVR, por exemplo, que está a cerca de 1,6 milhão de quilômetros de nós) seria capaz de detectar teria que medir entre oito e dez quilômetros de largura!
Nem a Estação Espacial Internacional é registrada pelos instrumentos dos satélites de observação da Terra
Conforme explicou Mary, nem mesmo satélites que se encontram mais próximos da Terra e equipados com câmeras mais poderosas conseguiriam registrar grande coisa com seus instrumentos. Mesmo nas imagens capturadas pelo MODIS mesmo, que se encontra a aproximadamente 700 quilômetros de distância da superfície, seria difícil identificar a EES — com sorte, veríamos a estrutura como um mero pontinho brilhante.
Problema real
Voltando à questão do lixo espacial, apesar de ele não ser visível nas imagens de satélite — nem aos nossos olhos aqui da superfície —, isso não significa que ele não esteja lá e não seja um problema. De acordo com Mary, a maioria dos fragmentos são pequeninos, variando entre o tamanho de pequenas lascas de material e o de uma bola de baseball, mas podem, potencialmente, causar danos no espaço.
Imagine só o risco!
Isso porque, conforme mencionamos anteriormente, esses pequenos pedaços de material viajam a velocidades altíssimas e poderiam provocar estragos sérios. A Estação Espacial Internacional mesmo precisa ser manobrada de vez em quando para desviar do caminho de entulhos que se encontram em órbita, e no ano passado mesmo, um desses fragmentos errantes atingiu e danificou uma das janelas da estrutura. Imagine se tivesse sido um astronauta durante uma das missões de reparo!
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