A EVGA é famosa por seus produtos de alto desempenho, sendo uma das mais atualizadas do mercado. Recentemente, a fabricante ampliou sua linha de produtos com algumas variantes da novíssima GeForce GTX 950.
A placa dedicada ao consumidor que busca um produto de médio desempenho com preço acessível tem quatro versões: SuperClocked, SuperClocked+, Super Super Clocked e, a top de linha, For The Win — também conhecida como FTW.
Para mostrar o que ela tem de melhor ao consumidor, a EVGA nos mandou a modelo mais robusto para análise. A GeForce GTX 950 For The Win é uma placa que vem para superar os modelos concorrentes e oferecer um desempenho similar ao da GeForce GTX 960.
O grande diferencial desta placa está no overclock de fábrica do chip gráfico, que garante desempenho extra em algumas situações mais exigentes. Para conseguir manter o componente em boa temperatura de operação, a marca aposta em um dissipador maior e o seu famoso sistema de refrigeração ACX 2.0.
Com essas características, a EVGA pretende levar até o jogador uma placa de vídeo robusta, capaz de rodar os games em qualidade Full HD e com capacidade para ativar vários filtros. Será que esta placa é realmente capaz de dar conta do recado? Vamos conferir!
Especificações
Design robusto para uma placa modesta
As placas de vídeo equipada com o chip gráfico NVIDIA GeForce GTX 950 costumam ser pequenas e trazer apenas um cooler. Isto se deve ao fato de que este componente é preparado para rodar os principais games com qualidade balanceada, algo que presumidamente deve garantir temperaturas mais baixas.
Acontece que esta placa da EVGA é muito mais poderosa do que a versão de referência, o que forçou a fabricante a bolar um chassi maior para acomodar os componentes e, consequentemente, uma carcaça de dimensões avantajadas para encobrir o dissipador e dar suporte para as duas ventoinhas.
O resultado é uma placa de vídeo grandona, que quase chega a ocupar o mesmo espaço de uma GeForce GTX 980. Assim como as outras placas da EVGA, a GTX 950 FTW segue os mesmo conceitos de design, apostando em um visual mais simples, mas que garante ótima refrigeração.
O acabamento, como de costume, é de primeira qualidade. Nesta placa, toda a parte de hardware fica escondida atrás da carcaça de plástico, protegendo os componentes eletrônicos. Na frente, os dois coolers garantem o bom funcionamento da placa e deixam o visual mais arrojado.
As ventoinhas trazem apenas o ícone da marca, mas se destacam pela construção de alta qualidade, que garante funcionamento em alta rotação sem produzir qualquer tipo de trepidação ou ruído.
Assim como outras placas mais robustas, esta GTX 950 FTW conta com um backplate, o qual visa evitar qualquer contato com as peças. Na parte de cima, há apenas um conector de energia, já que esta é uma placa econômica. Ela ainda se destaca pelas múltiplas conexões, incluindo dois conectores DVI, um HDMI e um DisplayPort.
Maxwell GM206
Assim como a GeForce GTX 960, as novas placa que trazem o chip NVIDIA GeForce GTX 950 trazem a arquitetura GM206. Diferente de tecnologias focadas puramente em poder bruto de processamento, a Maxwell foi criada para oferecer o melhor desempenho gráfico e energético.
Cada um dos processadores de stream (SMM) é dividido em 4 blocos de processamento independentes, sendo que cada bloco tem 32 núcleos CUDA, o que totaliza 128 núcleos por SMM. Os blocos de processamento possuem mecanismos próprios de agendamento de instruções, o que permite que os núcleos sejam aproveitados de forma inteligente pelo sistema. Isso melhora bastante a eficiência do trabalho e diminui o desperdício de energia.
O sistema de cache da Maxwell também é mais eficiente que o da Kepler (geração anterior de componentes da NVIDIA). Agora, as unidades de processamento possuem 96 KB de memória compartilhada, enquanto as funções de cache L1 / textura são combinadas em um conjunto de 24 KB de memória por par de blocos de processamento (48 KB por SMM).
Para simplificar: o Maxwell pode apresentar até 1,4x mais desempenho por núcleo que o Kepler. Além disso, ele também consegue apresentar 2x mais desempenho por watt.
Sistema de refrigeração EVGA ACX 2.0+
Placas de vídeo mais robustas costumam consumir mais energia para trabalhar com clocks acima da especificação e, dessa forma, entregar performance extra ao jogador. Acontece que mais poder de processamento implica em temperaturas elevadas, o que exige um sistema de refrigeração eficiente para manter a placa em pleno funcionamento.
Quando tratamos dos modelos mais robustos da EVGA, podemos ter a certeza de que o overclock realmente será vantajoso e vai requisitar muito mais do sistema de ventilação. E é justamente neste ponto que o sistema ACX 2.0+ faz toda a diferença.
Pensando em toda a série de componentes da série GTX 900, a EVGA melhorou seu sistema de refrigeração — que já era excelente — e leva até o consumidor um produto que trabalha de forma silenciosa e com temperaturas bem reduzidas. O desempenho é similar ao que já vimos em outras placas recentes, mas vale ressaltar alguns pontos.
No dia a dia, mesmo com o gabinete aberto, você dificilmente notará a atividade da placa de vídeo, que não emite qualquer ruído, já que as ventoinhas ficam paradas. É curioso notar que mesmo ao rodar alguns jogos e benchmarks, esta placa ainda mantém o cooler desligado, ativando-o apenas quando o calor é muito excessivo.
Ainda mais performance!
Normalmente, nós realizamos as análises com as placas de vídeo em suas configurações de fábrica, ou seja, não ativamos modos de overclock, BIOS alternativas ou outras opções que visam dar performance extra, já que tais conveniências não representam o uso comum do componente.
Ainda que não realizemos os testes, é preciso evidenciar quando uma determinada placa possui algum tipo de funcionalidade para turbinar o desempenho. No caso da EVGA GTX 950 FTW, o jogador pode ativar uma BIOS alternativa e obter resultados ainda mais impressionantes.
Basta alternar uma chave que fica na própria placa para mudar o software principal do componente. Uma vez feito isso, a placa vai operar em um modo "mais agressivo", abusando do overclock e entregando mais performance nos principais jogos.
VXGI – Voxel Global Illumination
A iluminação é um dos recursos mais fundamentais na hora de garantir o realismo nas cenas. A NVIDIA sabe disso e lançou junto com os novos modelos Maxwell o VXGI, sigla para Voxel Global Illumination. A nova tecnologia pode aumentar a capacidade da GPU na hora de processar efeitos de iluminação global.
Para entender como o sistema trabalha, antes é preciso entender como os voxels funcionam: enquanto um pixel representa um ponto 2D no espaço, um voxel representa um pequeno cubo do espaço 3D. Para realizar a iluminação global, é preciso calcular a luz que é emitida por todos os objetos na cena, e não apenas as luzes diretas.
Para que isso seja feito, toda a cena é preenchida com pequenos cubos chamados voxels. Esse processo é chamado voxelização, que é o ato de determinar o conteúdo da cena em cada voxel. Ele é análogo ao processo de rasterização, que é a determinação do valor de uma cena em dadas coordenadas 2D.
No VXGI, são armazenadas duas informações em cada voxel: a) a fração de voxel que contém um objeto real; e b) por qualquer voxel que contém um objeto, as propriedades da luz que vêm do objeto (ou seja, saltando para fora dele a partir das fontes de luz primária), incluindo direção e intensidade.
Assim que a fase de cobertura dos voxels termina, são armazenadas informações em cada voxel que descrevem como a geometria física responde à luz. Isso inclui a codificação de opacidade da matéria e propriedades emissivas e reflexivas.
Em seguida, a cena é checada novamente, desta vez verificando a iluminação direta em cada voxel não vazio. Depois, é renderizada várias vezes a partir de pontos de vista de diferentes pontos de iluminação, capturando a luz que atinge cada voxel. O processo de voxelização fornece dados sobre toda a informação de luz presente na cena.
O último passo é a rasterização da cena, como ela é feita tradicionalmente. A diferença agora é que existe muito mais dados para serem utilizados nos cálculos juntamente com outras estruturas, como mapa de sombras. De acordo com a NVIDIA, essa tecnologia pode ser escalonada para trabalhar em diferentes tipos de hardware, incluindo GPUs Kepler e até mesmo consoles. A vantagem do Maxwell é que ele já foi feito pensando-se nesse recurso, podendo aproveitar muito mais as novas funções.
DSR – Dynamic Super Resolution
A super-resolução dinâmica não é exatamente uma novidade. Existem diversas ferramentas não oficiais que podem fazer downsampling nas imagens, mas nada se iguala ao suporte oficial por parte do fabricante.
O que o DSR pode fazer é aumentar significativamente a qualidade das imagens. Para entender como ele funciona, pense em um monitor Full HD. Agora, imagine uma imagem em resolução inferior à do monitor. Para preencher toda a tela, a imagem precisará ser esticada, deixando as imperfeições mais aparentes.
O downsampling funciona de forma parecida, só que, em vez de esticar uma imagem pequena para preencher a tela, ele espreme uma imagem grande para que ela possa ser exibida em um monitor com resolução menor que a da imagem gerada, eliminando quase que completamente as imperfeições. Isso é especialmente útil para quem pretende rodar jogos com qualidade 4K em monitores Full HD.
A compatibilidade é garantida pelo GeForce Experience, que configura os jogos e todos os detalhes para que você não precise se preocupar com nada. Basta selecionar o game desejado e mudar a resolução.
Apesar de a NVIDIA focar o seu marketing no 4K, é possível utilizar resoluções menores, como o 2K ou outros valores compatíveis com a sua tela, pois o sistema oferece opções diferentes de configuração para que você possa encontrar o perfeito equilíbrio entre desempenho e qualidade visual. E isso é bastante importante, pois rodar jogos nessas resoluções exige muito do hardware.
MFAA
O MSAA ou Multi Sampling Anti-aliasing é o método antisserrilhados mais comum hoje em dia. Essa técnica oferece um ótimo resultado visual, mas pode pesar um pouco em resoluções mais altas — principalmente em um hardware menos potente.
Para tentar resolver um pouco essa situação, a NVIDIA está trazendo o MFAA, que pode oferecer a mesma qualidade visual do MSAA, mas não pesa tanto na hora do processamento. Para fazer isso, o sistema aplica dois tipos diferentes de AA na imagem. Em seguida, as duas são mescladas para garantir um efeito próximo ao do MSAA, mas com uma penalidade menor no desempenho.
Outros recursos NVIDIA
Essa placa de vídeo também possui todos os recursos exclusivos desenvolvidos pela NVIDIA. Entre eles está o PhysX, um sistema que realiza os cálculos de física para trazer aos jogos efeitos mais realistas. Roupas, partículas e iluminação podem ficar muito mais detalhadas com o PhysX ativado.
Junto dele estão recursos avançados de antialiasing, como o FXAA e o TXAA, capazes de garantir uma ótima qualidade visual sem comprometer muito o desempenho do sistema como um todo. O Adaptive V-Sync sincroniza as imagens com a frequência da tela para garantir a fluidez nas animações sempre que a placa tiver poder de sobra. O efeito é ativado e desativado em tempo real para garantir um bom equilíbrio entre desempenho e qualidade visual.
Já o GPU Boost é uma tecnologia que pode aumentar o clock do processador gráfico em tempo real, oferecendo mais poder de fogo enquanto a temperatura máxima do chip não for atingida.
Testes de desempenho
As especificações da placa de vídeo são de extrema utilidade, mas esses números são apenas números quando não temos testes práticos. Desta forma, para conhecer todo o poder da placa de vídeo, nós realizamos uma série de testes com aplicativos de benchmark e jogos recentes para averiguar a capacidade da placa de vídeo.
Nossas verificações são realizadas com uma máquina de testes robusta, a qual oferece o suporte necessário para a placa de vídeo. Confira os detalhes:
- CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.800 MHz;
- Placa-mãe: EVGA X79 SLI;
- Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2133;
- SSD: Kingston HyperX 3K 480 GB;
- HD: 3 TB Seagate ST3000M001;
- Fonte: Corsair AX1500i.
Quanto às configurações de vídeo, nós mantemos os detalhes em nível elevado (Ultra ou Extreme, o que varia conforme o título), algo cabível para a EVGA GTX 950 For The Win. O único item que permanece desativado é o V-Sync. Para esta análise, os testes foram divididos em duas etapas diferentes: jogos e benchmarks.
Jogos
F1 2015
Com o amadurecimento da série F1, a Codemasters conseguiu polir os gráficos do mais novo título, garantindo bom aproveitamento dos recursos de hardware e entregando visuais estonteantes com o DirectX 11.
Hitman: Absolution
Apesar de ser um jogo de 2013, Hitman: Absolution serve perfeitamente para verificações com tecnologias mais recentes, já que sua engine abusa do poder de processamento e trabalha com o DirectX 11. Os resultados são frutos do benchmark próprio do game, servindo perfeitamente para um comparativo.
Metro Last Light Redux
Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é uma excelente prova de fogo para placas mais robustas.
Middle Earth: Shadow of Mordor
Um dos jogos de maior sucesso dos últmos tempos é também um ótimo título para teste de poder gráfico. Este jogo baseado na série Senhor dos Anéis conta com uma grande quantidade de elementos em cenário e pode representar um bom desafio em alguns momentos para os processadores gráficos.
Benchmarks
3DMark
O 3D Mark é um dos mais famosos programas de benchmark. Ele se destaca principalmente por trazer uma grande variedade de cenários para testes dos diferentes recursos de hardware e software da placa de vídeo. Este benchmark conta com uma série de testes diferenciados, mas, como de costume, rodamos o FireStrike Extreme para poder comparar o produto com outros modelos.
Unigine Valley
O Valley Benchmark mostra uma região cheia de montanhas com uma enorme quantidade de árvores em um terreno de 64 milhões de metros quadrados — verificando principalmente a capacidade da memória gráfica da placa de vídeo. Este software ainda trabalha com muitos efeitos de luz, colocando o poder da placa de vídeo à prova.
Temperatura
O trabalho de refrigeração da EVGA GTX 950 FTW é digno de aplausos, pois ela consegue deixar o chip gráfico bem refrigerado, mantendo ótimos valores em Full Load (quando o chip gráfico estava sob máximo estresse) sem causar ruídos.
Consumo
Durante os testes, nós realizamos algumas medições no consumo de energia com a ajuda de um dispositivo chamado Kill a Watt, que informa o consumo total da máquina, ou seja, quanto ela está “puxando” da tomada. As medições são realizadas em três momentos distintos:
- Ocioso: máquina ligada, mas sem nenhum aplicativo em atividade;
- Filme: filme em qualidade Full HD rodando em tela cheia;
- 3DMark FireStrike Extreme: simula o uso normal da máquina em jogos.
Vale a pena?
A EVGA GTX 950 For The Win é uma placa voltada para os gamers que buscam alto desempenho, mas não pretendem gastar rios de dinheiro em um produto de ótima qualidade. Levando essas questões em consideração, podemos dizer que vale muito a pena adquirir esta placa de vídeo, já que ela garante bons resultados com um pequeno adicional no preço.
Na maioria dos testes sintéticos e na execução dos games, a nova EVGA GTX 950 For The Win conseguiu resultados muito próximos de outras placas equipadas com o chip gráfico GTX 960, o que realmente nos surpreendeu. Em algumas situações, esta placa modesta até superou modelos concorrentes, o que é algo a se levar em conta na hora de adquirir uma nova placa.
No fim das contas, a EVGA GTX 950 For The Win é ideal para aproveitar os games na qualidade máxima, abusando de texturas mais detalhadas em Full HD e até podendo utilizar alguns filtros para incrementar os visuais. Em alguns títulos, as taxas de frames podem ficar mais baixas, mas a placa ainda se mostra robusta e não deixa o jogador na mão.
Conforme já constatamos em outra análise, a NVIDIA promete que este chip gráfico é capaz até mesmo de rodar games na resolução 4K. De fato, isto não é impossível, se considerarmos a utilização de visuais mais simples, conseguimos rodar os games com uma taxa de frames aceitável. A GTX 950 não é a opção certa para quem dar o passo definitivo para a resolução Ultra HD, mas ela já dá um gostinho dos futuros gráficos.
Em questão de preço, a EVGA GTX 950 For The Win deve chegar com valores que variam entre R$ 1.000 e R$ 1.050. Se você fizer uma consulta hoje vai perceber que este é o mesmo valor da GTX 960, porém é necessário evidenciar que os produtos disponíveis na loja ainda estão com valores baseados em cotações anteriores do dólar.
Com as mudanças nos valores, as placas equipadas com a GTX 960 terão um salto no preço, o que vai colocar as novas placas da EVGA em uma posição mais interessante do ponto de visto do custo-benefício.
Certamente, vale a pena apostar seu dinheiro na EVGA GTX 950 FTW, levando em conta que ela entrega bons resultados nos principais games sem custar muito caro. Mais uma vez, parabenizamos a EVGA pela ótima solução idealizada para os consumidores brasileiros!
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