Quem acompanha o TecMundo e o TecMundo Games diariamente já conferiu que o time da Big Gods fez bonito e conquistou o caneco na classificatória para o Grande Campeonato Global de Heroes of the Storm, marcado para ser disputado na Coreia do Sul entre os dias 1º e 3 de abril. O que vocë provavelmente não sabe é que, a convite da Blizzard, demos um pulinho no Expo Center Norte, no último domingo (20), para cobrir a Final Regional do jogo e acompanhar de perto essa etapa derradeira da jornada dos brasileiros.
Depois de um sábado (19) agitado que definiu os finalistas do torneio latino americano, o dia dos últimos confrontos começou de uma forma bem mais descontraída, com as equipes chilenas Kaos Latin Gamers e Rebirth eSports entrando na arena para decidir que ficaria com a medalha de bronze da competição. Apesar do clima amistoso entre ambos os times – que conversavam e chegavam a dar risadas nos momentos de descanso entre uma game e outro –, na hora das partidas ficou claro que nenhum deles estava preparado para dar o braço à torcer, mesmo que Seul já não estivesse ao seu alcance.
O cenário quase pronto para receber os atletas.
Confrontos de peso
Ainda que tenha sido surpreendida pela peruana Crusader Gaming na semifinal, a KLG entrava no Nexus como a favorita à conquista de terceiro lugar, principalmente devido à campanha de classificação paras as finalíssimas e tradição nos eSports. Mesmo assim, foi a Rebirth quem mostrou força no primeiro combate, mostrando um bom controle dos objetivos do mapa (Santuários Infernais) e fazendo boas team fights. A KLG tentou reagir, fez alguns boas lutas e chegou a pressionar a base inimiga algumas vezes, mas seus oponentes administraram a vantagem e fecharam 1 a 0 pouco depois dos 27 minutos.
Logo em seguida, na arena O Condado do Dragão, a Rebirth tentou ampliar o placar com um time que contou tanto com o badalado Xul quanto com um herói bem peculiar: Murquinho. A estratégia não pareceu ter dado muito certo, já que mesmo o pequeno Murloc não dando muita experiência aos adversários quando morto, seus abates rendiam tempo de recarga resetado para as habilidades da Li-Ming da KLG. A Rebirth chegou a pressionar com o buff do dragão em um determinado momento, porém, isso não foi suficiente para evitar um wipe da equipe e a vitória da KLG antes dos 19 minutos.
Com a série empatada, o Jogo 3 ocorreu no Campo de Batalha da Eternidade. A fase de escolha de heróis praticamente ganhou o jogo para a KLG, que investiu em uma composição bem balanceada em relação a dano e controle das lutas, se aproveitando da frorça de Greymane, das curas precisas de Uther e, claro, da Roda Punk do C.T.E. Resultado? Um atropelo em pouco mais de 22 minutos. A Rebirth não se deixou abater e levou o game seguinte nas Torres da Perdição, fazendo um início ruim se transformar em ótimas TFs – isso por conta de um bom controle de lutas e da heróica do chefão tauren.
Bronze com muito orgulho!
Na disputa final da MD5, o cenário foi o Templo Celeste, palco de uma das grandes reviravoltas do dia! As duas equipes começaram o jogo bem hesitantes, com a Rebirth abrindo o placar apenas aos cinco minutos, embalando uma boa vantagem que se estendeu até os 13 minutos. A KLG, no entanto, mostrou sangue frio, venceu uma TF bastante desfavorável e deu início a um ataque que pode ter minado de vez a força de vontade de seus conterrâneos. Bastaram mais 120 segundos para que o grupo provasse seu favoritismo com um lindo wipe em cima da Rebirth aos 15 minutos, emplacando finalmente o 3 a 2.
Depois dos cumprimentos entres os participantes, Cristoffer “Eri” Villarroel foi ao palco para falar da conquista do terceiro lugar pela KGL. O rapaz comentou que era muito bom poder participar de um campeonato oficial da Blizzard, representar seu país e tentar dar o seu máximo. Ele lembrou ainda que no quarto game eles acharam que iriam conseguir fechar a guerra contra a Rebirth, mas acabaram tomando uma virada, fazendo com que aquele pensamento de “caramba, vamos ter que jogar de novo” viesse à tona. A experiência, porém, falou mais alto e rendeu o pique para garantir a vitória derradeira.
Confira abaixo o draft de cada uma das partidas:
Jogo 1 (Santuários Infernais)
Kaos Latin Gamers (Derrota)
- Escolhas: Sonya, Tassadar, Muradin, Asaluz e Lunara
- Banimentos: Thrall e Zagara
Rebirth eSports (Vitória)
- Escolhas: Falstad, Greymane, Rehgar, Johanna e Leoric
- Banimentos: Xul e Uther
Jogo 2 (O Condado do Dragão)
Kaos Latin Gamers (Vitória)
- Escolhas: Falstad, Thrall, Tyrande, Li-Ming e Muradin
- Banimentos: Sonya e Uther
Rebirth eSports (Derrota)
- Escolhas: Xul, C.T.E., Greymane, Malfurion e Murquinho
- Banimentos: Zagara e Rehgar
Jogo 3 (Campo de Batalha da Eternidade)
Kaos Latin Gamers (Vitória)
- Escolhas: Thrall, Greymane, Uther, C.T.E. e Zagara
- Banimentos: Sonya e Rehgar
Rebirth eSports (Derrota)
- Escolhas: Falstad, Li-Ming, Tassadar, Johanna e Kharazim
- Banimentos: Xul e Muradin
Jogo 4 (Torres da Perdição)
Kaos Latin Gamers (Derrota)
- Escolhas: Thrall, Li-Ming, Tassadar, Tyrande e Diablo
- Banimentos: Sonya e Rehgar
Rebirth eSports (Vitória)
- Escolhas: Xul, Greymane, Muradin, Malfurion e C.T.E.
- Banimentos: Falstad e Uther
Jogo 5 (Tempo Celeste)
Kaos Latin Gamers (Vitória)
Escolhas: Sonya, Falstad, Muradin, Li-Ming e Ten. Morales
Banimentos: Greymane e C.T.E.
Rebirth eSports (Derrota)
Escolhas: Xul, Tassadar, Rehgar, Valla e Johanna
Banimentos: Thrall e Zagara
Dada a largada para a final
Depois de horas de batalhas árduas entre os chilenos, a quente noite do domingo foi o palco dos combates decisivos da Copa América de Heroes of the Storm. Depois de uma breve pausa para que os times da Big Gods e da Crusader Gaming arrumassem seus equipamentos, periféricos e configurações nas máquinas montadas em um dos salões do Expo Center Norte, em São Paulo, os jogadores deixaram o palco para fazer sua entrada oficial na finalíssima da competição. Ainda que todos parecessem focados, era claro que os brasileiros estavam confortáveis em jogar em casa.
Enquanto Matheus “Typhex” Santos, Estaban “DEUS” Aspera e Murillo “murizzz” Tuchtenhagen faziam o tipo mais concentrado nesse período de aquecimento e preparação, os bigodudos Rodrigo “Vieira” Vieira e Juan “Jschritte” Passos (ou Judite, como é carinhosamente conhecido) estavam no mais completo clima da zoeira. Mesmo que a dupla não desse um descanso para as brincadeiras, caras e bocas para as câmeras, bastou que a brincadeira valendo vaga no mundial começasse para que o bom humor virasse seriedade e habilidade dentro do game.
Glória verde e amarela
O primeiro confronto da final foi realizado no mapa Torres da Perdição, no qual a Big Gods mostrou bastante desenvoltura logo de cara. Além do ótimo controle do cenário e dos objetivos, a equipe sediada na capital paulista deu mais uma prova de que o assassino Greymane era uma força a ser reconhecida durante toda a etapa decisiva do torneio. O resultado dessa combinação foi um domínio grande da partida por parte da Big Gods, TFs bastante precisas – apostando no erro dos inimigos – e uma vitória relativamente rápida, antes dos 19 minutos.
Para a batalha que veio logo a seguir, os peruanos deixaram a plateia presente no local e até os comentadores de boca aberta e claramente surpreendidos. O motivo? A escolha de uma composição bastante agressiva e sem nenhum personagem tank para tentar levar a melhor nos Santuários Infernais. A tática ousada, como já era esperado, rendeu ótimas team fights quando a Crusader conseguia iniciar as lutas sob seus próprios termos. Porém, bastou que a Big Gods pressionar para que garantisse abates fantásticos, subisse dois níveis em cima dos opontentes e decretasse rapidamente o 2 a 0.
Tanto o público quanto os jogadores pareciam animados em dar proseguimento ao que podia ser a partida decisiva. Ninguém contava, porém, que uma sequência de problemas técnicos faria com que o terceiro game atrasasse por cerca de uma hora e meia, esfriando um pouco os ânimos e até dando tempo para que o time do Peru recuperasse o fôlego e colocasse a cabeça no lugar. Felizmente, os narradores da VIU Studio fizeram um ótimo trabalho em segurar no gogó a atenção do público no local e na web, fazendo análises do campeonato até ali e traçando previsões para o jogo derradeiro.
Com tudo devidamente acertado e com a etapa de escolha e banimentos de heróis feita, foi dado início à peleja no mapa Jardim do Terror. Desta vez com os os times bem equilibrados, a partida foi bem mais parelha que as anteriores – apesar do primeiro abate ter sido emplacado pela Big Gods aos 40 segundos. A Crusader chega a liderar o placara de frags por uma boa margem, mas, no fim, não consegue conter a experiência dos bigodudos, que mais uma vez souberam impor sua estratégia e acabar com a festa dos peruanos de vez, lacrando o 3 a 0 e se sagrando campeões do regional.
O coração aqui, mas a mente lá longe
Emocionado e segurando a bandeira do Brasil, Judite revelou que se sentia realizado com o resultado – principalmente depois do que aconteceu no ano passado – e que espera representar bem a América Latina na Coreia do Sul. Ao fim do evento, tambe tivemos oportunidade de falar rservadamente com Vieira, que se mostrou um dos pilares do time como suporte, garantindo a sobrevivência do time mesmo nas condições mais adversas dentro do Nexus. Apesar de ter exaltado a coragem e a garra da Crusader em sua campanha, o jogador confessou que gostaria realmente de ter encarado a KLG.
“Provavelmente eles tiveram algum problema interno, daquele que explode e vira um monte deles. Mas eu queria muito jogar a final com eles, eles são experientes e eu valorizo bastante quem está aí desde o começo do cenário”, explicou. Questionado sobre como eles enxergam o nível deles em relação à competição lá fora, Vieira foi sincero e disse que tudo deve ser encarado um passo por vez. “A gente vai analisar as comps das equipes do Mundial e treinar ao máximo para agradecer cada um que torceu pela gente aqui”, comentou.
É muito diferente você jogar sozinho e depois jogar com o apoio de uma organização cuidando de toda a burocracia, deixando tudo livre para que o atleta possa jogar, jogar e jogar mais
Ele também aproveitou para falar sobre como as coisas mudaram com o projeto iniciado junto à equipe da Big Gods, que anexou o time ao seu plantel de eSports. “É muito diferente você jogar sozinho e depois jogar com o apoio de uma organização cuidando de toda a burocracia, deixando tudo livre para que o atleta possa jogar, jogar e jogar mais”, prometendo fazer com que as sessões de treino de 16 horas se tornem de 26 horas por dia (sim!) na preparação para a Coreia. Com essa dedicação, ficamos na expectativa para o mundial e na torcida para o sucesso da Big Gods.
Veja quais heróis foram selecionados ou negados durante as finais:
Jogo 1 (Torres da Perdição)
Big Gods (Vitória)
- Escolhas: Greymane, Tassadar, Johanna, Falstad e Rehgar
- Banimentos: Sonya e C.T.E.
Crusader Gaming (Derrota)
- Escolhas: Thrall, Li-Ming, Asaluz, Tyrael e Valla
- Banimentos: Xul e Muradin
Jogo 2 (Santuários Infernais)
Big Gods (Vitória)
- Escolhas: Greymane, Suturino, Rehgar, Jaina e Muradin
- Banimentos: Sonya e C.T.E.
Crusader Gaming (Derrota)
- Escolhas: Tassadar, Thrall, Zeratul, Asaluz e Valla
- Banimentos: Xul e Falstad
Jogo 3 (Jardim do Terror)
Big Gods (Vitória)
- Escolhas: Xul, Sonya, Zagara, Johanna e Ten. Morales
- Banimentos: Tassadar e Thrall
Crusader Gaming (Derrota)
- Escolhas: Greymane, Uther, C.T.E., Lunara e Jaina
- Banimentos: Li-Ming e Falstad
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