Estamos nos aproximando de mais um dia das bruxas, também conhecido como Halloween. A data é conhecida por trazer uma série de histórias macabras e acontecimentos aterrorizantes que quem conta jura que são reais.
Verdade ou não, todos conhecem uma ou mais histórias de terror e, acredite se quiser, até mesmo quem trabalha aqui na NZN já passou por momentos de apuro.
Os relatos que serão contados a seguir são todos completamente reais (ou não) e mostram como os mistérios do outro mundo podem ser perigosos.
Reunimos algumas histórias testemunhadas por algumas pessoas aqui da empresa. Confira.
O jogador profissional
Vinicius Karasinski
Jorginho adorava video game e sonhava em ser um jogador profissional de eSports. Apesar de ter os jogos, ele sempre perdia para os colegas por não ter condições de comprar equipamentos adequados. Seu mouse ainda era daqueles com bola em baixo, e isso prejudicava seu desempenho.
Um dia, ao passear pelas ruas do centro, percebeu uma loja que nunca havia entrado antes. Era uma porta pequena e tinha pouca coisa à venda. Jorginho mal se conteve quando encontrou o que ele mais sonhava: um mouse NZN-5000, o melhor mouse do mundo. Obviamente ele era caríssimo e o garoto não tinha como pagar por ele.
Sem que ele percebesse uma velha senhora apareceu no balcão e perguntou se ele gostaria de ter aquele mouse. Jorginho respondeu que sim, mas que não poderia pagar. A senhora mediu o menino de cima a baixo com seus olhos brancos e assustadores, até que ofereceu o mouse de graça. Assim que ele estava saindo da loja, no entanto, ela falou:
“Esse mouse foi de graça, mas você poderá pagar caro por ele” — e terminou com uma gargalhada sinistra. Jorginho ignorou, pois mal podia conter a emoção: finalmente conseguiu o que tanto sonhou.
Logo na primeira partida ele já sentiu a diferença. Venceu todas as batalhas sem muito esforço. Porém, certo dia aconteceu algo estranho: sua mão grudou no mouse que começou a se mover sozinho. O cursor abriu um teclado virtual na tela e escreveu a seguinte mensagem: “Eu morri e meu espírito está nesse mouse. Cumpra minha vingança”.
Jorginho ficou desesperado, mas não conseguia parar de jogar. Aos poucos ele perdeu o controle sobre seu corpo, até que sua consciência foi desaparecendo. O menino venceu o campeonato mundial e destruiu seus adversários... Mas nunca mais foi o mesmo.
Seus familiares e amigos comentam que o temperamento de Jorginho mudou depois daquilo. Era como se fosse outra pessoa. A maioria disse que o rapaz “cresceu”, por isso mudou tanto. Mas sua mãe, no fundo, sempre soube: aquele não era mais o seu filho. E, por mais que tentasse, nunca iria conseguir entender por que o garoto nunca largava aquele maldito mouse.
Uma história real
Renan Hamann
Quando me pediram para contar essa história pela primeira vez, eu só consegui chegar até a metade dela. Era difícil pra mim. O meu estômago ainda fica revirado quando eu sinto o cheiro daquela noite que eu preferia não ter conhecido. Era 31 de outubro, mas eu jamais imaginei que as lendas que ouvimos dos nossos pais poderiam se tornar realidade. Dia das bruxas? Pfff... Eu ria quando me falavam disso.
Mas naquele ano as coisas foram diferentes... O dia 31 de outubro caiu numa sexta-feira 13 e até mesmo eu, que não acredito em superstições, acordei com a pulga atrás da orelha — e isso é bem estranho, porque eu nem tenho cachorro na minha casa...
Quando abri os olhos, percebi uma atmosfera densa ao meu redor. Mesmo assim, segui meu dia. Fui para a faculdade e não consegui conversar com ninguém. Depois no estágio foi a mesma coisa. Eu só queria voltar correndo para casa! Se eu soubesse que aqui dentro que aconteceriam as piores coisas, teria ficado pelo caminho. Se eu soubesse... Aquela noite não estaria sendo contada.
Foi chegar em casa, abrir o portão e cruzar o caminho até a porta de casa. Foi o tempo de deixar a mochila em cima do sofá e correr para ligar o computador. A luz que devia estar piscando estava totalmente acesa... A luz mostrava a dura realidade assombrada... O meu modem estava queimado! Sem internet por todo o fim de semana!
Fantasmas na tela
Vinicius Karasinski
O sonho da jovem Carmela era ter um computador. Juntou o dinheiro e comprou a máquina em 6 parcelas de 66 reais. O monitor ainda era dos modelos antigos, de tubo, já que a moça não podia pagar por uma tela mais nova.
Logo que chegou em casa correu ligar tudo, mas em poucos minutos percebeu algo estranho no visor. Era como se a imagem parecesse meio arrastada, com fantasmas. Até então ela achava que esse tipo de coisa só acontecia em televisores, mas acreditou conseguir resolver por conta. Mexeu em tudo por algum tempo, só que logo desistiu e foi dormir.
Alguns dias depois os familiares de Carmela foram até a casa da garota (que morava sozinha) mas não a encontraram. A polícia foi avisada, mas nunca mais ela foi vista. O desaparecimento da moça causou comoção e muita gente ajudou nas buscas. Tudo em vão. O povo comenta que a alma dela ficou presa no monitor, que ela virou “mais um fantasma” na tela. Mas é claro que essa versão nunca foi levada a sério.
O monitor de Carmela nunca mais foi utilizado. Por se tratar de um modelo antigo, ele acabou largado em um depósito por aí. Quem passa por perto comenta que às vezes sente um forte cheiro de perfume de rosas por perto, junto com um calafrio. Além disso, alguns comentam já terem visto o vulto de uma garota por perto.
Um singular email
André Tachibana
Édipos era um funcionário discreto que exercia um cargo administrativo em uma repartição pública. Embora não fosse uma figura popular em seu meio, mantinha o hábito de enviar todos os dias emails aos demais colegas de trabalho com uma mensagem insólita.
Fora essa prática, não havia de sua parte qualquer outra tentativa de interação com os demais funcionários e, não obstante, era tido como uma pessoa altiva e antissocial devido à natureza pouco expansiva de sua personalidade. A própria natureza de sua função contribuía para a formação dessa imagem pelos demais: ele gerenciava processos produtivos, o que causava certo constrangimento e que resultou em um comportamento instintivo de autoproteção.
Apesar desse mal estar, Édipos demonstrava um devotado comprometimento com sua ocupação. Era habitualmente o primeiro a assumir o ofício e sacramentalmente o último a deixá-lo. Este é um levantamento importante para entender o que se sucedeu. Antes mesmo dos demais funcionários chegarem à repartição, Édipos já estava ali, e era ele que ficava até o apagar das luzes. Essa sua devoção pelo trabalho também era algo que contribuía para afastar as pessoas.
Como consequência gradual e progressiva, nem um "bom dia" era direcionado mais a ele. Simplesmente passavam pelo seu setor como se ele fosse inerente à mobília, limitando-se apenas, quando muito, a mandar um “emoticon de sorrisinho” como resposta aos seus misteriosos emails.
O real motivo pela insistência dele em mandar essas mensagens é desconhecido. Esconderiam alguma instrução secreta? O fato é que depois de tanto tempo elas estavam afetando o psicológico dos envolvidos e criando um ruído inesquecível em seus espíritos.
Contudo, por esquivar-se de Édipos, as pessoas mal lembravam mais dos traços de sua fisionomia. Quando cruzavam o corredor, assim o faziam evitando direcionar o olhar para a figura impessoal.
As semanas se passavam e pouco a pouco uma atmosfera mórbida impregnou todo o lugar. Havia algo de anormal no ar, um sentimento de intranquilidade e angústia pairava sobre a alma dos que ali adentravam. A apreensão foi dando lugar a uma histeria coletiva e em pouco tempo se acreditava ver estranhos vultos nos corredores sob a iluminação parda do recinto.
Certo dia, um estranho odor saturou toda a repartição. A princípio suspeitava-se de que vinha do ar condicionado, e o ar putrefato certamente decorria de algum roedor em decomposição nos dutos. Porém, a cada hora o ar pestilento ficava ainda mais sombrio e desconfortável.
No final daquela manhã cinzenta, o ambiente já estava insuportável. O ar insalubre embora fosse sentido no prédio todo, estava mais intenso próximo a Édipos. Uma equipe de manutenção havia sido solicitada e, como a rotina de trabalho estava impraticável, muitos funcionários saíram de licença e não trabalharam mais no dia.
Em consequência da burocracia do protocolo, a equipe de manutenção só pôde atender o chamado na manhã seguinte e, tão logo chegaram, o foco do desconforto foi detectado. Édipos estava morto. A perícia ainda analisaria o caso e o laudo oficial levaria um bom tempo para ser concluído, mas já cogitavam a hipótese de suicídio por causa da quantidade de processos em aberto que estavam sob sua mesa.
Pelo estado avançado de decomposição do corpo, ele já estava morto há mais de um mês, embora constasse seu nome na atual folha de pagamento. No dia seguinte, convenientemente muitos não vieram trabalhar, pois estavam traumatizados pelo ocorrido. Os que viriam nos dias seguintes se deparariam com um conhecida e funesta mensagem em suas caixas de email assinada por Édipos.
O telefonema
Homero Meyer
Já era madrugada quando o telefone de Hou Benz tocou, despertando o jovem em uma noite gelada nos arredores de Londres. Ele atendeu, mas não ouviu nenhuma resposta. O rapaz estranhou a ligação, pois o identificador de chamadas indicava que vinha do telefone de sua namorada, Julia.
Ele aguardou na linha até a ligação cair. O telefone voltou a tocar. Tocou várias vezes naquela madrugada, e o rapaz atendeu em todas elas sem nunca receber resposta alguma. Intrigado, Hou Benz não conseguiu dormir, mas, por conta do grande frio e da neve, teve que esperar até a manhã seguinte para poder ir até a casa da garota.
Chegando lá, a irmã mais nova dela, Marie, o recebeu na porta. A menina estava pálida e assustada. Hou Benz comentou sobre o que lhe havia acontecido durante a madrugada e isso fez lágrimas espessas escorrerem pelos olhos de Marie. Julia, namorada de Hou e irmã mais velha de Marie, havia morrido em um acidente de carro três dias antes daquele e as duas estiveram juntas pela última vez em seu enterro, o que fez o rapaz pensar que as ligações que recebeu na noite anterior foram feitas pela ex-cunhada, que parecia ainda muito abatida.
Mas, em meio às lágrimas, Marie contou para ele que não estava com o telefone de Julia e não poderia fazer nenhuma ligação com ele. Marie colocou o celular no bolso da irmã antes do enterro, junto com uma carta onde pedia "notícias do outro lado". Depois dessa madrugada, as ligações não pararam mais de chegar, assombrando a família por noites seguidas até que decidiram exumar o corpo e retirar o aparelho do cadáver.
Os restos mortais de Julia estavam se decompondo naturalmente, mas o celular que estava com ela não tinha nenhuma carga em sua bateria. O aparelho foi removido do caixão, mas as ligações não pararam. O aparelho foi destruído, mas as ligações nunca pararam... Tanto Hou Benz como Marie precisaram trocar seus números de telefone depois disso, mas as ligações misteriosas sempre voltavam a encontrá-los.
Marie se suicidou dois anos depois. A lenda continua se espalhando até hoje e muitos dizem que o fantasma de Julia continua procurando seus entes através de ligações telefônicas misteriosas na madrugada, mas ela nunca fala nada... Ao atender o telefone, o silêncio do outro lado é tão absoluto que a ligação parece estar vindo do nada.
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Atenção: este artigo faz parte do quadro "Erro 404", publicado semanalmente no Baixaki e TecMundo com o objetivo de trazer um texto divertido aos leitores do site. Algumas das informações publicadas aqui são fictícias, ou seja, não correspondem à realidade.
Ilustrações por: André Tachibana
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