CEO aumenta salário mínimo da sua empresa para mais de R$ 17 mil por mês

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Imagem: GeekWire

Os novos planos do líder da Gravity Payments, uma empresa norte-americana de processamento de compras com cartão de crédito, provavelmente vão fazer muita gente por aí desejar ganhar um salário mínimo. Buscando eliminar de vez os problemas de seus empregados com dinheiro, o CEO Dan Price resolveu aumentar o pagamento de seus funcionários para US$ 70 mil por ano – o equivalente a cerca de R$ 17,758 por mês.

Segundo o executivo e fundador da empresa, a ideia começou a se formar na sua cabeça depois que ele leu um artigo científico a respeito de como os rendimentos afetam a felicidade das pessoas. O texto, que você pode conferir na íntegra (em inglês) clicando aqui, mostra que ganhos adicionais de dinheiro fazem bastante diferença na vida de pessoas que costumam receber menos que aproximados US$ 70 mil anuais.

A ideia subitamente se tornou bem real quando, no início desta semana, Price reuniu seus 120 empregados para revelar os planos de, ao longo dos próximos 3 anos, aumentar o salário de cada um deles para o elevado mínimo – incluindo até mesmo os atendentes e vendedores que atualmente ganham menos na empresa. “Será que mais alguém aqui surtando agora? Porque eu meio que estou”, disse o CEO aos funcionários atordoados, após uma rodada de aplausos.

Disparidade desnecessária

Price fundou a companhia de processamento em meados de 2004, quando tinha apenas 19 anos, e desde então vem acumulando uma quantia considerável em lucros. Para viabilizar a manobra, o executivo pretende cortar seu próprio salário atual de cerca de US$ 1 milhão para US$ 70 mil, além de antecipar a utilização de algo entre 75 e 80% dos US$ 2,2 milhões de lucro estimado para a Gravity Payments em 2015.

De acordo com um representante da companhia, a medida significa que o salário de cerca de 70 funcionários vai aumentar, com 30 deles chegando a ter seus rendimentos dobrados – a média atual dentro da companhia é de US$ 48 mil por ano. “A taxa de mercado para mim como um CEO, se comparada com a de uma pessoa comum, é ridícula, absurda”, afirma Price, que dirige um carro de 12 anos recebido após um serviço prestado a um vendedor automotivo local.

Segundo o executivo, a motivação da decisão de aumentar os salários dos empregados não vem do fato dele ser um capitalista, por mais que ela vá permitir que seus subordinados persigam o “sonho americano”. Price diz estar acostumado a ouvir todos os dias enquanto seus amigos falam do desafio de cuidar de suas famílias com salários pequenos. “Isso me comia por dentro”, pontua.

Sorrindo à toa

Decidido a fazer algo sobre a questão da desigualdade, Price bolou seu plano. A execução da ideia, no entanto, deixou o executivo bastante ansioso, já que ele teve que pensar em como levar tudo adiante sem aumentar os preços cobrados de seus clientes ou diminuir os serviços prestados. A ideia é que o CEO mantenha seu salário reduzido até que a Gravity Payments recupere os lucros que tinha antes que o novo salário mínimo fosse implantado.

O estudo que motivou tudo isso foi de autoria de Angus Deaton e Daniel Kahneman, um psicólogo vencedor do prêmio Nobel. O trabalho afirma que, embora ganhos acima dos US$ 75 mil não tragam uma quantidade significativa de felicidade adicional, a falta de dinheiro certamente impede que as pessoas se sintam satisfeitas.

Entrevistado pelo New York Times, Phillip Akhavan atualmente recebe US$ 43 mil por ano trabalhando no time de relacionamentos mercantis da empresa. “O meu queixo caiu. Isso vai fazer diferença para todo mundo ao meu redor”, afirmou, cheio de uma felicidade tão evidente que pode servir como prova da tese do artigo.

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