Reuters. Por Esteban Israel - A empresa de comércio eletrônico MercadoLivre prevê uma aceleração dos investimentos e da concorrência nos próximos anos na região, devido à chegada de novos atores globais, disse o vice-presidente operacional da companhia, Stelleo Tolda.
A América Latina, com um sólido crescimento econômico e rápida expansão da Internet, está atraindo empresas globais de tecnologia, como o site de compras coletivas Groupon e o de filmes online Netflix. Segundo a imprensa brasileira, a gigante norte-americana Amazon.com pretende desembarcar neste ano no país, maior mercado da região.
"Há mais atenção para a América Latina. A região não tinha historicamente uma posição destacada no jogo global, mas isso tende a mudar, particularmente liderado pelo Brasil", disse Tolda à Reuters em São Paulo.
"Essa combinação de um mercado grande com forte crescimento sem dúvida atrai players globais... É de se esperar mais investimentos, mais concorrência e um maior nível de exigência do consumidor com relação ao que ele espera das empresas de tecnologia."
O comércio eletrônico na América Latina cresce a uma média de 27 por cento ao ano, segundo a consultoria norte-americana IDC. O Brasil concentra 60 por cento das transações latino-americanas pela Internet, seguido por México (12 por cento), Chile (5 por cento), Argentina, Venezuela (4 por cento cada) e Colômbia (2 por cento), segundo estudo da Visa e da América Economia.
Os principais motores do comércio eletrônico são o aumento da penetração da Internet, o surgimento de uma classe média emergente e a agressiva expansão do uso de smartphones. O MercadoLivre, que domina o mercado regional com 65,8 milhões de usuários registrados no final de 2011, disse não se sentir pressionado com a chegada de rivais como a Amazon.com.
"Não nos guiamos nem alteramos nossa estratégia por causa de um competidor ou outro", disse Tolda. "O mundo do comércio eletrônico é um mundo já globalizado, e os desafios que temos são maiores que no passado."
A empresa divulgou em fevereiro que teve um lucro de 76,8 milhões de dólares em 2011, crescimento de 37 por cento em relação ao ano anterior. E, segundo o executivo, a intenção é não tirar o pé do acelerador.
"Esperamos crescer tanto quanto for o crescimento do comércio eletrônico na região neste ano. A expectativa é em torno de 30 por cento." Uma pesquisa publicada na quarta-feira indica que o MercadoLivre está se transformando em uma plataforma para vendedores profissionais. O estudo da consultoria Nielsen revelou que cerca de 134 mil pessoas na América Latina vivem de negócios fechados pelo MercadoLivre.
"Eles representam um percentual baixo do total, mas movimentam quase metade do volume de negócios realizados no site", disse Tolda.
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