Ex-executivo da Microsoft revela mais detalhes sobre o fim do Windows Phone

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Um ex-executivo da Microsoft revelou mais detalhes sobre a causa da morte do Windows Phone, o desinteresse de operadoras de telefonia. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, a companhia não conseguiu atrair a atenção de vendedores.

"Estávamos travando uma batalha difícil tentando fazer com que as operadoras apresentassem nossos celulares aos vendedores. Você simplesmente não vai ganhar se tiver aparelhos uma geração atrás da Samsung, da LG, etc. Esse foi o principal motivo pelo qual tivemos que comprar a Nokia", disse Brandon Watson, ex-chefe do Windows Phone Developer Experience, em seu perfil no X (ex-Twitter).

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Contudo, nem mesmo o renome da Nokia foi suficiente para garantir um espaço para a Microsoft. "Tirar os vendedores do movimento do iOS era quase impossível para as vendas nas lojas", pontuou o executivo.

"Eles se concentravam em nós por uma ou duas semanas perto do lançamento [de novos celulares], e então éramos empurrados para o canto da loja", complementou.

Segundo Watson, um dos motivos de isso acontecer era a fraqueza da loja de aplicativos do Windows Phone. Geralmente, vendedores usavam essa desculpa para tirar os holofotes da linha Lumia, uma vez que os sistemas alternativos ofereciam experiências melhores.

A falta de opções na loja de apps do Windows Phone afastava o interesse de vendedores.A falta de opções na loja de apps do Windows Phone afastava o interesse de vendedores.Fonte:  GettyImages 

"Tínhamos vários dos principais aplicativos, mas se você não tinha aquele app importante que o vendedor usava no top 50, aquele efeito cascata era inevitável", explicou Watson.

O fim do Windows Phone

Até ser aposentado oficialmente, o Windows Phone viveu um longo período de sucateamento. O Windows Phone 8.1 parou de receber atualizações em julho de 2017. Seu sucessor, o Windows 10 Mobile, foi abandonado dois anos depois, em dezembro de 2019.

Deixar o Windows Phone para trás não foi uma decisão fácil para a Microsoft. Recentemente, o CEO da MS, Satya Nadella, confessou que abandonar a marca foi um erro e que havia formas melhores de lidar com a disputa do segmento.

Atualmente, a Microsoft está presente no mercado mobile, mas de forma diferente. A empresa vende portáteis, como o Surface Duo (rodando Android) e aposta em aplicativos para o dia a dia, como o Microsoft Edge e o Vincular o Celular.

Até mesmo Bill Gates, fundador da Microsoft, admite que seu maior erro foi perder espaço para o Android. "Meu maior erro de todos os tempos foi a má administração com que me envolvi", disse o milionário em 2019.

Apesar dos defeitos, o Windows Phone foi queridinho dos brasileiros por bastante tempo. Numa pesquisa divulgada em 2016, o sistema mobile da Microsoft era mais popular que o iOS.

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