Nesta quinta-feira (4), o site iFixit, especializado na análise interna de dispositivos eletrônicos, publicou um relatório explicando como a troca da tela do iPhone 13 se tornou uma tarefa "quase impossível" para as assistências técnicas terceirizadas. Em suma, o transtorno é causado por um pequeno chip implantado na parte inferior dos componentes, que além de impedir sua substituição plena, também ameaça uma séria mudança no setor de reparos autônomos da indústria.
Mais especificamente, o reparo de tela nos iPhone 13 e iPhone 13 Pro fora das empresas na rede autorizada da Apple resulta na perda do Face ID, um importante recurso de segurança para o ecossistema da Maçã. Em algumas versões do iOS 15, para piorar, uma mensagem persistente de erro é exibida caso um componente "de segunda linha" seja instalado.
O aparente problema de incompatibilidade é causado pela presença de um microcontrolador integrado nas telas, que possui como função verificar a conformidade de "seriais" entre o celular e seus componentes. Dessa maneira, mesmo que uma peça original seja instalada posteriormente, o reparo não irá funcionar "como deveria" por não possuir uma codificação em concordância com o restante do sistema operacional.
O conserto independente de tela está ainda mais difícil no iPhone 13. (Fonte: Apple Insider / Reprodução)Fonte: Apple Insider
A bênção da Maçã
Por outro lado, naturalmente, as assistências técnicas autorizadas pela Apple possuem um software proprietário responsável por sincronizar os códigos da nova tela com os presentes no celular, ativando não apenas o Face ID, como também o True Tone e outros recursos.
Esse diferencial restringe as opções das empresas de reparo independentes, que possuem apenas um processo improvisado bastante complexo como alternativa. Neste caso, é necessário remover o microcontrolador mencionado na tela original e implantá-lo no componente substituto manualmente, através de máquinas de solda e corte específicas.
Microcontrolador na tela do iPhone 13. (Fonte: iFix / Reprodução)Fonte: iFixit
Sem surpresas, essas etapas oneram tanto no tempo de trabalho dos técnicos quanto no equipamento necessário, resultando em um custo indesejado muitas vezes pago pelos clientes. Assim, a decisão restante para os donos das assistências técnicas é: investir no processo improvisado de reparo ou se adequar na rede autorizada da Apple.
Como sugere o site iFixit, a decisão da Apple é predatória e promove uma espécie de monopólio. Indo na contramão do movimento a favor do Direito de Reparo, a empresa se posiciona, subsequentemente, contra seus próprios consumidores.
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