Cunhar moedas para o Tesouro de Sua Majestade a partir de lixo eletrônico reciclado é a nova meta para a casa da moeda britânica a partir de um acordo anunciado hoje (20) entre a Royal Mint e a startup canadense Excir. A meta é recuperar cerca de 99% de todo o ouro presente nos circuitos de celulares descartados, utilizando técnicas químicas de última geração.
Além da proeza da Excir — que promete extrair do lixo ouro com pureza de 999,9 (24 quilates) — a notícia representa um salto importante na resolução de um dos maiores problemas mundiais da atualidade que é o que fazer com a crescente montanha de resíduos eletrônicos existente no planeta, estimada hoje em mais de 57 milhões de toneladas.
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Futuramente, a Excir espera expandir seu processo para a coleta de outros metais raros, como o cobre, o paládio e a prata, o que torna a tecnologia mais promissora, ainda mais se adotada por outras nações e organizações mundiais. Além do impacto ambiental extremamente positivo, a riqueza escondida naquele lixão pode chegar a US$ 62,5 bilhões (cerca de R$ 348 bilhões), segundo um relatório de 2019 do Fórum Econômico Mundial.
Para além das questões ambientais
Fonte: Excir/ReproduçãoFonte: Excir
O motivo pelo qual até hoje ninguém se dispôs a garimpar esse monte de componentes quebrados ou obsoletos é que os investimentos necessários seriam muito altos. Afinal, o processo permitiria a reciclagem de apenas um quinto do lixo que, para resultar em um metal puro, teria que ser remetido para o exterior e processado em temperaturas altíssimas, algo que pode ser contornado pela Excir, que promete extrair o metal em questão de segundos.
Com isso, a abordagem da Royal Mint para coletar metais preciosos no lixo com maior precisão depende apenas de interações químicas que podem ser executadas no país mesmo, e a uma temperatura ambiente. Além disso, a tecnologia promete recuperar outros recursos que farão falta no futuro, como gálio, prata e ítrio, presentes em LEDs, câmeras e touch screens.
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