Os moradores das províncias de Punjab e Sindh, no Paquistão, que se recusarem a tomar a vacina contra covid-19 poderão ter o sinal do celular bloqueado. A medida foi uma das soluções encontradas pelas autoridades locais para incentivar a população a se imunizar, conforme noticiou o The New York Times nessa terça-feira (15).
Com 216 milhões de habitantes atualmente, o país asiático começou a vacinação para covid-19 em fevereiro, com a expectativa de atender entre 45 e 65 milhões de pessoas até o final deste ano. Porém, apenas 3 milhões haviam recebido as duas doses no início de junho, de acordo com os dados oficiais.
As desconfianças em relação ao imunizante contra o novo coronavírus têm relação com as fake news sobre o assunto que circulam no país, segundo a publicação. Uma das teorias da conspiração mais comentadas entre os paquistaneses afirma que quem receber as doses morrerá em um período de até dois anos.
O número de vacinados no Paquistão ainda é muito baixo.Fonte: Unsplash
Mas a desinformação sobre vacinas já é antiga no Paquistão, principalmente associadas à poliomielite, resultando em um grande número de casos por lá. Acreditando se tratar de uma fórmula produzida pelos Estados Unidos com o objetivo de esterilizar as crianças, muitos pais proíbem os filhos de serem vacinados contra o vírus da pólio.
Corte de salários
O corte de sinal do celular para quem não se vacinar deve ser apenas um dos esforços das autoridades paquistanesas para incentivar a imunização. Em Sindh, o governo também planeja suspender o pagamento dos funcionários públicos que se recusarem a ser atendidos.
As sanções devem começar em julho, mas ainda não há muitas informações sobre como elas vão funcionar. Enquanto as medidas não entram em vigor, muitos paquistaneses correm para arrumar falsos certificados de vacinação, vendidos pelo equivalente a US$ 12 cada (pouco mais de R$ 60 em conversão direta, pela cotação do dia).
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