A nova linha LG K 2020 tem três celulares: K41S, K51S e K61, parecidos em muitas coisas. Todos têm quatro câmeras na traseira e boas características para smartphones intermediários, mas o K51S é um concorrente interessante na faixa de R$ 1,5 mil, por isso aqui falaremos dele.
- Visual atual e muito bonito
- Tela grande e com grande espaço para leitura
- Boa autonomia de bateria
- Desempenho regular, porém mais lento
- Não possui modo noturno
- Sistema operacional de 2018 e sem previsão de atualização
Visual, tela e multimídia
O K51S parece mais um celular premium do que um intermediário. Disponível nas cores vermelha e titânio, pesa quase 200 gramas e tem formato esticado arredondado nos cantos e na traseira. Seu corpo é de plástico liso e um pouco escorregadio, mas com pegada boa. O visual geral é muito bonito, com câmeras na horizontal e bordas mais finas.
Deixa marcas de dedo muito visíveis, mas tem itens básicos e importantes, como a entrada de 3,5 mm (P2). Tem certificação militar de resistência, mas não conta com nenhuma IPXX contra água. E, é claro, mantém o botão independente do Google Assistente — eu entendo sua utilidade, mas desativei nos primeiros dias de uso porque apertava sem querer quase sempre.
Apesar de poder desativá-lo, não é possível usar para outra função. Se os botões de volume ficassem do outro lado e a gaveta para os dois chips de operadora fossem na esquerda, essa distribuição ficaria melhor e causaria menos confusão.
A tela do K51S tem 6,55 polegadas, é confortável para consumir conteúdo e reproduz cores vibrantes. Como é LCD, os tons escuros não são muito fiéis e o brilho é limitado, especialmente sob luz solar. Dependendo do ângulo, o contraste pode variar, mas é alto — o que é bom.
LG K51S. (Fonte: TecMundo)
O display tem um furo no canto esquerdo para a câmera frontal e bordas finas, mas não superfinas. Para navegar, ler ou mandar mensagens, é ótima; para jogar ou assistir, é possível sentir a resolução HD+, mas não é algo que impacte muito negativamente.
Vale lembrar que em alguns games ou apps de streaming a tela pode mostrar barrinhas escuras, o que talvez possa ser corrigido reduzindo o tamanho da sombra do furo para a câmera ou somente forçando os aplicativos a ficarem esticados.
A saída de som do aparelho é única, mas tem volume bom para ambientes internos. O melhor resultado que tive foi com fones de ouvido, já que tem tecnologias que deixam o conteúdo mais imersivo.
Desempenho, software e usabilidade
O K51S roda o Android 9 e sua interface é fácil de usar, com botões e opções claras, o que permite adicionar até cinco atalhos na barra de navegação e até sete ícones na dock, além de acessos práticos para navegar, duplicar apps e mais.
O aparelho tem o mesmo processador do K61, o MediaTek Helio P35, e 3 GB de RAM. São 64 GB de armazenamento, o dobro do K50S, e aceita expansão com cartão micro SD. Inclusive, o modelo tem uma série de apps e jogos pré-instalados — o velho bloatware.
A navegação é regular, tanto que não senti travamentos. Apenas é mais lento para abrir apps ou carregar arquivos maiores, trocar de aplicativo, carregar jogos e afins. Em games, inclusive, o desempenho é legal com gráficos reduzidos, porque nem todos vão rodar com gráficos no máximo/ultra e com boa jogabilidade.
O leitor biométrico funciona muito bem, mas não é imediato. De início, achei que a animação era mais longa e desativei todas nas opções do desenvolvedor, mas no fim ele só é mais lento mesmo.
Vale reforçar que não há uma data de atualização para o Android 10 nesse modelo. A LG indica que ele é dual-band, mas não consegui encontrar minha rede Wi-Fi de 5 GHz. E o modo escuro ainda não cobre 100% da interface.
Toda a linha LG K 2020 tem 4.000 mAh, o que no K51S rendeu uma média de 1 dia e meio em uso com 7 horas de tela ligada. Esse é um número bom, considerando uma utilização mais razoável; em atividade intensa, a bateria tende a descarregar antes do fim do primeiro dia.
Bateria do LG K51S. (Fonte: TecMundo)
Para carregar de 0% a 100%, são necessárias quase 2 horas. Um detalhe legal é que o software limita o consumo de aplicativos em segundo plano de acordo com a frequência de uso. Isso, entre outros, também controla a quantidade de atividades na multitarefa.
Câmeras
O grande destaque da linha é o conjunto de câmeras. O principal sensor do K51S tem 32 MP, um salto legal em relação ao K50S, que tem 13 MP. Há um sensor de ângulo aberto com 5 MP e outros dois de 2 MP para fotos macro e com efeito de profundidade.
A LG destaca que a câmera identifica cenas (pessoas, animais, comidas, flores, paisagens) para aplicar ajustes e filtros. Isso de fato acontece, mas os resultados não são muito diferentes de fotos com o HDR ligado.
Os registros ficam com tom vibrante, mas ao mesmo tempo agradáveis. O HDR tende a escurecer um pouco as sombras, mas não deixa a desejar, sendo um resultado bom para essa faixa. Também tem mais nitidez, para quem se preocupa em manter detalhes, texturas e afins.
Foto com LG K51S.
O sensor de ângulo mais aberto faz um ótimo trabalho com as cores e captura um bom espaço da cena, mas perde muitos detalhes. O mais recomendável é usá-lo em lugares bem iluminados, pois nas cenas escuras tem desempenho muito fraco.
Esse mesmo ponto é válido para a câmera principal. Em cenários escuros ou internos, com baixa luz, as fotos ficam somente razoáveis e com pouca fidelidade, e não há um modo noturno, o que dificulta mais as coisas.
Foto noturna com o LG K51S.
Uma câmera que eu curti foi a frontal, com 13 MP, que faz fotos com cores vibrantes, cheias de contraste e boa nitidez. Em cenários com luz forte de fundo, o HDR ainda não compensa totalmente a iluminação, mas ainda assim as fotos ficam legais, é claro, com boa iluminação.
Já na lente macro as imagens só ficaram melhores com bastante luz, mas isso não significa que ficaram boas. A baixa resolução e a lente muito escura ainda não são a melhor combinação em um sensor do tipo.
Vale a pena?
O LG K51S é o novo modelo da linha de celulares intermediários da LG. Tem várias funções, interface organizada, bateria com boa duração e desempenho regular. Não é um dos mais fluidos, mas faz um bom trabalho.
No conjunto de câmeras, o sensor principal é o que mais tem destaque. Atualmente encontrado por cerca de R$ 1.300, é um concorrente legal para Galaxy A50 ou Moto G8.
Também é preciso considerar seus pontos não muito positivos, como a falta de um modo noturno para a câmera e o leitor biométrico lento. Mas, nessa faixa, o K51S realiza um bom trabalho ao fazer quase tudo, mesmo sem se sobressair.
Especificações técnicas
- Tela: 6,55 polegadas IPS LCD HD+ (1.600x720 p) 20:9
- CPU: MediaTek MT6765 Helio P35 octa-core (2,3 GHz)
- GPU: PowerVR GE8320
- Memória: 3 GB de RAM
- Armazenamento: 64 GB (eMMC 5.1), aceita micro SD de até 2 TB
- Sistema operacional: Android 9 Pie
- Câmeras: 32 MP (f/1.8) + 5 MP (f/2.2) de ângulo aberto + 2 MP (f/2.4) macro + 2 MP (f/2.4) profundidade
- Bateria: 4.000 mAh
- Conectividade: Wi-Fi 802.11 b/g/n, Bluetooth 5.0
- Dimensões e peso: 165,2 mm x 76,7 mm x 8,3 mm, 194 gramas
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