A Mormaii é uma marca brasileira que ficou especialmente famosa por suas roupas e equipamentos relacionados a surf. No entanto, a empresa vem se desdobrando e lançou alguns modelos de pulseiras inteligentes capazes de rastrear atividades físicas dos usuários e registrar essas informações em um smartphone pareado. Com a FitGPS, a ideia era que, entre outras coisas, pela primeira vez um produto da marca conseguisse registrar os caminhos percorridos em um mapa de fácil visualização.
O produto realmente vem com essa capacidade, mas há um grande porém: isso não acontece de forma independente, o que é um forte ponto negativo para um dispositivo que traz a sigla GPS no nome. Confira nosso review completo a seguir para saber sobre esse e outros aspectos antes de decidir se vale ou não a pena comprar o dispositivo.
Estilo simples e funcional
A FitGPS vem em um corpo curvo feito de plástico e é acompanhada por uma pulseira de borracha, que pode ser preta, azul ou laranja. Para se fixar, ela usa pinos que podem ser presos a buracos de acordo com o tamanho do seu pulso, e como resultado ela fica firme no lugar sem causar desconfortos – desde que você não acabe raspando o braço em algum objeto ou enroscando em peças de roupa, já que não é difícil desprender as travas do lugar.
Os materiais passam a sensação de que o aparelho é simples, mas garantem a ele certa leveza que condiz com a finalidade de uso para atividades físicas. A smartband tem certificação IP68 de resistência a poeira e água, o que garante a resistência contra suor e contato direto com água, mas não permite a recomendação do uso para esportes aquáticos. Mesmo assim, é válido apontar que a combinação de plástico e borracha passa a impressão de baixa qualidade.
Os controles do aparelho são todos feitos por uma combinação de toques rápidos ou longos no botão capacitivo localizado logo abaixo da tela, o que exige algum tempo para que você se acostume, mas funciona. Um ponto interessante é que o corpo do aparelho inclui um plug USB, que durante o uso fica oculto na pulseira de borracha e que quando fora do pulso permite conectar o dispositivo diretamente a um computador para recarregá-lo sem necessitar de cabos ou bases específicas.
Tela boa o suficiente, interface confusa
O display do FitGPS é colorido e tem um nível de brilho que é forte o suficiente para utilização em ambientes externos, mas que poderia ser um pouco mais forte para facilitar a visualização em dias com luz solar muito intensa. Em geral, o resultado é bom o bastante para não incomodar na maior parte do tempo.
A interação com o aparelho acontece por meio do botão touch capacitivo que fica logo abaixo da tela. Um toque rápido alterna entre as diferentes funções, enquanto um toque longo serve para interagir com a que estiver sendo exibida – o que inclui iniciar e encerrar exercícios, ativar o monitoramento cardíaco e executar outras tarefas. Dada a limitação de contar com apenas uma tecla, o sistema é engenhoso e funciona bem, mas leva um tempo até você se acostumar.
Funções limitadas
O FitGPS vem com várias funcionalidades que soam muito interessantes em um aparelho do tipo, mas que vêm acompanhadas por uma série de limitações. Um exemplo é que a capacidade de registro de atividades físicas está limitada apenas a corridas ou ciclismo. A mais grave, no entanto, diz respeito ao rastreamento dos trajetos realizados durante os exercícios e seu registro em mapas visíveis por meio do aplicativo para celular. Diferentemente do que o nome da smartband dá a entender, ela não conta com um chip GPS capaz de proporcionar esse recurso de forma independente.
A pulseira inteligente só consegue realizar esse registro quando pareada a um smartphone, tornando-se bem menos atrativa para quem deseja esse tipo de funcionalidade sem ter que carregar o peso do celular no bolso. A marca chega a explicitar em letras pequenas na parte traseira da caixa que a conexão com o dispositivo móvel é necessária, mas o uso da sigla GPS no nome do produto abre amplo espaço para que o consumidor menos atento se engane.
Por conta própria, o dispositivo é capaz de contar os passos dados, mas não é muito difícil registrar passos falsos apenas por mexer os braços. Fora isso, o FitGPS consegue monitorar seus batimentos cardíacos e pressão sanguínea, mas nada disso é feito automaticamente – você precisa ativar a função para realizar a medição. A função mais útil é a que permite usar o relógio para disparar um alarme sonoro no smartphone, ajudando a localizá-lo caso esteja dentro do alcance do Bluetooth.
Bateria apenas OK
As reservas de energia do FitGPS são o suficiente para que ele aguente um dia inteiro longe da tomada, considerando cerca de uma hora de exercício diário e o uso cotidiano como relógio conectado ao smartphone. Abrindo mão das atividades físicas, o tempo de uso sobe para um dia e meio, mas não chega a completar dois dias sem necessitar de recarga. Esses números não chegam a ser péssimos, mas estão longe de figurarem entre os melhores no segmento.
Para recarregar, basta usar o conector embutido para espetar a smartband a uma porta USB disponível em algum PC. Dessa forma, o dispositivo necessita de cerca de duas horas para ir zero a 100% de carga.
Vale a pena?
Lançado por R$ 449, o FitGPS já pode ser encontrado no varejo online por preços perto dos R$ 350. Considerando a concorrência, por esse valor é fácil encontrar concorrentes que apresentam interfaces melhores, baterias com mais duração e recursos mais interessantes. Usando sites especializados em importação, então, já é possível encontrar diversas opções como a Mi Band 4 da Xiaomi, o Band 3 Pro da Huawei e muitas outras custando bem menos.
Levando isso e as limitações já citadas em conta, mesmo que desejemos ver o sucesso de uma empresa nacional, não podemos recomendar a compra do Mormaii FitGPS. Torcemos para que a empresa traga produtos melhores no futuro.
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