A plataforma Cataki foi lançada, em fins de 2018, baseada na ideia simples de juntar catadores a quem tem material reaproveitável para descartar. Chamado de “o Tinder da reciclagem”, a iniciativa da ONG Pimp My Carroça não se popularizou como devia por um detalhe cruel: a maioria dos catadores não tem dinheiro para comprar um celular e, assim, se cadastrar na plataforma e receber match de quem precisa deles.
Por isso, a iniciativa da Motorola é tão bacana: a empresa, em parceria com o portal Quebrando o Tabu, vai doar 50 celulares para que os catadores possam se unir à rede de reciclagem.
Cada aparelho doado pode significar um aumento de 15% a 100% na renda mensal de um catador, o que correspondente de 10% a 30% a mais de material recolhido.
Celulares velhos não são só sucata
Mas não é preciso esperar que uma fabricante de celulares doe aparelhos novos; quem tiver um dispositivo antigo mas em boas condições pode doar à ONG, via Quebrando o Tabu. Basta mandar uma mensagem pela página do portal no Facebook.
O Pimp My Carroça é um movimento que luta para tirar os catadores de materiais recicláveis da invisibilidade e sensibilizar a sociedade para um trabalho desvalorizado e, ao mesmo tempo, tão importante nos dias de hoje. Essa foi a base para a criação do Cataki.
O aplicativo funciona atualmente em 450 cidades brasileiras. Catadores são responsáveis por recolher e dar destino a 90% de tudo que é reciclado no Brasil.
Cada catador vende, por exemplo, o quilo do plástico e do papelão a R$ 0,20. O quilo do vidro rende R$ 0,05. É com esse dinheiro que 800 mil trabalhadores sustentam a si e à sua família. Deste universo, apenas 1.400 estão cadastrados no Cataki, e por isso a doação dos celulares – seja da Motorola, seja aquele esquecido na gaveta – faz toda a diferença.
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