Depois de ser utilizada para disseminar pirataria, a Apple foi obrigada a retirar mais alguns participantes de seu programa de desenvolvedores. Esses piratas estavam se aproveitando dos privilégios dos certificados para oferecer aplicativos crackeados para usuários mundo afora — como Spotify, Minecraft e Pokémon GO — e, alguns deles, cobrando por isso.
A história começou a ficar estranha quando a Reuters tomou conhecimento de que essas “lojas” (TutuApp, Panda Helper, AppValley e TweakBox) estavam disponibilizando download e instalação de apps, originalmente pagos, de forma gratuita. Os piratas até conseguiam modificar os aplicativos — inclusive monetizá-los por meio de propagandas. Além disso, alguns ofereciam assinaturas para permitir o uso da pirataria e de outros “extras”.
(Imagem: Divulgação/TweakBox)
A experiência controlada dos iPhones permite que o usuário instale apps exclusivamente pela App Store. Optar por um jailbreak é uma maneira de contornar essa limitação; no entanto, o processo é difícil e bastante arriscado. Então, surgiram essas lojas de aplicativos “secundárias” que, utilizando tais permissões, conseguiam burlar a restrição e liberar downloads de outras fontes, sem exigir esforço do dono do dispositivo.
Vale ressaltar que a prática, além de lesar a Apple e os desenvolvedores dos apps originais, é muito perigosa para o usuário, tendo em vista que não há garantias de que o software é seguro e não irá coletar dados sensíveis armazenados no dispositivo com modificações maliciosas.
(Fonte: Apple)
A Apple não pode controlar o uso dos certificados desses usuários, mas pode revogá-los. Dessa forma, todos os aplicativos instalados utilizando esse certificado são suspensos.
Liberdade demais gera problemas
Não é a primeira vez que a Apple tem problemas com esse programa. Recentemente, Facebook e Google tiveram suas permissões revogadas de modo temporário por utilizarem método semelhante para a instalação de aplicações que coletavam vários dados — alguns minuciosos — de navegação e uso dos usuários.
(Imagem: Reprodução/9to5Mac)
Para prevenir futuros problemas, a Apple também exigirá verificação de dois fatores para ser participante do programa. A mudança acontecerá em 27 de fevereiro deste ano, com o objetivo de garantir que haja somente um usuário utilizando a conta.
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