Há anos os fãs dos celulares Galaxy S e Galaxy Note, os mais poderosos comercializados pela Samsung, vêm se perguntando por que a empresa, simplesmente, não adota apenas um chip para equipar seus aparelhos, em vez de lançar duas versões de cada: uma com chip Exynos e outra com Snapdragon.
Fonte: Suggest Phone
Há alguns anos, o Exynos, desenvolvido e fabricado pela Samsung, costumava se sair melhor nos benchmarks em relação ao Snapdragon, devido às diferenças de arquitetura dos processadores. Porém, essa realidade mudou com o passar dos anos. Hoje, o Snapdragon, desenvolvido pela Qualcomm e fabricado por empresas parceiras, tem levado certa vantagem, embora ambos sejam bem parecidos.
Conhecendo um pouco dos dois processadores
Samsung Exynos
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O Exynos é o processador da própria Samsung. Equipar dispositivos com esse chip lhe permite cortar alguns custos, além de diminuir a dependência de empresas parceiras para a sua fabricação. Atualmente, ele é utilizado nas linhas S e Note (celulares), além de alguns modelos de tablets, smartwatches, Chromebooks e outros dispositivos.
O Exynos 9820, versão mais recente, é um chip octa-core de 64 bit, com dois núcleos M4 de alto desempenho, aliados a dois Cortex-A75 de média potência e quatro núcleos Cortex-A55, responsáveis pelas tarefas mais leves. Sua GPU é a Mali-G76 MP12.
Qualcomm Snapdragon
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Esse é o chip mais popular do mercado, que integra todos os principais smartphones Android do mundo. Mesmo possuindo uma arquitetura semelhante à do Exynos, atualmente o Snapdragon tem apresentado performance superior, inclusive no gerenciamento de energia. Outra vantagem dele é que sua GPU sempre foi mais poderosa que a do Exynos, tornando-o mais rápido em aplicações 3D.
O mais recente Snapdragon é o modelo 855, que também é um chip octa-core de 64 bit. Possui quatro núcleos Kryo 485 Silver, focados em eficiência energética, e mais quatro núcleos Kryo 485 Gold, para atividades de alto desempenho. Sua GPU é a Adreno 640.
Possíveis razões para a Samsung utilizar ambos os chips
Tecnologia CDMA
Por causa de uma patente essencial para o mercado americano, de propriedade da Qualcomm desde 1993, as duas companhias assinaram um acordo em que a Samsung poderia utilizar chips Exynos com tecnologia CDMA apenas em seus próprios modelos de celulares. Com o avanço da tecnologia, a Samsung sentiu necessidade de aposentar o CDMA (tecnologia requerida pelo mercado americano) em seus chips, restando fazer uso dos chips da Qualcomm nos EUA.
Melhor sinal de rádio
Há indícios de que o Snapdragon também leve vantagem sobre o Exynos pela qualidade de seu modem, o que permite que os celulares equipados com ele tenham melhor performance com o sinal da operadora. Essa característica pode ser mais ou menos relevante, dependendo do mercado em que o aparelho é comercializado.
Treta comercial
O acordo entre as duas companhias ainda impede que a Samsung venda os chips Exynos para outras fabricantes de smartphones. Sendo assim, só ela própria pode utilizá-los. Outra parceria entre ambas dá privilégios à Samsung sobre ser a primeira empresa a utilizar os novos lançamentos de chips da Qualcomm. O Galaxy S10, por exemplo, é o primeiro celular a trazer o Snapdragon 855.
Como podemos perceber, a relação entre a Samsung e a Qualcomm é bem complicada. Ambas as empresas possuem vantagens e desvantagens, e não há previsão para que as pendências sejam resolvidas.
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