Em um mercado com marcas competindo com smartphones poderosos e preços baixos — tais como OnePlus e Xiaomi — ver a Google lançar um smartphone por US$ 799/899 é doloroso. Isso porque, no ano passado, o Pixel 2 pequeno custava US$ 150 a menos que seu atual sucessor, e o Pixel 2 XL era US$ 50 mais barato que o Pixel 3 XL. E será que existe alguma justificativa para esse aumento todo?
Depende muito do seu ponto de vista. Se você quiser comparar o Pixel 3 com o vindouro OnePlus 6T, provavelmente não. Mas está bem claro que o novo smartphone da Google tem várias melhorias na comparação com o antigo, apesar de o hardware interno não ser incrível nem nada para os padrões de 2018.
O pessoal do The Verge fez uma lista de recursos de hardware e software que podem justificar o preço mais alto dos novos smartphones, e nós também temos algumas ideias.
1 - Design mais premium
Na minha opinião, o que pode ter feito a maior diferença no preço dos novos smartphones é a qualidade de construção. Os novos Pixel 3 e 3 XL agora competem com aparelhos da Samsung e da Apple nesse segmento, com traseiras de vidro, acabamento de primeira e proteção IP68 contra água e poeira. Isso pode parecer supérfluo na comparação com hardware interno, mas custa muito mais.
2 - Carregamento sem fio
A inclusão dessa tecnologia em um smartphone vai muito além das bobinas finíssimas colocadas na traseira. É preciso toda uma engenharia de dissipação de calor e novos chips e transformadores para controlar o fluxo de eletricidade. Não por acaso, apenas smartphones top de linha contam com isso.
3 - Telas melhores
As telas OLED usadas pela Google no ano passado eram de péssima qualidade. Não há o que discutir quando haviam tantas unidades defeituosas e pessoas reclamando da qualidade de cor e coisas do tipo. Nesse ano, todo mundo que já utilizou os aparelhos da Google percebeu que os displays são excelentes, mais uma vez os colocando em posição de comparação com Samsung e Apple.
(Fonte: divulgação Google)
4 - Titan M Security
Um novo chip desenvolvido para servir como grande guardião da segurança dos novos Pixel 3 e 3 XL não pode passar despercebido. Trata-se de um chip desenvolvido pela própria Google para criptografar e manter a integridade de todo o SO. Não sabemos o custo exato, mas é algo extra na comparação com a geração passada que deve ter aumentado o valor final.
5 - Câmeras
Todas as câmeras dos novos celulares da Google foram atualizadas para sensores melhores e mais estabilizados. Contudo, o maior impacto desse segmento no preço deve ter sido o segundo sensor com lente grande angular na parte da frente.
(Fonte: divulgação Google)
6 - Conectividade
Uma coisa que raramente consideramos na hora de comprar um smartphone é a quantidade de bandas 4G LTE que ele possui. Aparelhos top de linha bem premium são os únicos que funcionam em praticamente todo o mundo em todas as operadoras. Isso também pesa na conta final da fabricante, e os novos Pixel trazem mais bandas que no ano passado.
Nem tudo são flores
Só que nem tudo foi atualizado nos novos aparelhos da empresa. As opções de armazenamento, por exemplo, continuam as mesmas: 64 GB de 128 GB. Nessa faixa de preço, não são exatamente barganhas, especialmente quando não temos possibilidade de expansão via micro SD.
A bateria do Pixel 3 XL também é um pouco decepcionante, já que ela possui uma capacidade de carga menor que a do modelo anterior. Por fim, temos “apenas” 4 GB de RAM. Em um mercado cada vez mais pressionado pelas marcas chinesas que já usam os 6 GB de RAM como padrão em seus top de linha, ver a Google presa na era do 4 GB é um pouco decepcionante.
A meu ver, o que a Google precisa entender é que a sua linha de smartphones apela sobretudo aos entusiastas de tecnologia, que querem experimentar inovações e hardware poderoso em suas mãos o quanto antes. Apenas a promessa do software limpo já não é o suficiente em um mundo em que a OnePlus vende aparelhos comparáveis 40% mais baratos.
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