Os pequenos estão a cada dia tendo acesso mais cedo aos smartphones e tablets. Como sabemos, isso pode ser prejudicial, já que eles podem ter acesso a conteúdo inadequado ou simplesmente usar ferramentas de maneiras equivocadas — como encomendar coisas sem seu conhecimento. Um trabalho conjunto de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e da Universidade de Zhejiang promete ajudar nessa questão, a partir de um algoritmo capaz de detectar a idade de quem está usando a tela sensível ao toque.
A proposta do estudante Xiaopeng Li, um dos autores do documento apresentado em conferência de tecnologia nesta semana, revela que há duas grandes diferenças na maneira como adultos e crianças deslizam o conteúdo nos displays. Como os baixinhos possuem mãos menores e dedos mais curtos, costumam pressionar uma área pequena e realizar movimentos breves. Além disso, eles fazem tudo de forma mais lenta, seja acionando ou tateando coisas.
Isso pode parecer óbvio, porém, para provar com números foi necessário criar um simples app, testado junto a um grupo formado por uma gurizada de 3 a 11 anos. O mesmo processo foi reproduzido junto a uma outra equipe, com integrantes de 22 a 60 anos.
Algoritmo treinado com os resultados apresenta alto nível de precisão
O app criado pelos pesquisadores das universidades dos Estados Unidos e da China exigiu que os participantes desbloqueassem um aparelho Android e na sequência brincassem com um game baseado em números. Além de identificar a forma como cada grupo realizou essas ações, os estudantes também anotaram o quanto de pressão foi utilizada pelos dedos e a área do display envolvida.
Depois de conferir como o usuário desliza o dedo na tela oito vezes, o algoritmo pode chegar a 97% de acertos
Depois de treinado com esses resultados, o algoritmo de detecção de idade passou a funcionar com até 84% de precisão — número que pode chegar até 97% depois que a máquina guarda ainda mais características do usuário, em uma média de oito “deslizadas” na tela.
Agora, a ideia é melhorar ainda mais o reconhecimento, com a ajuda do acelerômetro dos smartphones, que podem indicar o movimento do aparelho. Afinal, as crianças também costumam chacoalhar os dispositivos com mais frequência. Ainda não há previsão de lançamento, mas parece ser uma boa iniciativa para evitar que os pequenos tenham — ou causem — problemas.
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