O Zenfone 4 é o modelo intermediário mais avançado que a ASUS lançou agora em 2017 – e, como o top de linha Zenfone 4 Pro não foi trazido para cá pela empresa, é o smartphone mais poderoso da companhia que veremos no Brasil por enquanto. O feedback dos usuários sobre os modelos anteriores foi ouvido pela fabricante taiwanesa, que apresentou um aparelho de fato surpreendente em vários aspectos.
- Desempenho excelente
- Câmeras traseiras ótimas
- Design premium e capinha inclusa
- ZenUI mais leve e ágil
- Bateria boa
- Preço complicado
- Zoom ótico eliminado
- Câmera frontal ruim no escuro e sem flash LED
- Tela apenas OK para o preço
- Espaço dividido entre segundo SIM e cartão micro SD
Primeiro, o slogan “We love photo” realmente foi levado a sério aqui: o Zenfone 4 vem com câmeras ótimas. Segundo, há o desempenho, que no dispositivo que testamos – com o processador Qualcomm Snapdragon 660 – é bom o bastante para fazer você questionar se vale a pena gastar em um celular de ponta. Mas vamos com calma, que o aparelho tem um monte de coisas que chamam a atenção, então confira a nossa análise para saber de tudo.
Fotos de respeito
Vamos começar pelo ponto principal, que são as câmeras. Na traseira, o Zenfone 4 vem com um sistema duplo, com um sensor principal de 12 MP da Sony com abertura de f/1.8 e angulação normal e um secundário de 8 MP da Omnivision com abertura de f/2.2 e ângulo de visão de 120º. Assim, é só você apertar um botão na tela para alternar entre os dois e fazer fotos mais amplas quando quiser pegar mais o cenário.
Mesmo no modo automático, os resultados são muitos bons. O sistema duopixel garante que o foco seja muito rápido, e os cliques também têm uma velocidade ótima – ambos no mesmo nível de rapidez dos celulares top de linha com as melhores câmeras. A definição das imagens ficou muito boa, e as cores também saíram legais em ambientes bem iluminados.
As fotos wide tiveram ótimos resultados em geral e servem muito bem para fotos amplas de cenários estáticos. No entanto, algumas ressalvas devem ser feitas, especialmente se você olhar bem para os cantos das fotografias com angulação maior, que exibem alguma distorção. O jeito para evitar esse problema é tentar não depender do recurso wide quando você estiver muito perto dos objetos que quiser fotografar.
Funções extras de câmera
Apertando o botão de retrato, você consegue fazer capturas com aquele efeito de desfoque de fundo – chamado de Bokeh –, e as imagens ficam muito bonitas sem grandes dificuldades. Outro ponto em que o resultado das câmeras do Zenfone 4 me agradou foi nas fotos noturnas e à meia-luz, que saíram com cores ótimas e detalhes ricos mesmo em situações difíceis, cheias de luzes variadas.
Também dá para ativar o modo de super-resolução para fazer fotos com 48 MP e menos ruído. Para isso, o celular bate quatro fotos de uma vez e junta todas em uma só. Isso aumenta a definição e reduz os ruídos, mas faz o clique ficar mais demorado. Mesmo assim, a qualidade das imagens vale a pena.
E todos esses recursos você consegue sem usar o modo Pro da câmera, que dá controles bem mais finos para você fazer fotos melhores ainda. Uma pena só que a ASUS resolveu colocar uma lente de zoom ótico apenas em seu modelo top de linha, que é o Zenfone 4 Pro.
Vídeos e selfies
Na hora dos vídeos, as câmeras traseiras também conseguem fazer gravações em 4K com bastante qualidade, e a estabilização eletrônica ajuda bastante a eliminar tremedeiras mais leves. O modo de câmera lenta permite fazer gravações em até 240 fps, mas o resultado não é muito impressionante. Já o timelapse pode ser feito até em 4K e com intervalos de 1 a 5 segundos por captura, e aí os resultados ficam muito bons mesmo.
No modo timelapse, o Zenfone 4 tem até um botão para você ativar um modo de economia de energia para deixar o celular gravando pelo máximo de tempo possível. Juntando isso a um tripé ou um suporte bem estável, dá para fazer umas gravações impressionantes para um celular.
A câmera frontal do Zenfone 4 vem com um sensor de 8 MP que consegue fazer selfies realmente boas em ambientes bem iluminados, incluindo o modo retrato, que desfoca o fundo de uma forma bem competente. No caso das fotos noturnas, elas pioram bastante e ficam cheias de ruído. O celular não tem flash LED frontal, mas a tela pode ajudar um pouco servindo de iluminação. Isso não faz a qualidade no escuro melhorar muito, mas dá para quebrar um galho.
O celular também tem uma função de embelezamento que permite mudar vários detalhes do próprio rosto na hora das selfies. Mas tome cuidado para não exagerar, porque senão as pessoas vão ver sua foto e pensar que você é o ET Bilu. Duvida? Confira:
Bicho rápido
Falando agora do desempenho, vale lembrar que o Zenfone 4 conta com três versões diferentes no quesito hardware. Uma delas vem com o processador Snapdragon 630 e 4 GB de RAM, outra tem o mesmo chipset, mas 6 GB de RAM, enquanto a terceira chega com o Snapdragon 660 e 6 GB de RAM. Foi esse último que nós recebemos para testar, então vale ressaltar que é de se esperar que as demais variantes tenham performances inferiores.
O Snapdragon 660 faz o Zenfone 4 ser muito rápido
Quando o Marcel Campos da ASUS veio até a redação do TecMundo para mostrar o Zenfone 4 pela primeira vez, ele afirmou que essa versão com o Snapdragon 660 faria os usuários ponderarem se realmente vale a pena investir em um top de linha com um chip da série 800 da Qualcomm. Agora que eu testei o aparelho, realmente deu para ver que ele não estava exagerando. E não, nós não recebemos nada para falar bem do aparelho.
O desempenho desse modelo parrudo do intermediário é excelente no uso cotidiano. Ele é rápido para ligar e desligar e também não sofre engasgos ou lentidão para abrir apps e trocar entre os que estiverem abertos – e a história é a mesma na hora dos games. O Zenfone 4 conseguiu rodar todos os tipos de título sem o menor sinal de dificuldade, indo desde games mais simples, como Dominó Jogatina, até outros com gráficos mais avançados e taxas altas de quadro por segundo, como Asphalt Xtreme e Horizon Chase. Todos sem queda de desempenho perceptível.
Dito isso, é claro que um Snapdragon 835 consegue ser um pouco mais rápido e chega a números maiores em testes de benchmark. No entanto, pelo menos com os apps que temos hoje na Play Store, é difícil notar a diferença na hora de usar o celular para tarefas mais comuns. No quesito armazenamento, o Zenfone 4 vem com 64 GB de espaço interno, o que é excelente para um intermediário. Além disso, o segundo slot na bandeja dele pode ser usado para expandir o espaço com um cartão micro SD.
Benchmarks
O Zenfone 4 com o Snapdragon 660 acaba ficando em uma posição difícil para comparações, já que seu poder de fogo é mais forte que o do resto dos intermediários, mas não chega ao mesmo patamar dos top de linha atuais das empresas concorrentes. Para ver como o dispositivo se sai em comparação com o resto do mercado, o submetemos a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3DMark (Ice Storm Unlimited), o AnTuTu Benchmark 6 e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).
O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Ice Storm Unlimited permite comparar diretamente entre processadores e GPUs. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.
O app AnTuTu 6 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.
O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, avaliando o desempenho do celular durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.
Design premium e proteção
Falando agora do design, o Zenfone 4 vem com a frente e a traseira feitas de vidro com Gorilla Glass, enquanto as laterais são de metal. A borda dos vidros se dobra nos cantos e dá um visual moderno para o aparelho. As câmeras traseiras não têm calombo, e a parte de trás tem os clássicos círculos concêntricos da ASUS, o que deixa o celular com um estilo premium bonito e moderno – pelo menos enquanto ele não se encher de marcas de dedo.
Uma coisa que ajuda a evitar as digitais no vidro e ao mesmo tempo protege o celular contra danos eventuais é usar uma capinha, e aqui a ASUS mandou bem e incluiu uma transparente na caixa do Zenfone 4. O case também ajuda a dar uma pegada melhor para o aparelho, que é um pouco escorregadio sem ele.
Display dentro do esperado
Seguindo para a tela, o Zenfone 4 vem com um display de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1920x1080 pixels), o que garante riqueza de detalhes e uma experiência de uso interessante em geral. A tecnologia do painel é chamada de Super IPS+, o que permite ângulos de visão e nível de brilho muito bons.
A tela do Zenfone 4 faz um ótimo trabalho, mas um painel AMOLED seria bem-vindo nessa faixa de preço
Considerando esses pontos, eu achei a qualidade da tela muito boa em todos os sentidos, especialmente considerando que esse ainda é considerado um celular intermediário. As cores continuam não sendo tão vivas ou destacadas quanto em um painel AMOLED ou Super AMOLED, mas a diferença não chegou a incomodar. Mesmo assim, considerando o valor do modelo mais caro do Zenfone 4, incluir a tecnologia mais avançada de display seria interessante.
Evolução da ZenUI
O Zenfone 4 vem de fábrica com a interface ZenUI 4.0, que é baseada no Android Nougat. Nesse ponto, o software da ASUS realmente evoluiu bastante e agora passa uma experiência mais fluida e ágil.
O visual ainda tem um toque próprio da empresa, mas não apresenta elementos que possam confundir quem prefere o sistema puro da Google. Mais importante que isso é o fato de que a quantidade de aplicativos que vêm instalados de fábrica diminuiu bastante – para alegria geral da nação.
Entre as funções diferentes da interface da ASUS, vale destacar uma que permite clonar apps para poder usá-los com mais de uma conta ao mesmo tempo. Outra legal é o Rádio FM, que pode ser ativado a partir da bandeja de configurações. Tudo bem que esses recursos não são inéditos, mas mesmo assim é legal que eles estejam presentes.
Bateria na medida
O Zenfone 4 chega com reservas de 3.300 mAh, o que rendeu um resultado muito bom no nosso teste de stress, rodando um vídeo no YouTube de forma contínua por 1 hora com o brilho da tela no máximo. O aparelho consumiu energia suficiente para permitir que ele aguente 10 horas nessas condições.
Esse é um número muito bom de forma geral e, na prática, significa que não é difícil fazer o celular aguentar um dia inteiro longe da tomada, mesmo com um uso relativamente intenso. Na hora da recarga, o smartphone da ASUS leva quase 2 horas para ir de zero a 100% – mas 40% do total já são recarregados na primeira meia hora na tomada, então mesmo uma recarga rápida consegue dar sobrevida para o aparelho.
Extras
No áudio, o Zenfone 4 vem com algumas coisas legais. Uma delas é o som estéreo, com um alto-falante na parte frontal e outro na parte de baixo do celular e capacidade de reproduzir conteúdo Hi-Res. Os componentes que a ASUS usou aqui permitem que o volume chegue a níveis fortes sem distorções perceptíveis. Além disso, o celular vem com fones de ouvido intra-auriculares e tem suporte à tecnologia DTS, que melhora a qualidade sonora nos headphones.
Antes de encerrar, vale também mencionar que o leitor de digitais agora foi movido para a parte da frente do celular, em uma posição que é fácil de alcançar. Normalmente, ele funciona rapidamente na hora de ler suas impressões digitais, mas ele pode ter um pouco de dificuldade se o sensor ou o seu dedo estiver sujo ou suado.
Vale a pena?
Com tudo isso que eu falei aqui, é inegável que o Zenfone 4 é um smartphone intermediário de respeito e sem dúvidas vai agradar muito a todos que resolverem adquirir um – especialmente na poderosa versão com o processador Snapdragon 660 e 6 GB de memória RAM. No entanto, o preço é um fator que importa muito nessas horas, e é aqui que a coisa complica para a ASUS.
A versão mais básica do Zenfone 4, com o chip 630 da Qualcomm e 4 GB de RAM, foi lançado pela empresa por R$ 1,9 mil. A versão com o mesmo chip, mas com 6 GB de memória, sai por R$ 2,3 mil. Por fim, o modelo mais poderoso, que testamos aqui, chega por R$ 2,5 mil.
Considerando esses valores, é difícil não levar em conta que há inúmeras outras opções de dispositivos intermediários – ou até top de linha do ano passado – que já podem ser encontrados por valores bem menores e, em alguns casos, oferecem pacotes iguais ou superiores. Além disso, alguns smartphones de ponta de 2017 já podem ser encontrados por valores bem abaixo dos R$ 3 mil. Aí o jeito é escolher outro celular ou esperar o preço dele cair e as promoções começarem.
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Mas e aí, o que você achou do Zenfone 4? Deixe a sua opinião e as dúvidas que tiverem sobrado aí nos comentários, que eu respondo assim que puder. Se você estiver a fim de comprar um, é só dar uma olhada no link a seguir para ver as melhores ofertas que encontramos até agora.
Opções de compra
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