Pesquisadores da organização internacional de testes de segurança UL atestaram que 99% dos carregadores piratas para smartphones da Apple não são considerados minimamente seguros para o uso cotidiano. 3% dos dispositivos testados inclusive representaram risco eletrocussão fatal ao usuário. Isto é, poderiam matar uma pessoa por conta de um choque elétrico.
Os testes foram feitos com 400 carregadores piratas recolhidos em várias partes do mundo. De todos eles, apenas três exemplares conseguiram passar nos testes mais básicos de segurança. Ou seja, praticamente todos representam algum nível de risco ao usuário. De acordo com a UL, os problemas são quase sempre relacionados a falhas fundamentais no projeto dos aparelhos ou na manufatura. A qualidade dos materiais em si não é uma grande causa de problemas, mas sim a fabricação e o desenvolvimento pouco cuidadosos.
A questão é que nem sempre aparelhos certificados chegam ao consumidor
"Há hoje tecnologia suficiente para realizar ensaios e simular situações que evitem fatalidades. A questão é que nem sempre aparelhos certificados chegam ao consumidor. No Brasil, por exemplo, a regulamentação para baterias de íons de lítio restringe-se às baterias destinadas a telefones celulares. Elas devem ser ensaiadas e homologadas conforme a Resolução 481/2007 da Anatel”, comentou José Antonio de Souza Junior, gerente de operações da divisão Consumer Technology da UL do Brasil ao ConvergeCom.
É importante destacar que carregadores pirata podem comprometer a segurança mesmo das baterias de maior qualidade em smartphones no mercado. Isso porque eles podem deixar passar mais corrente do que as células de energia conseguem aguentar ou mesmo causar picos inesperados. Esse tipo de “abuso” vai desgastando as baterias e, com o tempo, elas podem falhar catastroficamente.
“As baterias são componentes críticos quanto à segurança elétrica em quaisquer aplicações e devem ser projetadas para resistir ao calor e aos esforços mecânicos, além de dispor de circuitos de proteção para evitar eventual sobrecarga e descarga forçada", completou o gerente da UL.
Combustão espontânea
Fora explosões e combustões inesperadas de celulares pelo mundo, vários casos já foram registrados no Brasil. Há poucos meses, um celular da Samsung pegou fogo dentro da mochila de um passageiro de um trem em São Paulo, o que levou ao esvaziamento da composição em uma estação.
Outro caso aconteceu na Paraíba em abril deste ano. Um usuário esqueceu seu carregador original no trabalho e, como era fim de semana, resolveu carregar o celular com um “genérico”. O acessório explodiu, derreteu a tomada e deixou a parede manchada. Em julho, outro incêndio provocado por carregador pirada conectado à tomada ocorreu em um quarto de hotel em Santa Catarina.
Com tudo isso, a recomendação é não utilizar carregadores paralelos em hipótese alguma. Comprar carregadores originais pode ser caro, mas considerando os riscos envolvidos no uso de acessórios pirata, o investimento é justificável de acordo com a UL.
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