Até meados de 2014 todos os carros nacionais deverão possuir o chip de identificação instalado. Deverá funcionar como uma espécie de placa eletrônica capaz de fazer um breve levantamento das condições do veículo e monitorar seu deslocamento em tempo real. A solução definitiva para os congestionamentos, uma medida para erradicar as infrações ou mais um meio de multar os motoristas? Conheça mais sobre o Sistema Nacional de identificação Automática de Veículos (Siniav) antes que ele se torne obrigatório.
Pense em uma pequena tarja magnética ou um pequeno aparelho celular fixado discretamente em seu para-brisa trocando informações com milhares de antenas espalhadas pela cidade. O motorista não perceberia qualquer mudança em sua condução, algo como o sistema “pague sem parar” dos pedágios voltado para as necessidades do departamento de trânsito.
Breve, em um veículo perto de você
Previsto inicialmente para 2009, as primeiras medidas para a implementação do projeto ocorreram já em 2004. Após 2 anos de testes em 550 veículos e 24 antenas de rastreamento no centro da cidade de São Paulo, o projeto finalmente recebeu a aprovação que precisava para deixar a prancheta. A partir de junho de 2011, todos os veículos deverão deixar a fábrica com a identificação e os Detrans serão obrigados a distribuir o dispositivo durante o licenciamento anual. Já a implementação nos demais veículos em todos os estados brasileiros deverá ocorrer até 30 de junho de 2014.
A pauta do projeto é o controle de fluxo nas vias a qualquer hora do dia nas mais diferentes condições. Desde a década de 60, o Denatran vinha utilizando o mesmo sistema de pesquisas dos anos 60 com atualização de dados a cada 10 anos. De acordo com o potencial destas informações, órgãos responsáveis pelo controle de tráfego podem variar o tempo de atuação dos semáforos e prever outras mudanças em questão de minutos.
Vantagens e desvantagens
Além da multa de R$ 127,00 e 5 pontos na carteira de quem circular sem a devida identificação eletrônica, o chip será capaz detectar carros que não estão com o IPVA em dia, placas clonadas, com multas em atraso ou motoristas que não respeitam os dias de rodízio. Veículos roubados ou em rota de fuga também podem ser detectados rapidamente desta forma, possibilitando medidas de apreensão muito mais eficazes.
Outra possível aplicação será no controle da velocidade máxima em vias de modo contínuo e não somente em pontos específicos como ocorre atualmente. Outras possibilidades são o débito automático de pedágios proporcionais ao deslocamento do veículo, abertura automática de portões eletrônicos e passes em estacionamentos.
Por outro lado, este mesmo potencial pode ser revertido para a cobrança de pedágio urbano, polêmico projeto onde cada veículo paga por cada quilômetro rodado dentro da cidade. Da mesma forma, a aplicação de diversas penalidades também poderá ocorrer sem a intervenção de um oficial de trânsito. Nada foi oficialmente declarado a respeito destas finalidades, ao menos não são estas as intenções iniciais do Siniav.
Quanto custa?
Se por um lado o projeto poderá pesar no bolso de quem não anda na linha, por outro os chips de identificação podem resultar em economia. A começar pelo custo de implementação dos dispositivos que deve vir de recursos de multas, já a instalação e manutenção das antenas e dos demais recursos do sistema será feita por uma Parceria Público-Privada. Você não precisa gastar nada para adotar a identificação em seu carro.
Quem não possui um seguro poderá se sentir mais tranquilo, carros apreendidos não deverão ir muito longe com o identificador e estima-se que os roubos de veículos deve diminuir. Também é fato que os automóveis que possuem um identificador similar (via satélite) são considerados mais protegidos pelas companhias de seguro e, por isso, possuem menor anuidade.
Muita discussão está por vir
O Denatran declarou ainda que as informações coletadas pelo Siniav são sigilosas e que nada a respeito da vida pessoal do condutor será revelado. O sistema funciona com dois bancos de separados, enquanto um deles monitora o trajeto realizado pelo motorista o outro se encarregaria de verificar as condições legais do veículo.
O prazo final para a implementação do sistema em todo o território nacional é meados de 2014, pouco antes da Copa do Mundo sediada no Brasil. Fato curioso para um projeto que já passou por diversos atrasos e que agora parece caminhar a largos passos.
Embora pequena, especialistas não descartam a possibilidade de clonagem e remoção do chip em veículos. Finalmente, junto da notícia gira certa discussão a respeito da liberdade dos condutores diante de um sistema que exerce controle absoluto sobre o tráfego.
É inegável que os chips de identificação irá trazer diversas vantagens e resultar em soluções para o trânsito, mas até que ponto isto pode gerar novos problemas? Qual sua opinião sobre o sistema de identificação eletrônica em todos os veículos do Brasil?
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