A franquia Velozes e Furiosos é cheia de altos e baixos. Particularmente, os três primeiros filmes me agradaram muito, ainda mais que foram lançados em uma época que tínhamos jogos como Need for Speed Underground como referência.
Os anos passaram e, na minha opinião, a qualidade caiu um bocado. Parte do problema da série foi bagunçar a trama com vários acontecimentos que só seriam explicados posteriormente.
Pois bem, hoje, finalmente podemos conferir o sétimo filme da série nos cinemas, título que promete consertar os erros e encerrar (ainda que já tenham novos filmes anunciados) os rachas com chave de ouro. Este último longa é ainda mais especial por prestar uma homenagem ao aclamado Paul Walker.
Dando continuidade às aventuras globais da franquia, Vin Diesel, Paul Walker e Dwayne Johnson lideram o elenco de “Velozes e Furiosos 7”. No novo capítulo dirigido por James Wan (Jogos Mortais e Sobrenatural), acompanhamos Toretto (Vin Diesel) enfrentando um inimigo (Jason Statham) que busca vingança e vai eliminar todos aqueles que ficarem em seu caminho.
É claro que o campeão dos rachas não está sozinho nessa. Em meio a tantas confusões, ele acaba reunindo toda sua gangue para pilotar carros ainda mais insanos e fazer manobras que muitos julgam impossíveis. Ao mesmo tempo em que lida com o perigo, Toretto passa por um drama com Letty (Michelle Rodriguez), o que deixa a situação mais tensa.
Alerta spoiler
Antes de dar continuidade à crítica, vale uma pausa para deixar bem claro que vamos abordar diversos detalhes da trama no desenvolvimento deste texto. É recomendável efetuar a leitura após ter conferido o filme, pois algumas informações aqui presentes podem prejudicar sua experiência no cinema. Nós avisamos.
Resgatando a essência da série
Conforme dito acima, “Velozes e Furiosos 7” vem para consertar algumas falhas que ficaram evidentes no decorrer da trama que conecta os tantos filmes da franquia. A parte boa é que o filme faz isso de forma natural, apresentando personagens que fazem sentido e resgatando várias cenas de outros filmes para deixar o clima de nostalgia no ar.
Poder conferir o mesmo cenário de Tokyo Drift e do primeiro filme são coisas pequenas que deixam o filme muito mais interessante. É claro que, devido ao longo período decorrido entre os títulos, alguns atores já estão mais velhos e não parecem mais os mesmos, mas o importante é que o público fica animado com a retomada dos antigos rachas.
Neste clima de velocidade sem limites, o filme aproveita para colocar algumas disputas de arrancadão e de drift. Nas garagens, podemos acompanhar os protagonistas investindo em seus automóveis com motores preparados para toda prova. Os veículos do novo filme, aliás, são realmente surpreendentes. Temos os modelos que fizeram sucesso nas películas antigas, mas há muitos novos carros para deixar o filme pegando fogo.
Exagero que dá gosto de ver!
Uma coisa interessante é que o filme não trata apenas das corridas, mas tem sua trama focada nas tretas de Toretto e sua gangue contra o mundo. Assim, os carros são importantes, mas não são o principal. Tudo bem, em algumas cenas, dá pra dizer que os veículos são os protagonistas, porém eles estão ali para cumprir um papel relevante no meio do todo.
O interessante é que essa disputa entre dois grandes personagens (Toretto e Shaw) é muito bem desenvolvida. Há explicações para tudo, motivações e boas perseguições. No meio da história, entram outros grupos paramilitares que deixam a briga ainda mais acirrada e empolgante.
Indo desde saltos insanos com carros de aviões até incríveis manobras, que fazem carros voarem um prédio para outro, o filme se mostra muito excitante. A adrenalina é constante, o exagero é evidente e as situações são inusitadas. Só de poder conferir um Lykan (veículo que custa quase R$ 10 milhões) de perto já vale toda a pena!
Outro aspecto que gostamos de ver muito foi a tecnologia desenvolvida e aproveitada constantemente no desenvolvimento da história. Com dispositivos capazes de rastrear quase tudo que acontece no globo, o filme mostra diversas cartas na manga e dá o tom de que está preparado para o futuro.
As músicas muito bem escolhidas (com direito a Get Low de Dillon Francis) dão o tom perfeito para a ação e a velocidade. A trilha consegue prender a atenção da plateia e diverte do começo ao fim.
Mesmo que você não tenha gostado muito dos filmes anteriores, é bem provável que “Velozes e Furiosos 7” acabe sendo um ótimo programa para o cinema de fim de semana. O fim é um bocado emocional e triste, mas a bonita homenagem prestada a Paul Walker é mais do que justa e necessária. Bom, se a série manter essa qualidade, pode vir os próximos!
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