O filme “O Sétimo Filho” estreou recentemente nos cinemas brasileiros e claro que nós fomos conferir esta obra que promete ser uma aventura épica. Com Jeff Bridges, Julianne Moore e Ben Barnes no elenco, o novo título da Universal Pictures conta a história da jornada de dois guerreiros que pretendem destruir o reino das trevas.
No enredo, acompanhamos o Mestre Gregory (Jeff Bridges), o último guerreiro da Ordem dos Falcões, que procura um aprendiz para aniquilar as bruxas, seus aliados e, principalmente, a Mãe Malkin (Julianne Moore).
Segundo uma antiga lenda, somente o sétimo filho de um sétimo filho é capaz de realizar tal proeza. Sem hesitar, o jovem Tom Ward (Ben Barnes) embarca em uma jornada perigosa e surpreendente — tá, nem surpreende de verdade, mas ainda estamos na sinopse, então vale fingir que a história é bacana.
O longa-metragem então segue a relação entre o mestre e o pupilo, que devem se entender e combater um mal maior. Do outro lado, acompanhamos a história de como a bruxa ficou má e como seus súditos são cruéis e repletos de truques. Bom, vamos então falar sobre as partes boas e, principalmente, sobre as partes ruins do filme.
Alerta spoiler
Antes de prosseguirmos, vale ressaltar que vamos abordar diversos detalhes da trama do filme no desenvolvimento deste texto. Recomendamos que você leia apenas depois de já ter assistido, pois muitas informações aqui presentes podem prejudicar sua experiência no cinema (caso você vá conferir na telona, claro). Nós avisamos.
Poderia ser bom
Antes de qualquer coisa, é preciso esclarecer que o roteiro de “O Sétimo Filho” tem potencial. Há todo um universo a ser explorado, personagens curiosos e espaço para inovar muito. O problema é justamente a aposta em receitas já batidas, clichês e diálogos cansativos.
O filme começa de forma acelerada, mostrando as aventuras de Mestre Gregory. A apresentação do mundo fantástico onde toda a jornada acontece se dá em poucos minutos, sendo que muitas coisas importantes são deixadas de lado e alguns detalhes só são explicados posteriormente.
Logo de cara também acompanhamos o protagonista sendo recrutado pelo Mestre Gregory. Aqui, já vemos como o filme não faz questão alguma de se explicar e tem um desenvolvimento raso. O jovem Tom Ward topa tudo e seus pais nem se pronunciam à respeito de tal situação. Não demora muito também para percebermos que ele não é um herói — o personagem é fraco e o ator não ajuda.
Jeff Bridges até se esforça e talvez seja o que há de melhor no filme. Ele sempre está forçando o sotaque, fazendo piadinhas e bebendo como um louco. Só que qualquer esforço dele perde validade quando vemos que os diálogos com o pupilo são fracos e sem qualquer propósito.
O grande trunfo do filme está no combate às bruxas, uma temática que já foi explorada inúmeras vezes, mas que poderia dar certo caso o filme tivesse novidades. Ocorre que o roteiro não tem nada de ineditismo e tudo é tão superficial que não dá pra se interessar por qualquer personagem.
Alguns personagens das trevas até são interessantes, mas os ideais não são suficientes para manter a história. Felizmente, a ação e os efeitos tridimensionais ajudam um pouco. Os cenários belíssimos dão vivacidade ao mundo proposto, porém não espere conseguir compreender tudo e onde cada coisa acontece, porque o filme deixa a desejar nesse aspecto.
Mas não foi dessa vez
Depois de grandes sagas como “Harry Potter” e “O Senhor dos Anéis”, Hollywood vem apostando em diversas outras adaptações de livros com temáticas épicas recheadas de monstros e personagens heroicos.
O Sétimo Filho é mais um que tenta ir para o lado da fantasia, mas acaba pecando ao colocar muitos esforços no romance (ainda que se encaixe na história, a paixãozinha do casal principal não convence, talvez por conta das péssimas atuações) e em diálogos vazios.
O resultado é um filme previsível, com boas cenas de ação, mas uma história mal desenvolvida. Ficamos boquiabertos em perceber que grandes atores como Bridges e Moore toparam participara dessa obra — não tá fácil pra ninguém. É melhor aguardar para ver o filme em casa, pois a ida ao cinema não é gratificadora.
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