Alguns anos atrás, o filme “A Mulher de Preto” estrelado por Daniel Radcliffe estreou aqui no Brasil. O filme que tinha história de Susan Hill prometia bons sustos, mas a verdade é que o resultado não foi tão impressionante.
Fato é que, conforme muitos já esperavam, a obra dirigida por James Watkins deixou espaço para uma continuação. Hoje, é claro que estamos aqui para falar da sequência: “A Mulher de Preto 2: O Anjo da Morte”.
O título de terror que chega hoje aos cinemas não é uma continuação direta (quem viu o primeiro filme sabe que o final não foi muito feliz), mas usa alguns detalhes da trama principal para apresentar uma história parecida.
No novo filme, acompanhamos um grupo de crianças órfãs que é evacuado para a Mansão Pântano (o mesmo cenário da película anterior) quando a situação está caótica no cenário da Segunda Guerra Mundial. Os pequeninos estão sob os cuidados de Eve (Phoebe Fox), a professora da escola.
Entretanto, ao chegar ao local, algumas coisas bizarras deixam as crianças estranhas e, logo, Eve e Harry (Jeremy Irvine), que cuida da segurança de todos na região, descobrem que o grupo acordou uma força terrível que habita na casa.
Alerta spoiler
Antes de dar continuidade à crítica, vale uma pausa para deixar bem claro que vamos abordar diversos detalhes da trama no desenvolvimento deste texto. É recomendável efetuar a leitura após ter conferido o filme, pois algumas informações aqui presentes podem prejudicar sua experiência no cinema. Nós avisamos.
Clima sinistro, mas poucos sustos
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a continuação “O Anjo da Morte” também é baseada na obra literária de Susan Hill, o que nos leva a crer que a história tem potencial similar ao que já vimos previamente. Assim, toda a ambientação que foi bem trabalhada no primeiro filme é reaproveitada aqui.
Em “A Mulher de Preto 2”, somos lançados nos mesmos cenários e nos deparamos com o mesmo inimigo. A névoa, as salas escuras e muitas memórias que já vimos são resgatadas. Ponto para o time de produção que pensou em reutilizar alguns objetos sinistros, que garantem a familiaridade com a situação pavorosa já apresentada.
A história vai muito bem até determinado ponto e a trama consegue ser bem curiosa. Há muitas cenas que não têm relação com a história principal, mas elas servem para ampliar o clima de suspense e deixar a plateia mais tensa.
Aplausos aqui para o pessoal da sonoplastia e a galera que cuidou do figurino, pois esses são elementos que foram fundamentais para manter o clima sinistro do filme. Bom, até a metade do filme, a história consegue manter a linha do que vimos no título com Daniel Radcliffe, mas algumas coisas atrapalham posteriormente no desenrolar do enredo.
Após a introdução, “A Mulher de Preto 2” começa a repetir tudo que já vimos no primeiro filme. O legal é que todo mundo, principalmente quem não viu o título anterior, pode entender tudo nos mínimos detalhes. A parte chata é que muita gente vai ouvir a mesma ladainha duas vezes, ou seja, faltou ineditismo mesmo.
A repetição é desnecessária, mas podemos relevar esse inconveniente. O problema é que logo a trama se perde, há algumas contradições e tem muitos personagens desnecessários que estão ali apenas para encher linguiça. A conclusão é quase inaceitável, pois vai contra muita coisa que foi explicada no desenrolar do roteiro.
Não bastassem esses problemas, o filme ainda peca por não cumprir sua tarefa: ele não dá medo. As cenas de terror são bem previsíveis e os sustos são bem raros. A quem culpar? Não dá para saber. “A Mulher de Preto 2: Anjo da Morte” é um filme que não deve agradar aos fãs do gênero e talvez seja assustador apenas para quem é muito medroso. Uma pena.
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