A polícia de Houston (Texas, Estados Unidos) contou com a ajuda da Google para realizar a prisão de um homem nesta semana. Foi a empresa de tecnologia que alertou o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC, ou National Center for Missing and Exploited Children) sobre a presença de imagens explícitas de uma criança, as quais estavam armazenadas na conta do Gmail do homem preso — responsável também pelo envio delas a outras pessoas.
O acusado John Skillern (de 41 anos) já havia sido preso cerca de 20 anos atrás por ter abusado uma outra criança, e agora está sob vigilância judicial novamente. A polícia contou a uma rede de televisão local que não teve acesso às imagens mencionadas pela Google, mas que a informação foi utilizada para que um mandado de prisão e verificação fosse emitido, sendo que com isso foi possível encontrar novas provas.
Apesar de o caso ter resultado na prisão de um criminoso, ele reabriu as discussões acerca da privacidade do Gmail. Muitos questionam a falta de transparência da Google na hora de varrer contas em busca de informações como as deste caso, sendo que não é claro se apenas o Gmail é verificado ou se isso se estende a outros serviços da mesma empresa, como o Google Drive.
Fotografia do acusado
O que a Google diz
Como resposta a isso, a Google postou uma mensagem em seu blog oficial e disse: “Desde 2008, usamos uma tecnologia que marca imagens com conteúdo de abuso infantil, permitindo ainda que sejam identificadas duplicatas que possam existir em qualquer lugar — para que saibamos a origem delas com mais clareza. Cada imagem ganha uma única ID que será reconhecida pelos computadores especializados, sem que um humano tenha que ver esses conteúdos.”.
Indo além, a Google ainda informou: “Recentemente, começamos a trabalhar para incorporar ‘impressões digitais’ encriptadas nestas imagens para criar uma base de dados de cruzamento. Isso permite que empresas, órgãos legais e instituições sem fins lucrativos possam trabalhar para detectar e remover essas imagens, além de tomar medidas legais contra os criminosos. Hoje nós também anunciamos o investimento de US$ 2 milhões no Fundo de Proteção Tecnológica para a Criança, que vai encorajar o desenvolvimento de ferramentas ainda mais efetivas.”
Foi com este sistema que a Google conseguiu encontrar e denunciar o acusado. Skillern será obrigado a pagar uma multa de US$ 200 mil e já foi catalogado como um agressor sexual — pois a posse e a divulgação dos materiais foram adicionadas à ficha criminal dele, já manchada pelo fato ocorrido 20 anos atrás. Vale dizer que a origem das imagens ainda não foi revelada.
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