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Após dois diretores da divisão brasileira da Google serem denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, sob acusações de estarem atrapalhando as investigações de casos de pornografia infantil, a Gigante das buscas emitiu uma nota em seu blog sobre o assunto. No texto, o vice-presidente global de assuntos jurídicos da empresa, Matt Sucherman, afirmou que a companhia se encontra perplexa pelo ocorrido.
“As alegações são ultrajantes – nenhum deles ajudou a disseminar material contendo abuso sexual de crianças ou desobedeceu ordens judiciais. Ambos trabalharam durante anos com o MPF para combater a pornografia infantil no Brasil”, ressalta o executivo. Ele afirma achar incompreensível que o órgão “tenha feito acusações sem fundamento” e que a Google só tomou conhecimento da denúncia por meio de um comunicado à imprensa.
Segundo a Gigante das buscas, as imagens contendo abuso sexual de menores são removidas “proativamente” e são prontamente reportadas para os órgãos responsáveis do governo. A empresa afirma investir milhões de dólares todos os anos para aprimorar em escala global seus esforços no combate à pornografia infantil.
O inimigo é outro
(Fonte da imagem: Reprodução/CulturaMix)
O executivo listou algumas das medidas da Google para combater esse tipo de crime na internet, entre as quais se destaca a limpeza da busca de forma a evitar que links direcionados a materiais de abuso sexual infantil apareçam nos resultados. Tais mudanças eliminariam o surgimento desses endereços em mais de 100 mil buscas que poderiam ser relacionadas a esse tipo de crime.
Além disso, a Gigante das buscas afirma que todas as imagens ilegais identificadas recebem uma espécie de impressão digital única, permitindo que as máquinas da empresa as identifiquem sempre que surgirem em seus sistemas. “E, dado que pedófilos vêm cada vez mais filmando seus crimes, nossos engenheiros criaram novas tecnologias capazes de identificar vídeos impróprios”, acrescenta.
O texto do executivo termina ressaltando que as alegações contra os empregados da companhia enfraquecem a cooperação construída nos últimos anos entre as autoridades brasileiras e a Google para combater a pornografia infantil. “Esperamos que essas acusações sejam rejeitadas para que nossos funcionários possam continuar a ajudar na luta contra a exploração sexual de crianças online”, conclui.
Trocando em miúdos
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No final de fevereiro, a procuradoria do MPF solicitou que a Justiça abrisse ações penais contra dois dirigentes da Google, Fabiana Regina Siviero e André Zanatta de Castro, acusados do crime de desobediência. A denúncia foi assinada pelas procuradoras da República Adriana Scordamaglia e Melissa Garcia Blagitz de Abreu e Silva.
Segundo a entidade governamental, Siviero vem demorando para fornecer informações solicitadas desde 2010, sem qualquer explicação. Além disso, informações que deveriam ser armazenadas para ajudar nas investigações acabam sendo apagadas após 180 dias.
Já Castro foi denunciado por não ter cumprido em duas ocasiões uma ordem judicial de enviar dados a respeito de determinado perfil no Orkut. De acordo com o MPF, o diretor ainda não havia enviado qualquer resposta sobre o pedido um ano após receber a solicitação.
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