Os casos de “revenge porn”ou “pornô de vingança” têm se tornado perigosamente comuns nos últimos tempos, ocorrendo tanto entre pessoas comuns quanto com celebridades. Basta que uma das partes resolva terminar o relacionamente para que o parceiro divulgue fotos ou vídeos íntimos da vítima – geralmente mulheres – pela internet afora. Com esse cenário se popularizando, duas gigantes do setor de tecnologia resolveram combinar forças para impedir a propagação desse material e dar ferramentas para que os afetados possam fazer seus apelos.
Ainda em 2015, tanto a Google quando a Microsoft já haviam anunciado que mudariam sua política em relação a esses episódios em seus buscadores. De forma geral, isso significa que ambas as empresas implementaram um formulário pelo qual qualquer pessoa que tenha se tornado alvo desse tipo de agressão possa contatar diretamente as duas empresas. No caso da companhia comandada por Satya Nadella, por exemplo, um recurso desse pode resultar até na remoção de fotos hospedadas ou divulgadas em serviços da casa, como a Xbox Live ou o OneDrive.
Central de Transparência da Microsoft.
Mesmo que esse seja um bom passo na direção certa, vale notar que a dona do Windows não fez com que esse processo fosse automatizado, sendo necessário que cada pedido passe por uma série de análises antes de ser aprovado ou rejeitado. Esse, aliás, é o mesmo formato usado pela Microsoft para lidar com requisições de retirada de outros tipos de conteúdos de sua rede. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, 338 (63%) do total de 537 pedidos relacionados ao tema sexual foram aceitos pela marca – fazendo com que os arquivos fossem removidos.
Os 199 (37%) casos restantes foram inicialmente negados por dois motivos básicos: 1) A empresa sentiu que os dados da ocorrência não eram suficiente e pediu por mais informações para avaliar melhor o acontecido; e 2) A Microsoft averiguou o material em si e decidiu que ele não se encaixava nas exigências para ser caracterizado como revenge porn. Isso significa que a imagem ou clipe não continua nudez ou não permitia uma fácil identificação da vítima.
Dois pesos, duas medidas?
Vale notar que, quando tratou dos 60 milhões de pedidos de conteúdos que infringiam copyright feitos no mesmo período, a companhia conseguiu atingir uma eficiência quase perfeita no segmento, acatando 98% dos formulários enviados – geralmente por grandes nomes das indústrias de entretenimento ou fonográficas. Mesmo que os esforços sejam bastante diferentes entre essas áreas, vale a pena acessar este link, ler o material oficial disponível – infelizmente apenas em inglês – e preencher o formulário se estiver sendo alvo de vazamento de arquivos íntimos.
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Fontes