A cena foi rápida, de fato. Mas a aparição do exoesqueleto desenvolvido por mais de 150 pesquisadores deixou Miguel Nicolelis (imagem acima), cientista brasileiro responsável por encabeçar o projeto “Andar de novo”, bastante satisfeito. “Foi um trabalho em equipe, e destaco, especialmente, os oito pacientes que se dedicaram intensamente naquele dia. Coube a Juliano Pinto (29) usar o exoesqueleto, mas o chute foi dado por todos. Foi um grande gol dessas pessoas e de nossa ciência”, disse Nicolelis em nota publicada à imprensa.
Baseado no princípio “interface cérebro-máquina”, o equipamento faz uso de sinais emitidos pelo cérebro para a movimentação do mecanismo. A demonstração feita nessa quinta-feira (12) não foi realizada sobre o gramado devido ao peso do dispositivo – que poderia danificar o campo de futebol. Dessa forma, Juliano, paraplégico, levantou-se e deu o pontapé inicial na Arena Corinthians sobre um piso adaptado. Vale dizer que o chute emblemático é apenas o primeiro movimento de uma série de testes que deverá ser feita pelo projeto “Andar de novo”.
“O gesto vai servir para aumentar a conscientização para o fato de que temos de 20 a 25 milhões de pessoas paralisadas ao redor do mundo, e que a ciência, se devidamente financiada e apoiada, pode fazer alguma coisa. Se começarmos agora – esse é apenas um chute inicial simbólico –, podemos conseguir fazer algo nos próximos anos”, observou também o professor. Os treinamentos com Juliano foram realizados na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), instituição parceira do programa de Nicolelis.
Inicialmente, a ideia era fazer com que o paciente paraplégico se levantasse, desse alguns passos e, ao chegar até o centro do campo, finalmente chutasse a bola (veja mais aqui). Miguel Nicolelis chegou a gravar um vídeo que trata especialmente do exoesqueleto utilizado por Juliano na memorável data de ontem (12) – um clipe publicado via Facebook também chegou a ser liberado pelo neurocientista brasileiro (assista-o por meio deste link).
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