Atenção: em virtudes de erro nas configurações para a realização dos testes, revimos os resultados e preparamos uma revisão completa de opinião.
O aumento da disponibilidade de conexões sem fio nos últimos anos foi algo que mudou bastante a forma como usamos a internet. Não só foi possível dizer adeus às limitações em relação ao lugar em que o computador deve ficar, como se tornou mais prático acessar a rede a partir de dispositivos como smartphones ou video games portáteis.
Infelizmente, toda essa praticidade veio acompanhada de alguns problemas típicos da tecnologia usada. Instabilidade de sinal, perda de velocidade e interferência de outros aparelhos que usam frequências eletromagnéticas são só alguns dos obstáculos que usuários de rede sem fio enfrentam diariamente. Isso sem contar com as tão exploradas falhas de segurança.
O fato é que, apesar de toda a vantagem que apresentam, as conexões sem fio ainda perdem feio para aquelas que usam cabos quando o assunto é velocidade e estabilidade. Os motivos são variados, incluindo as limitações dos aparelhos roteadores, obstáculos que estejam no caminho e a distância entre o usuário e a fonte do sinal.
Velocidade limitada
O principal motivo que explica a menor velocidade obtida pelas conexões sem fio está relacionado às limitações de transmissão de banda da tecnologia atual. Enquanto o padrão 802.11b suporta uma velocidade máxima teórica de 11 MB/s, o padrão 802.11g suporta até 54 MB/s – nada perto dos 100 MB/s alcançados pelas redes a cabo mais modernas.
Como a velocidade teórica de transmissão de sinais raramente é alcançada em ambientes domésticos, a menor velocidade se torna inevitável. Em um domicílio em que há um computador conectado à internet através de cabos e outro que usa a mesma conexão distribuída por um roteador Wi-Fi, o primeiro sempre terá desempenho melhor.
Isso sem contar com a deterioração dos sinais, que são enviados de maneira menos direta através da conexão Wi-Fi. Isso não só faz com que se perca grande quantidade de dados durante a transmissão, como torna a distância um fator muito importante na hora de determinar a velocidade de conexão.
Quanto mais distante o usuário estiver da fonte geradora do sinal, maiores os problemas enfrentados. Além do sinal se deteriorar normalmente em ritmo rápido, há de se levar em conta a presença de obstáculos como paredes e obstáculos que tornam ainda mais veloz esse processo. Algo que, obviamente, não acontece na conexão por cabos, que permanecem sempre à mesma distância do computador.
Interferências dos mais diversos tipos
Outro problema enfrentado pelas conexões sem fio que inexiste nas conexões por cabo é a interferência de outros aparelhos que usam ondas eletromagnéticas para funcionar. Como não há um padrão que determine frequências de transmissão específicas para cada tipo de dispositivo, não é raro possuir em casa algum aparelho que opera em 2.4 GHz, padrão usado pelas redes wireless.
Quando dois ou mais campos magnéticos operando na mesma frequência estão na mesma área, ocorre a interferência. Os efeitos são variados, mas normalmente ocasionam menor velocidade de transmissão de dados ou até mesmo a queda temporária da conexão – situação bastante desagradável durante um download ou exibição de conteúdo por streaming, por exemplo.
Os maiores vilões dessa história são telefones sem fio e aparelhos micro-ondas. Enquanto os primeiros normalmente operam em frequências de 900 MHz, não é difícil encontrar aparelhos com frequência de 2,4 GHz sendo vendidos em grandes lojas. Os fornos de micro-ondas também operam na mesma frequência e, embora tenham proteções que evitam a emissão de sinais, a quantidade que vaza é suficiente para interferir em conexões Wi-Fi.
Mais detalhes sobre os fatores que influenciam na transmissão de conexões sem fio podem ser conferidos no artigo “Mito ou verdade: aparelhos sem fio podem derrubar a internet wireless?”. Clique aqui para acessar.
Hora do teste
Para comprovar as diferenças de velocidade entre conexões sem fio e a cabo, realizamos dois testes simples que podem ser reproduzidos em ambiente doméstico. O primeiro aproveitou das ferramentas do Speedtest.net para medir a velocidade da conexão, enquanto o segundo consistiu no download de um arquivo hospedado em um servidor estável. Em ambos os casos, o navegador usado como base foi o Mozilla Firefox.
Para evitar disparidades entre os resultados, a mesma máquina foi usada para realizar todos os procedimentos, já que diferenças no hardware poderiam surtir em resultados menos precisos. Ambos os testes foram realizados usando uma conexão dedicada da NET Virtua com 50 MB, usando como intermediário o roteador Linksys E3000, que conta com a tecnologia 802.11n.
Além disso, durante a transferência do arquivo, não foi realizada nenhuma atividade que pudesse interferir na rede. Isso inclui navegação pela internet, mensageiros instantâneos ou uso de programas aceleradores. Por questões de precisão, ambos os testes foram realizados três vezes seguidas.
Speedtest.net
O Speedtest.net é uma página que realiza um teste com a conexão usada pelo computador, mostrando de forma precisa informações sobre as velocidades máximas de download e upload. Além disso, é medido o ping, medida responsável por detectar o tempo de resposta com o servidor – quanto menos o valor, menor.
A principal diferença detectada entre conexões a cabo e wireless foi um aumento do ping quando fios são dispensados. Isso tem como principal resultado uma menor estabilidade de sinal, o que pode gerar uma maior variação na velocidade dos downloads realizados.
O que mais influência na velocidade da rede sem fio é a qualidade do roteador, a distância do aparelho em relação ao computador e quais obstáculos estão no caminho. Nos testes realizados, a velocidade de download sofreu uma queda considerável ao afastarmos a máquina em alguns metros. Porém, o ping e a taxa de upload se manterem constantes.
Download
Durante a transferência dos arquivos, não houve diferenças substanciais na velocidade obtida que justificassem a afirmação de que o cabo é melhor que o sinal wireless. Porém, devido à maior latência da conexão sem fio, houve uma maior variação entre os valores mínimo e máximo de download.
O que isso significa é que, durante a navegação pela internet ou downloads de arquivos, dificilmente se nota a diferença entre conexões por cabo ou por sinal wireless. Porém, a diferença em latência significa que o cabo é mais confiável em jogos eletrônicos, por exemplo, em que uma grande variação de velocidade costuma afetar de forma significativa a experiência.
A decisão é do usuário
A partir dos testes realizados, fica claro que existe cada vez menos diferença entre redes a cabo ou sem fio quando o assunto é velocidade de conexão. A principal desvantagem das conexões wireless está na latência superior, o que pode afetar o desempenho de operações que não suportam grandes variações na banda – por exemplo, os jogos eletrônicos em rede.
Vale lembrar que a semelhança só se mantém caso a máquina que se conecta a rede sem fio fique próxima ao roteador. Conforme aumenta a distância e o número de obstáculos, é natural que haja deterioração dos sinais e a velocidade diminua.
Dessa forma, cabe ao usuário escolher o que é melhor: uma conexão a cabo, que apresenta menos latência, ou redes wireless que proporcionam maior liberdade de movimento. Contanto que sejam usados equipamentos de qualidade, ambas as tecnologias são capazes de proporcionar uma experiência confortável seja em ambientes corporativos ou domésticos.